A música tão complicada para gravar que o Led Zeppelin desanimou de tocá-la ao vivo
Por Bruce William
Postado em 08 de novembro de 2024
Pouco tempo depois de formado em 1968, o Led Zeppelin se destacou a ponto de se tornar um dos grupos mais influentes do Rock. Composta por Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham, a banda se destacou pela intensa fusão de Blues, Rock e Psicodelia que apresentavam em performances explosivas, refletindo músicas que lançaram álbuns marcantes como "Led Zeppelin IV" e "Physical Graffiti", que estabeleceram o grupo como pioneiro no rock pesado e ajudaram a definir o som da década de 1970. Após a morte de Bonham em 1980, a banda encerrou suas atividades, mas seu impacto e influência permanece muito forte até os dias de hoje.

Os membros do Led Zeppelin eram músicos tecnicamente excepcionais, e cada um deles trazia uma contribuição única para a banda. Jimmy Page era conhecido por seus riffs criativos e solos intensos, enquanto Robert Plant, com sua voz marcante e expressiva, adicionava uma intensidade emocional às músicas. John Paul Jones, no baixo e teclado, dava um suporte harmonioso e criativo, essencial para a complexidade dos arranjos, e John Bonham foi o responsável por trazer uma abordagem poderosa e rítmica à bateria que se tornou marca registrada do grupo.
Bonham é até hoje citado como um dos maiores e mais influentes bateristas da história do Rock. Impossível fazer uma lista com dez músicos do gênero onde ele não esteja presente, e muitas vezes em primeiro lugar. Mas até ele passava por algumas situações difíceis em termos técnicos no Led Zeppelin. Um desses casos aconteceu em "Four Sticks", que é talvez a faixa mais obscura de um dos maiores álbuns de todos os tempos, "Led Zeppelin IV".
A curiosa origem do nome "Four Sticks", que batiza a faixa mais obscura do Led Zeppelin IV"
Conforme relata a Far Out, inserida entre a energia divertida de "Misty Mountain Hop" e o folk envolvente de "Going to California", a canção parece girar em torno de si mesma, o que ajuda a criar uma atmosfera hipnótica. A seção principal em 5/4 impulsiona a música até um trecho suave em 6/8 que depois volta ao riff insistente, o que revela duas facetas do Zeppelin: os experimentadores ambiciosos e os roqueiros pesados.
Durante a gravação, John Bonham teve dificuldades com as mudanças rítmicas, gastando várias tentativas frustradas. Segundo John Paul Jones: "Ele levou séculos para conseguir pegar o jeito em 'Four Sticks'. Eu parecia ser o único que conseguia contar. Page tocava algo, e [John] dizia: 'Isso é ótimo, mas onde está a primeira batida? Você sabe, mas precisa nos contar...'. Ele não conseguia realmente fazer a contagem do tempo no que estava tocando."
Após uma tentativa especialmente frustrante, Bonham começou a tocar "Keep A-Knockin" do Little Richard para desabafar. "Four Sticks" foi pausada, e a banda começou a improvisar sobre uma progressão clássica de rock, que resultou em outra canção do álbum: "Rock and Roll". Depois, eles retornaram a "Four Sticks" e conseguiram finalizar a versão que está no disco.
Curiosamente, o som distinto de "clique-claque" em "Four Sticks" não é um efeito especial: para inovar no ritmo, Bonham pegou uma baqueta extra em cada mão, o que deu origem ao título da música. O som das quatro baquetas nas mãos de Bonham foi captado pelos microfones, adicionando uma percussão intrigante para acompanhar as reviravoltas da música.
Mesmo com o resultado final satisfatório, a dificuldade em gravar a faixa desestimulou a banda a tocá-la ao vivo, tanto que apesar das milhares de gravações amadoras que existem da banda, só se conhece uma única versão dela, que se juntou a outras canções clássicas do Zeppelin que nunca ou raramente foram tocadas nos shows.
"Four Sticks" acabaria sendo regravada por Jimmy Page e Robert Plant com a Orquestra Sinfônica de Bombaim em 1972, durante uma viagem à Índia, junto com outra faixa, "Friends", do Led Zeppelin III. Essa versão contou com o uso de tablas e sitares, e a gravação, intitulada "Four Hands", foi lançada oficialmente em 2015, em uma versão remasterizada e expandida do "Coda". E em 1994 o projeto "UnLedded" de Page & Plant apresentou a música em uma versão acústica.
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