Bill Wyman conta que era um "pesadelo" financeiro ser membro dos Rolling Stones
Por André Garcia
Postado em 18 de outubro de 2024
Nos anos 60 e 70, a indústria fonográfica cresceu imensamente (em muito graças à ascensão do rock). Dessa forma, uma história que se repetiu inúmeras vezes foi a da banda que fazia sucesso, mas era explorada pelo empresário e não via a cor do dinheiro.
Assim foi com Beatles, Black Sabbath, Deep Purple, David Bowie, Queen, Bob Dylan, Jimi Hendrix… Em recente entrevista à Classic Rock, o ex-baixista dos Rolling Stones revelou que a banda também pertence a esse famigerado grupo:
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"A gente não tinha dinheiro nenhum. O [empresário dos Rolling Stones na época, Allen] Klein ficava com todo o dinheiro: se você quisesse comprar alguma coisa, tinha que implorar para ele mandar dinheiro. A gente estava no vermelho com o banco, então não era festa o tempo todo, era preocupação de como a gente ia pagar as contas. Era um pesadelo."
"Quando comprei uma mansão em Suffolk [em 1968], eu só tinha mil libras no banco — tive que fazer um parcelamento e torcer para ter dinheiro para pagar. Quando Brian [Jones] morreu [em 1969], ele já estava com uma dívida de mais de 30 mil libras [que na época valia muito mais que hoje].
"Aí [para piorar o primeiro-ministro Harold] Wilson aumentou os impostos para 93% — um absurdo! Tivemos que sair [da Inglaterra em 1972] de tanto que devíamos à receita. Com 93% de imposto a gente nunca conseguiria ganhar dinheiro o bastante para pagar! Tivemos que sair do país e fomos acusados de multimilionários fugindo para pagar nossas dívidas, o que não foi o caso."
Com o passar dos anos a situação financeira não melhorou para o baixista:
"Aguentei três turnês em 89 e 90, depois de sete anos sem receber nada, e acabei com um 200 mil libras na conta porque a gente não estava faturando nada."
A seguir, ele garantiu que quando o assunto era dinheiro nos Rolling Stones não tinha essa de um por todos e todos por um:
"Mick [Jagger] e Keith [Richards] eram muito ricos, então não estavam nem aí; mas eu, Charlie [Watts] e Ronnie [Wood] a gente tinha que dar o nosso jeito. Ronnie [que hoje fatura milhões de dólares por ano com suas pinturas] começou a fazer arte para alimentar sua família."
Bill Wyman saiu dos Rolling Stones no começo dos anos 90 em muito devido a seu desejo levar uma vida sossegada — o que jamais seria possível enquanto ele estivesse ligado à maior banda do mundo. Desde então ele passou a maior parte do tempo longe dos holofotes, mas atualmente tem andado mais ativo que nunca: além de ter participado do último disco dos Stones "Hackney Diamonds" (2023), ele agora lançou ainda um disco solo "Drive My Car" (2024).
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