A fase do Angra com maior rejeição entre os fãs, segundo Rafael Bittencourt
Por Gustavo Maiato
Postado em 26 de setembro de 2025
O Angra é uma das maiores bandas de heavy metal já surgidas no Brasil, reconhecida dentro e fora do país por sua técnica apurada e pela capacidade de se reinventar ao longo dos anos. Desde a fundação, no começo dos anos 1990, o grupo passou por diferentes transformações, especialmente na posição de vocalista - mudanças que sempre trouxeram repercussão intensa entre os fãs. Em entrevista recente ao canal de Mauricio Alabama, o guitarrista Rafael Bittencourt falou sobre essas transições e revelou qual foi a fase da banda que mais sofreu rejeição entre o público.

Para Bittencourt, a história do Angra pode ser dividida em três grandes capítulos, todos marcados pela troca de vocalista. O primeiro é o período de Andre Matos, fase que projetou o grupo internacionalmente com álbuns como "Angels Cry" e "Holy Land". "A primeira fase é muito abençoada, cheia de mitos. Andre era um nome muito forte, e até hoje existe o Dia do Metal, a data da morte dele, que reforça ainda mais esse peso histórico", comentou o guitarrista.
As fases do Angra
A segunda etapa corresponde ao período em que Edu Falaschi assumiu os vocais, dando início ao que Rafael definiu como um renascimento para a banda. Discos como "Rebirth" (2001) e "Temple of Shadows" (2004) consolidaram a popularidade do Angra em mercados como o Japão e a Europa. "Foi uma grande virada. O 'Rebirth' foi eleito melhor disco em vários lugares, e até hoje muita gente considera um dos maiores álbuns de metal progressivo da história", afirmou.
Já a terceira fase, com Fabio Lione no comando do microfone, é a que mais divide opiniões. Mesmo em um momento de estabilidade e grande sucesso nos palcos, com turnês internacionais e shows lotados, Bittencourt admitiu que este é o período com mais rejeição. "Apesar do sucesso, é a fase de maior rejeição. Você muda muito, o cara reclama. Você faz a mesma coisa, preferem a época antiga. É difícil surpreender depois de tanto tempo", explicou.
O curioso é que, ao mesmo tempo em que sofre mais resistência dos fãs mais saudosistas, essa fase também se tornou a mais lucrativa. "É a fase em que eu mais ganhei dinheiro. O Angra se tornou mais sólido, mais bem administrado e com um legado que não depende de uma formação específica. Hoje sabemos lidar melhor com os negócios da banda, muito por causa da chegada do Paulo Baron, que tem uma mentalidade empresarial forte", disse Rafael.
A rejeição ao Angra
Na visão do músico, parte da resistência vem da psicologia do fã, que muitas vezes tenta impor sua própria vontade à banda. Ele citou o exemplo da parceria com Sandy na música "Black Widow's Web", lançada em 2018 no álbum "Ømni". "Quando anunciamos que a Sandy ia cantar com a gente, disseram: 'Que merda, só fazem isso para aparecer'. Mas a música é coerente. É sobre a internet como uma viúva negra, e fazia sentido ter a Sandy, com aquela voz angelical, ao lado da Alissa White-Gluz. Foi uma decisão artística consciente, não de marketing", destacou.
Rafael encara esse embate com naturalidade e até como parte do aprendizado. "O público quer te dominar. Mas você não pode se submeter totalmente a ele. Quando é para desapontar, você desaponta com a espada limpa de samurai. No fim das contas, se o álbum vendeu bem, se a crítica foi positiva e se os shows lotam, o ciclo se fecha", declarou. Para ele, o mais importante é quando a música consegue impactar a vida das pessoas: "Já recebi relatos de fãs dizendo que superaram doenças ou tragédias pessoais ouvindo o Angra. Isso é o que dá sentido para continuar".
Confira a entrevista completa abaixo.
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