O clássico do Rush que Geddy Lee tinha certeza que seria o último da banda
Por Bruce William
Postado em 30 de setembro de 2025
No início da carreira, o Rush parecia muito distante de se tornar um dos grandes nomes da história do rock. O trio canadense surgiu em 1974 ainda sob forte influência do Led Zeppelin, explorando riffs pesados e alguns improvisos de blues, sem a pretensão épica que mais tarde marcaria sua trajetória.
A entrada de Neil Peart, em 1975, mudou completamente os rumos. Com "Fly by Night", o grupo passou a investir em letras mais elaboradas e estruturas que se afastavam do formato radiofônico. Essa ousadia, no entanto, não se traduziu de imediato em sucesso. Trabalhos como "Caress of Steel" (1975) tiveram desempenho comercial fraco e acenderam um alerta entre gravadora, fãs e os próprios músicos.


A situação chegou a tal ponto que, em 1976, ao preparar o álbum "2112", Geddy Lee estava convencido de que o futuro da banda estava por um fio. "A gente não se sentia desafiando ninguém ao gravar esse disco, só achávamos que seria nossa última cartada e não tínhamos nenhuma intuição de que ele iria melhor do que 'Caress of Steel'. Acho que ficamos orgulhosos de ter feito um bom disco, e que sairíamos de cena com um bom disco. Não fazíamos ideia de que iria se conectar com as pessoas da forma como aconteceu", recordou o baixista e vocalista em conversa com a Prog (via Far Out).

Ousado e conceitual, "2112" abriu com uma suíte de 20 minutos que narrava a história de um futuro distópico onde a música é proibida. Longe de ser material radiofônico, o álbum tinha tudo para afastar ainda mais o público casual. Mas, contra todas as previsões, foi justamente a obra que salvou o Rush. A combinação de narrativa fantástica e a sensação universal de resistência contra a opressão encontrou eco em milhares de ouvintes.
Com o sucesso inesperado, o trio conquistou autonomia artística. A partir dali, não havia mais a preocupação em produzir singles imediatos ou agradar ao mainstream. O Rush pôde se dedicar a criar discos cada vez mais ambiciosos, como "A Farewell to Kings" (1977) e "Hemispheres" (1978), consolidando-se como referência no prog rock.

O que parecia ser a despedida se transformou no grande ponto de virada. "2112" não apenas garantiu a sobrevivência da banda, mas também abriu caminho para que Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart seguissem sua própria cartilha criativa. Para o Rush, o "último suspiro" virou o início de uma nova era.
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