A verdadeira razão que levou Robert Smith a criar The Cure
Por Bruce William
Postado em 17 de junho de 2025
Robert Smith nunca teve muito interesse em seguir o caminho óbvio. Detentor de uma imagem icônica e única, com cabelos desgrenhados, rosto pálido e camadas de maquiagem, ele acabou virando um símbolo involuntário do gótico pop. Mas o início do The Cure teve um propósito bem mais direto do que criar uma tribo de fãs de preto.
Cure - Mais Novidades

Na verdade, o que acontecia era puramente insatisfação com o que tocava na rádio. E em 1986, com apenas 27 anos, Smith já via com estranhamento algumas canções antigas da banda. "Me contorço de vergonha e, ao mesmo tempo, fico fascinado", disse na época à Associated Press, enquanto promovia "The Head on the Door" nos Estados Unidos. Apesar de estar tocando para milhares de pessoas em grandes teatros, ele garantiu: fama mundial nunca foi o objetivo.
Ele resumiu bem: "O motivo principal do The Cure ter sido criado, e de eu querer cantar e compor, é que eu achava quase tudo o que tocava no rádio e na TV uma porcaria. Ainda acho..." Para Smith, se um dia a banda se tornasse mais do mesmo, não teria problema em acabar com tudo ali mesmo, conta a Far Out.

Naquele momento, o Cure vivia uma guinada pop discreta; "The Head on the Door" tinha singles mais radiofônicos como "In Between Days", mas sem perder a essência melódica e sombria que afastava o grupo dos clichês açucarados da década. Nos EUA, o rótulo "goth" era inevitável, mas atraía tanto fãs caricatos quanto um público mais amplo, que encontrava nas letras de Smith uma franqueza pouco vista no pop oitentista.
O sucesso no Reino Unido já era consolidado, mas a surpresa foi a América finalmente abrir as portas. Para Smith, porém, isso nunca mudou a forma de compor. "Eu ainda basicamente me divirto com o Cure. Se eu gosto do que fazemos, sei que um certo número de pessoas também vai gostar", explicou, rindo do rótulo de "popstar relutante".

Com seu temperamento difícil, pausas longas entre álbuns e shows dramáticos, Smith manteve uma regra pessoal: o Cure só continuaria existindo enquanto ele ouvisse as próprias músicas e pensasse "que banda boa, queria estar nela". Assim, cada disco novo era quase um teste de validade do projeto.
Décadas depois, o pacto segue firme. Em 2024, "Songs of a Lost World" chegou como o 14º álbum de estúdio, sendo o primeiro em 16 anos, e pegou o topo das paradas britânicas. Robert Smith, aos 65, ainda sustenta o mesmo espírito: se for pra ouvir coisa ruim, que não seja culpa dele.

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps