A banda que o Deep Purple queria ser mas que, no fundo, amava mesmo era o Led Zeppelin
Por Bruce William
Postado em 09 de junho de 2025
Muito antes de definirem o hard rock com riffs pesados e longos solos, os integrantes do Deep Purple tinham uma missão bem mais modesta: copiar o Vanilla Fudge. A admiração era tanta que o guitarrista Ritchie Blackmore não escondeu, em entrevista à Guitar World, que o objetivo inicial da banda era ser um clone: "A gente amava o Vanilla Fudge — eles eram nossos heróis. [...] Inicialmente, queríamos ser um clone do Vanilla Fudge."
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A estratégia era clara: pegar músicas conhecidas e recheá-las com arranjos grandiosos, assim como faziam os americanos. O baterista Ian Paice confirmou isso em entrevista ao Metal Evolution: "O que tentamos ser no primeiro álbum foi uma versão inglesa do Vanilla Fudge. [...] Mas depois percebemos que era mais importante sermos nós mesmos."
Mesmo mudando de rota, o Deep Purple ainda mantinha vínculos com as raízes que tanto idolatrava. O Vanilla Fudge, por sua vez, seguiu outro caminho, mas sempre cercado de respeito por quem veio depois. O Led Zeppelin, que dividiu turnês com o grupo nos anos 60, tinha uma admiração particular pelo baterista Carmine Appice, a ponto de John Bonham admitir que um de seus licks mais célebres foi inspirado por ele.

Segundo Appice, Bonham contou pessoalmente que tirou o padrão de bumbo triplo de "Good Times, Bad Times" a partir de algo que ouviu nos discos do Vanilla Fudge. "Ele disse: 'Peguei isso de você'. E eu nem lembrava de ter feito aquilo", contou Carmine, surpreso. A revelação foi confirmada anos depois no livro A Thunder of Drums, que detalha o fascínio de Bonham por Appice após uma turnê conjunta.
Hoje, os próprios integrantes do Vanilla Fudge reconhecem esse ciclo curioso de influências. Conforme relata o Blabbermouth, o álbum mais recente da banda, "Vanilla Zeppelin", lançado em 2022 pela Golden Robot Records e que pode ser conferido no player abaixo, traz releituras de doze clássicos do Led Zeppelin como "Ramble On" e "Immigrant Song", em versões recheadas de órgão e soul. De certa forma, é como se os papéis tivessem se invertido: os pioneiros agora homenageiam os gigantes que ajudaram a inspirar.


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