A música que irritava James Hetfield, mas o Metallica regravou mesmo assim
Por Bruce William
Postado em 27 de junho de 2025
Verdadeiros profissionais nunca deixam seus gostos pessoais interferirem no que precisa ser feito. E James Hetfield certamente é um deles, tanto que há o curioso caso de uma canção que ele assumiu detestar profundamente, a ponto de se irritar quando a escutava no rádio, mas que anos mais tarde seria regravada pelo Metallica.
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Durante a divulgação de "Garage Inc." (1998), álbum duplo só com covers, o grupo incluiu uma regravação de "Turn the Page", originalmente lançada por Bob Seger em 1973. A faixa acabou virando um dos destaques do disco e ganhou um videoclipe sombrio dirigido por Jonas Åkerlund. Mas, segundo Hetfield, gravá-la foi um desafio pessoal: "Na verdade, eu não suporto Bob Seger. Nada contra ele, mas toda vez que ouvia aquilo no rádio, eu pensava: 'Toca um Aerosmith, pô!'. Eu simplesmente desligava. Aquilo me tirava do sério".
Apesar disso, ele reconheceu que a letra fazia sentido com o espírito do Metallica. "A música, especialmente, pertencia a nós. Somos cães da estrada, e isso é algo com que conseguimos nos identificar". A decisão de incluir a canção no repertório partiu de um ponto de conexão emocional com a vida na estrada, algo que Hetfield conhece bem, após décadas de turnês exaustivas.

Curiosamente, embora rejeitasse o som de Seger, Hetfield já flertou com baladas de pegada country, como em "Mama Said", presente no "Load" (1996). A semelhança de espírito entre as duas faixas é clara: ambas falam de solidão, desgaste e vida nômade, mas com roupagens diferentes: a de Seger mais melódica e contemplativa, enquanto a do Metallica é mais áspera e intensa.
Na versão da banda, o sax original foi substituído por um solo de guitarra cheio de wah-wah de Kirk Hammett, criando uma atmosfera mais sombria e potente. Mesmo contra seus instintos iniciais, Hetfield se entregou ao arranjo com a voz rasgada que já virou marca registrada.
Se Bob Seger um dia o incomodou, ao menos uma de suas músicas encontrou espaço na discografia do Metallica, com o peso e a fúria que Hetfield tanto preza. E, no fim das contas, talvez seja esse o maior sinal de respeito que ele poderia oferecer.

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