Roadie Metal: entrevista com o músico catarinense Patrick Pedroso
Por Vitor Sobreira
Fonte: Roadie Metal - A Voz do Rock.
Postado em 18 de julho de 2017
Vindo do estado de Santa Catarina, o músico Patrick Pedroso já possui o álbum ‘Labyrinth’ no currículo, e se prepara para um segundo passo em sua carreira. Em entrevista a Roadie Metal, Patrick conta algumas novidades, e fala um pouco de suas influências, processos de composição e gravação e alguns outros detalhes. Confira.
Infelizmente sabemos que a música instrumental ainda atrai um público restrito. Como foi para você, optar por seguir esse caminho? Foi algo que surgiu com o tempo, ou era uma vontade pessoal mesmo?
Patrick Pedroso: Foi algo que foi surgindo com o tempo. Sempre gostei muito de solos, e quando ouvi pela primeira vez uma música inteira solada na guitarra, fiquei fascinado, ainda mais vindo do Steve Vai. E depois de muito ouvir músicas instrumentais, acabou virando uma vontade pessoal de fazer um trabalho nesse sentido.
É inevitável que influências façam parte da vida, principalmente na música. Por isso, além de grandes nomes como Joe Satriani, Steve Vai, Tony MacAlpine e Kiko Loureiro, que músico ou banda, o influenciou na guitarra, ou mesmo em seu estilo?
Patrick: São vários os músicos que me influenciaram. Gosto de vários estilos musicais então, para cada um, busquei uma influência. Gosto do peso e pegada de Dimebag Darrell, Zakk Wylde, Kerry King, Kirk Hammett, do virtuosismo e loucuras do Steve Vai, do lado progressivo do John Petrucci, do estilo de Allan Holdsworth. Gosto bastante também do Chris Broderick, Gus G e dos brasileiros que eu via em shows e workshops, como Edu Ardanuy e Paulo Schroeber.
Imagino que não tenha sido muito fácil, para um jovem músico, vindo da pequena Joaçaba, em Santa Catarina, conseguir realizar seus objetivos, já que no interior, geralmente as coisas são um pouco mais complicadas. Quais foram os principais obstáculos que você enfrentou – ou ainda enfrenta?
Patrick: No início dos estudos musicais tive que aprender muita coisa sozinho, pesquisando por contra própria, também senti falta de bons professores tendo que buscar fora da cidade, para aperfeiçoar meu trabalho. Acredito que a maior dificuldade hoje, seja o espaço para tocar esse estilo de música e até a aceitação de algumas pessoas pelo fato do trabalho ser instrumental.
Como fruto de seu esforço, temos o álbum ‘Labyrinth’, que foi lançado em 2015. Sempre enxerguei um álbum, como a vitória sobre as adversidades enfrentadas por um músico/banda, no underground. Como foram os processos de composição, produção e gravação, até o lançamento de fato?
Patrick: O processo de composição foi solitário, mas ao mesmo tempo tive total liberdade para fazer o que eu quisesse. E uma das inspirações para nome do álbum veio dessa forma de composição, mais introspectiva, onde por vários momentos vinham ideias, mas não sabia por qual caminho seguir, as vezes o caminho até era bom, mas as vezes não. Já na produção tive Marcos Janowitz, produtor e guitarrista, me auxiliando. A gravação foi feita em vários estúdios, a batera foi gravada em Curitiba, as guitarras e baixos em Chapecó e os violões e teclado em Joaçaba.
Além da guitarra, você também cuidou dos violões e da produção – juntamente com Marcos Janowitz – e ainda estampou a capa do álbum. Foi por opção ou necessidade sua, esse total envolvimento "multimídia"?
Patrick: Foi por opção mesmo, adoro estar envolvido em tudo, cuidando de todos os detalhes, e também é um grande aprendizado quando você se propõe a fazer as coisas.
Mesmo contando com 11 faixas, ‘Labyrinth’ não passa muito dos 30 minutos de duração. Houve muitas alterações e edições em suas composições originais? E alguma faixa, ficou de fora do ‘tracklist’ final?
Patrick: Algumas faixas mudaram um pouco, pois, no estúdio você vai experimentando várias ideias e vários arranjos e o produtor é fundamental para dar aquela guiada no álbum. E sobre as faixas, não ficaram nenhuma de fora, só alguns arranjos que foram mudados.
Independente do tempo, as composições apresentam bastante coesão e diversidade entre si, o que não torna a audição cansativa, já que podemos ouvir músicas rápidas, pesadas, com variação de ritmos, sofisticação e até mesmo arranjos um pouco mais suaves. Definitivamente, por não querer que o ouvinte se perdesse em um "labirinto" de técnicas mirabolantes, você foi direto ao ponto?
Patrick: Na verdade eu não pensei muito se o álbum ia soar chato ou repetitivo. Fui seguindo uma sequência em minha cabeça no qual me agradava, esse trabalho é 100% Patrick Pedroso, faço o que gosto e tento sentir o que a música pede, sem me prender a nada, deixo as ideias fluírem.
Como tem sido os resultados do seu trabalho? Já recebeu algum contato de fora do Brasil?
Patrick: Tem sido muito bom. Várias pessoas de outros países entram em contato para parabenizar pelo trabalho, e isso é muito gratificante.
Você já possui material para um provável segundo álbum? Pode nos adiantar alguma informação?
Patrick: Estou em fase de pré-produção do novo álbum, nesse trabalho vou mais a fundo como compositor. Ele terá algumas faixas instrumentais, mas a maioria terá vocal. Quis me desafiar trabalhando na composição das músicas e também das letras, vou convidar grandes vocalistas do metal nacional para interpretar minhas músicas e o lançamento está previsto para 2018. Pretendo esse ano lançar um EP com algumas faixas inéditas, além da regravação de uma música do álbum ‘Labyrinth’, com uma nova roupagem.
Patrick, muito obrigado pelo seu tempo a esta entrevista. O espaço é todo seu, para alguma consideração final.
Patrick: Gostaria de agradecer pela entrevista, e isso nos motiva a continuar na luta, sempre buscando melhorar como músico e compositor. Agradeceço também ao Gleison Junior e a Roadie Metal por acreditar no meu trabalho, e a todas as pessoas que de alguma forma, estão contribuindo para a realização desse trabalho. Em breve mais novidades…
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