A opinião de Angus Young sobre quem não curtiu Axl Rose como cantor do AC/DC
Por Gustavo Maiato
Postado em 27 de junho de 2025
Durante entrevista à revista Rolling Stone, o guitarrista Angus Young abordou um dos episódios mais controversos da história do AC/DC: a entrada de Axl Rose como vocalista temporário da banda em 2016, após Brian Johnson deixar a turnê por problemas auditivos. Young também falou sobre a volta do vocalista original no disco "PWR/UP", lançado em 2020.
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"Quando o Brian teve o problema auditivo, foi orientado a não continuar. Tínhamos compromissos a cumprir e não queria gastar tempo em salas cheias de advogados. Então surgiu a ideia de alguém substituir. Axl entrou em contato e foi superprofissional. Serei eternamente grato", afirmou Angus.
A presença de Rose no grupo trouxe novas possibilidades. O vocalista do Guns N’ Roses sugeriu incluir músicas pouco ou nunca tocadas ao vivo. "Ele lembrava de várias canções. Às vezes, no dia do show, perguntava se podíamos tocar algo. Eu perguntava ao técnico de guitarra o primeiro acorde e seguia", contou o guitarrista.
Apesar da química temporária no palco, os rumores de uma parceria musical entre Angus e Axl nunca se concretizaram. "Ele tinha muitas coisas em que estava envolvido. Não aconteceu nada sólido", declarou.

A decisão de seguir a turnê com Rose no lugar de Johnson foi mal recebida por parte do público. Young reconhece o impacto. "Sei que muitos viram isso como um desastre. Mas Cliff [Williams] e eu pensamos: ao menos poderíamos concluir o que assinamos. O AC/DC nunca foi uma banda de relações públicas", disse.
A volta de Brian Johnson foi possível graças a uma tecnologia experimental para audição. "Ele estava animado com os resultados e me avisava disso. Quando disse que poderia gravar em estúdio, vi uma chance real de reunir a banda", explicou.
O reencontro com Phil Rudd ocorreu em um momento delicado: o funeral de Malcolm Young. Já o retorno de Cliff Williams foi natural. "Eu disse a ele: ‘Se fizer algo, quer participar?’ E ele respondeu que sim."

Sobre os 40 anos do álbum Back in Black, que vendeu mais de 50 milhões de cópias, Angus se surpreendeu com o impacto. "Nem conseguimos lançar a capa preta como queríamos, era vista como algo negativo. Gravamos nas Bahamas, e só depois da turnê percebemos que o disco tinha se tornado um fenômeno."
No fim, Malcolm Young via com sabedoria o fato de o disco nunca ter atingido o topo da parada americana. "Se chegar ao número 1, só tem um lugar para ir depois", disse Malcolm, segundo o irmão. Axl Rose pode não ter se tornado membro fixo, mas sua contribuição pontual foi, nas palavras de Angus, "fundamental para manter o AC/DC de pé num momento difícil".

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