O álbum do AC/DC com a melhor escolha de repertório possível, segundo Malcolm Young
Por Bruce William
Postado em 24 de março de 2025
O AC/DC sempre foi reconhecido por sua energia bruta no palco, além de ter um "ingrediente secreto" que faz da banda um fenômeno, de acordo com o guitarrista Carlos Santana. Mas por muito tempo os próprios integrantes sentiram que os discos de estúdio não faziam jus ao que o grupo entregava ao vivo. "Todo mundo dizia desde o começo que o AC/DC era uma banda ao vivo e que os álbuns de estúdio nunca nos capturaram de verdade", disse Malcolm Young em entrevista de 1992 à Classic Rock.


O desafio de traduzir a potência de um show para o áudio de um disco não era simples, ainda mais em uma época em que o rock progressivo dominava os palcos com efeitos visuais e estruturas complexas. "Na época do 'For Those About To Rock', começamos a lotar grandes anfiteatros. E muitas bandas que tocavam nos mesmos lugares começaram a montar verdadeiros espetáculos. As pessoas pagam o mesmo valor para ver o AC/DC que pagam para ver o Genesis. Se não virem luzes, cenários, se forem só cinco caras tocando, vão se sentir enganadas", explicou Malcolm, conforme resgate da Far Out. "Hoje, o público espera o sino e os canhões quando vai a um show nosso - e a gente tem prazer em entregar isso."

Mas foi só naquele ano de 1992, com o lançamento de "AC/DC Live", que a banda sentiu ter feito justiça ao seu repertório de palco. Malcolm considerava esse o melhor exemplo de como o AC/DC soava ao vivo. "Este álbum tem todas as melhores músicas do AC/DC, das duas fases da banda. Algumas das antigas, como 'Whole Lotta Rosie', ainda soam com muita força", afirmou.

O disco, gravado durante a turnê do "The Razors Edge", trouxe versões intensas de faixas clássicas e recentes, incluindo "Back in Black", "Thunderstruck", "You Shook Me All Night Long" e "Heatseeker". Com mixagem pesada e sem polimento excessivo, o álbum conseguiu capturar o que a banda oferecia em cima do palco: volume, suor e riffs marcantes.

Lançado em CD simples e também em edição dupla chamada "AC/DC Live: 2 CD Collector's Edition", o disco virou referência entre os registros ao vivo dos anos 1990. Para quem nunca viu o AC/DC no palco, ele segue sendo a melhor forma de sentir o impacto de uma apresentação da banda - e para Malcolm Young, a representação definitiva do repertório do grupo em sua melhor forma.

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