O artista lendário que é anônimo demais para o Hall da Fama do Rock, segundo Eric Clapton
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de setembro de 2024
Eric Clapton, ícone do blues e do rock, recentemente fez duras críticas ao Rock and Roll Hall of Fame, chamando-o de "um clube de garotos da fraternidade" em uma entrevista ao site Ultimate Guitar. Clapton, que é o único músico a ter sido introduzido três vezes na instituição – primeiro como membro do The Yardbirds em 1992, depois com o Cream em 1993 e, finalmente, como artista solo em 2000 – não esconde sua insatisfação com o caminho atual seguido pelo Hall da Fama.
O guitarrista britânico afirmou que o que o motivou a aceitar a indução foi a presença de Ahmet Ertegun, ex-presidente da Atlantic Records e um dos fundadores do Hall. "Ele estava fazendo isso por artistas como Ruth Brown e The Drifters, todos aqueles primeiros artistas da Atlantic [Records] que estavam sendo esquecidos", disse Clapton. No entanto, ele acrescenta que, com o tempo, a iniciativa perdeu seu foco original: "Depois, isso começou a ganhar impulso, e eu fiquei muito desconfiado porque, obviamente, a revista Rolling Stone estava envolvida", comentou Clapton, referindo-se à influência da publicação no processo de seleção.
Durante a conversa, Clapton lembrou da sua indução como artista solo em 2000, feita por Robbie Robertson, do The Band, e falou sobre sua experiência de se apresentar com o Cream, ao lado de Jack Bruce e Ginger Baker, na cerimônia de introdução do grupo. "Não nos víamos há 20 anos, e nos conectamos imediatamente ao grupo que sempre fomos. E foi mágico", relembrou Clapton. "Se é por isso que estamos fazendo essa introdução no Rock and Roll Hall of Fame, então vou seguir com isso."
No entanto, o músico criticou a exclusão de artistas influentes como J.J. Cale, ícone do blues americano, que nunca foi sequer cogitado para ser introduzido. "O fato de alguém como J.J. nunca ter sido sequer sugerido é a prova do que é essa coisa ou prova do que ela não é. Não é como se ele fosse aparecer. Não é a coisa deles. Eu não sei qual é a deles. Mas ele é muito anônimo para esses caras."
Clapton também mencionou a ausência de Paul Rodgers, vocalista do Bad Company, e a sua decisão de se recusar a ter qualquer envolvimento com o Rock and Roll Hall of Fame. "Ele é um rebelde. Não é um lugar para rebeldes. É coisa de establishment", concluiu Clapton.
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