Quando Waters queria demitir meio mundo no Pink Floyd mas jogou a culpa no Gilmour
Por Bruce William
Postado em 07 de setembro de 2025
As tensões dentro do Pink Floyd se tornaram insuportáveis na virada dos anos 1970 para os 1980, especialmente durante as gravações de "The Wall". Roger Waters assumiu as rédeas do projeto como se fosse um disco solo, impondo suas ideias e deixando pouco espaço para os colegas. Esse comportamento acabou alimentando discussões intermináveis e resultou na saída do tecladista Richard Wright.
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A versão oficial sempre foi motivo de debate. Waters afirmava que Wright já não tinha nada a acrescentar, enquanto o tecladista dizia que suas ideias eram simplesmente descartadas sem consideração. O que parece consenso é que o clima nos estúdios ficou tão pesado que a convivência se tornou quase impossível.
David Gilmour, por sua vez, sempre tentou se colocar como o contraponto a Waters. Em entrevista à revista Mojo, o guitarrista relatou que chegou a conversar pessoalmente com Wright e garantiu que o apoiaria caso ele quisesse permanecer no grupo. "Eu disse a ele que não estava feliz com sua contribuição para o disco, mas que a posição dele na banda era sagrada", afirmou.

Essa versão, no entanto, foi desmentida por Waters, conforme relata a Far Out. O baixista disse que, em uma conversa particular no sul da França, o próprio Gilmour teria sugerido também a demissão de Nick Mason. "Dave disse: 'vamos nos livrar do Nick também'. Eu respondi: 'Ooh, Dave, o Nick é meu amigo. Calma aí!'", contou Waters, insinuando que não era o único disposto a cortar integrantes.
Seja como for, a troca de acusações só reforça como a relação entre os músicos estava em frangalhos. Para alguns, Gilmour realmente tentou preservar Wright e Mason; para outros, Waters apenas quis dividir a culpa, transformando o guitarrista em cúmplice. Em ambos os casos, o resultado prático foi um ambiente de trabalho tóxico que colocou em risco a própria sobrevivência da banda.

É importante lembrar que, apesar de toda essa turbulência, "The Wall" acabou se tornando um dos maiores sucessos da carreira do Pink Floyd. O paradoxo é evidente: enquanto o grupo desmoronava por dentro, a música alcançava novos patamares de popularidade. Talvez por isso até hoje o tema desperte tanta curiosidade: afinal, como uma obra desse porte pôde nascer em meio a tanto ressentimento?
Essa narrativa, cheia de idas e vindas, deixa em destaque justamente a divergência entre as falas de Gilmour e Waters. Se foi jogo de empurra ou simples diferença de memória, nunca saberemos. O certo é que, mais de 40 anos depois, a história ainda rende versões contraditórias, e o Pink Floyd segue lembrado tanto por sua genialidade musical quanto pelas brigas internas que marcaram sua trajetória.

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