A canção do Led Zeppelin que trouxe John Frusciante de volta à música
Por Bruce William
Postado em 11 de fevereiro de 2025
John Frusciante é um dos guitarristas mais talentosos da era alternativa, combinando elementos de Frank Zappa, Parliament-Funkadelic e Television no som do Red Hot Chili Peppers. Apesar de ser reconhecido como um virtuoso moderno, ele nunca se sentiu confortável com a fama e a rotina de estar em uma grande banda. Durante os anos 90, essa frustração se intensificou, e Frusciante acabou deixando os Chili Peppers após a turnê de "Blood Sugar Sex Magik".


Longe dos palcos, Frusciante mergulhou em um período sombrio de reclusão e abuso de drogas. Seu estado físico deteriorou-se ao ponto de ser descrito como irreconhecível por aqueles que o encontravam. Musicalmente, ele passou a criar faixas experimentais e desconexas, refletindo o caos interno que vivia. A dúvida pairava sobre seu futuro: ele conseguiria se reerguer e tocar guitarra como antes?
Foi nesse momento que o Led Zeppelin entrou novamente em sua vida. Frusciante encontrou inspiração em uma versão ao vivo de "I Can't Quit You Baby", presente no álbum "Coda", de 1982. Ao ouvir a gravação crua e espontânea de Jimmy Page, ele se viu motivado a recuperar sua musicalidade. "Eu pensei: se eu conseguir tocar isso, então estarei pronto para voltar ao estúdio", revelou anos depois durante entrevista, em resgate feito pela Far Out.

O retorno veio quando Anthony Kiedis, vocalista dos Chili Peppers, presenteou Frusciante com uma Fender Stratocaster. Com esse empurrão, ele aceitou voltar à banda e começou a trabalhar no álbum "Californication". A pegada minimalista que adotou na guitarra, tanto nos solos melancólicos de "Scar Tissue" quanto no peso de "Parallel Universe", provou que ele havia encontrado um novo equilíbrio entre técnica e emoção.
A relação de Frusciante com o Led Zeppelin ia além da influência musical. Em 2004, ele entregou a Jimmy Page o Maestro Award, declarando que o guitarrista foi "o primeiro que me fez querer tocar". Além disso, ao listar seus 40 discos favoritos no site Discogs, escolheu "Led Zeppelin II" (1969) como o mais marcante da banda, destacando clássicos como "Whole Lotta Love" e "Ramble On". O grupo que o inspirou a pegar a guitarra pela primeira vez foi o mesmo que o ajudou a reencontrar o caminho de volta à música.

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