O improviso largado que Geddy Lee não suportava tocar em jams; "é tão entediante"
Por Bruce William
Postado em 04 de setembro de 2025
Para muitos músicos, uma boa jam session é a oportunidade perfeita de deixar a criatividade fluir, descobrir novas ideias e transformar improvisos em algo grandioso. Mas, para Geddy Lee, essa experiência sempre foi uma faca de dois gumes: tanto podia abrir portas quanto levá-lo direto ao tédio.
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O baixista do Rush acreditava que havia uma maneira correta de improvisar. Ele não tinha paciência para músicos que se apoiavam em velhos truques previsíveis. Para Lee, manter a energia de uma jam exigia talento de verdade, e não simplesmente reciclar fórmulas que já estavam gastas.
Essa visão o aproximou de bandas como o Cream, que ele considerava o "modelo perfeito" para o Rush. Na sua avaliação, o trio de Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker representava "virtuosismo puro", sabendo exatamente quando alongar um improviso e quando encerrá-lo. Essa capacidade de equilíbrio era, para ele, o diferencial de quem realmente entendia a arte de improvisar.
No começo, tanto o Rush quanto o Cream tinham como base a mistura entre blues e rock. Clapton, por exemplo, via o blues como um trampolim criativo, um ponto de partida que permitia empurrar o rock para frente. Mas Geddy Lee enxergava um problema quando esse mesmo recurso se tornava um vício que prendia os músicos ao passado.
O ponto de saturação vinha quando, em uma jam, a progressão de blues surgia como o caminho mais fácil. Para um baixista, isso era simplesmente entediante. Em entrevista a Paul Semel, em 1996, destacada pela Far Out, Lee desabafou: "Improvisar, para mim, é tão entediante. Quando você junta músicos de vários lugares, que nunca tocaram juntos antes, eles sempre acabam caindo em uma progressão de blues. E, como baixista, é como se fosse: 'Ah, por favor, atirem em mim se eu tiver que tocar outra progressão de blues.'"
A frustração de Lee tinha fundamento. O blues foi a base de incontáveis artistas e ajudou a moldar o rock, mas quando usado em excesso perdia a força de encantamento. Era preciso encontrar o ponto certo, aquele em que o estilo ainda mantinha seu ar misterioso sem cair na repetição automática.
Curiosamente, Gene Simmons chegou a contar que, no início, Lee nem sabia tocar uma escala básica de blues. Mesmo depois de aprender, a sensação de aprisionamento continuava. Para ele, improvisar sobre esse tipo de progressão era como andar em círculos, sem a inovação que esperava de uma verdadeira jam session.
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