A banda subestimada que transformou dor e tragédia em um clássico do metal moderno
Por Mateus Ribeiro
Postado em 21 de maio de 2025
Prestes a completar 30 anos de estrada, o Soilwork é uma das bandas mais subestimadas que a Suécia ofereceu ao mundo do metal — e também uma das mais consistentes. Liderado pelo talentoso vocalista e compositor Björn "Speed" Strid — dono de uma voz potente e incrivelmente versátil —, o sexteto se notabilizou por sua sonoridade única, que transita com naturalidade entre o death melódico, o heavy tradicional e vertentes mais modernas, como o metalcore.
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Com uma discografia extensa e repleta de momentos marcantes, a banda consolidou uma identidade sonora que combina agressividade e melodia com rara precisão. Álbuns como "Natural Born Chaos" (2002), "Figure Number Five" (2003), "Stabbing the Drama" (2005) e o ambicioso "The Living Infinite" (2013) são provas disso.
Mas há um capítulo específico nessa trajetória que condensa todos esses elementos com uma carga emocional ainda mais densa — e, por isso mesmo, inesquecível. Trata-se do excelente "The Ride Majestic", décimo álbum do grupo, lançado em agosto de 2015. Um trabalho que mantém a força característica da banda, mas a reveste de tons mais sombrios, melancólicos e, em muitos momentos, dolorosos.

A aura sombria que permeia "The Ride Majestic" remete ao período conturbado que alguns integrantes do Soilwork passaram ao longo do processo de composição. À Billboard, Strid explicou:
"O álbum é amplamente inspirado por eventos trágicos que ocorreram em nossas vidas pessoais no último ano. As letras refletem sobre o sentido da existência e a arte de aceitar o fato frio e inevitável de que tudo precisa chegar ao fim. Elas abordam a solidão, a saudade, a capacidade de visualizar o desastre... Em resumo, a escuridão interior e exterior que todos nós experimentamos.
Quase todos os membros da banda tiveram uma morte na família durante a gravação do álbum. Além disso, um grande amigo nosso de uma banda jovem e muito promissora chamada Chronus, de Helsingborg [Suécia], também faleceu do nada. Tinha dezenove anos de idade. Absolutamente terrível."

"The Ride Majestic" mantém o típico padrão de qualidade do Soilwork. Todas as músicas presentes no álbum são bem construídas e encapsulam as características que transformaram a banda em uma das grandes potências do metal sueco. É o caso de sua explosiva faixa-título, abaixo descrita por Strid:
"A introdução estabelece um certo clima melancólico e, depois disso, é puro caos melódico. Há uma sensação muito épica e antêmica nela, que combina perfeitamente com o título do álbum. Para mim, é uma música que lembra muito o Soilwork. Caminhamos em uma linha tênue entre a melodia e a agressão, e acho que ‘The Ride Majestic’ realmente acerta em cheio. Consigo ver essa música se tornando um elemento básico ao vivo no futuro, com certeza."

Sem exageros, "The Ride Majestic" é o tipo de música que vale pelo disco todo. Mas ainda há outros pontos altos no álbum. As frenéticas "Alight in the Aftermath" e "All Along Echoing Paths", que lembram o Soilwork dos anos 2000, as melódicas "Death in General" e "Enemies in Fidelity", além da acelerada "Shining Lights", merecem destaque — a exemplo da dramática "Father and Son, Watching the World Go Down".

Assim como acontece com o Soilwork, "The Ride Majestic" não tem o devido reconhecimento, ao menos quando se refere aos seus números no Spotify. A música do disco mais tocada na plataforma (a faixa-título) foi reproduzida cerca de 7 milhões de vezes. Estatística baixa, levando-se em consideração uma banda tão qualificada e competente.
Agora que você sabe um pouco mais sobre essa preciosidade chamada "The Ride Majestic", é hora de apertar o play. Separe alguns minutos do seu dia e confira mais uma obra-prima da banda subestimada que transformou dor e tragédia em um clássico do metal moderno.

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