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Torture Squad: entrevista do grupo ao Blog Arte Metal

Por Vitor Franceschini
Fonte: Blog Arte Metal
Postado em 06 de setembro de 2011

É inegável que o Torture Squad já tem seu nome consolidado como uma das maiores bandas da história do Metal nacional. Mesmo contado com um nome forte no cenário do Metal brasileiro e mundial, a banda mantém os pés no chão, com todo profissionalismo e sem deixar suas raízes underground de lado. Falamos com Castor (baixo) e o mais novo membro da banda, o guitarrista André Evaristo (completam o line-up Vitor Rodrigues no vocal e Amílcar Christófaro na bateria), sobre a carreira do grupo, o último álbum e muito mais, confira nas linhas abaixo.

Faça um balanço da carreira do Torture Squad desde a demo A Soul In Hell até os dias atuais com AEquilibrium.

Castor: Logo que lançamos a demo tape A Soul In Hell em 1993, decidimos que o próximo passo seria lançar álbuns e não mais demos. Em 1995 começamos a gravar nosso CD de estreia Shivering. Enfrentamos vários problemas pra conseguir lançá-lo de forma independente, inclusive, por ter contratado os serviços de uma empresa fonográfica que ludibriou a banda. Tivemos que recorrer à justiça e por fim lançá-lo depois de 3 anos, em 1998. A primeira prensagem se esgotou rapidamente e o então novo selo Destroyer Records decidiu lançar uma segunda. Em 1999, começamos a produção do segundo álbum Asylum of Shadows, gravado e produzido por Marcelo Pompeu e Heros Trench no Mr. Som Studio em SP. No ano seguinte a banda fez a primeira turnê fora do Brasil abrangendo o território alemão.

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No ano de 2001, lançamos o The Unholy Spell também pelo selo Destroyer Records gravado no Estúdio Da Tribo em SP com a produção do Marcelo Ciero. Em 2002, o fundador da banda Cristiano Fusco deixou a banda e então chamamos para o seu lugar nosso velho amigo Mauricio Nogueira. Fizemos então nossa primeira turnê brasileira abrangendo o norte, nordeste, sudeste e centro-oeste que foi um grande passo pra carreira da banda começar a solidificar o nome na nossa cena underground. Então começamos a trabalhar no álbum seguinte Pandemonium que foi lançado pela Mutilation Records em 2003, tendo novamente as produções de Marcelo Pompeu e Heros Trench no Mr. Som. No mesmo ano a banda faz a sua segunda turnê nacional passando por mais estados e cidades comparado ao ano anterior. Em outubro, a gente recebeu uma proposta da Mutilation Records para gravar o nosso primeiro CD e DVD ao vivo Death, Chaos And Torture Alive na Led Slay em SP na abertura do show da banda alemã Desaster. Em 2004, lançamos primeiro o CD ao vivo e mais outra turnê brasileira foi agendada. Em 2005 o DVD é lançado seguido de outra turnê no território nacional.

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Em 2006, fizemos outra turnê europeia abrangendo a Alemanha e Áustria. Também no mesmo ano saímos para a nossa primeira turnê pela America latina passando pelo Chile, Peru, Equador, Colômbia e Panamá emendando com outra turnê nacional e no final desse ano o lançamento do primeiro EP da banda Chaos Corporation. Em 2007 participamos do Metal Battle Brasil e conseguimos passar pelas etapas estaduais e nacionais e fomos pra final no Wacken na Alemanha e conseguimos vencer e assim assinamos com a Wacken Records pra lançar o album Hellbound. Também gravado no Mr. Som com o Pompeu e o Heros na produção. No início do ano seguinte 2008, Mauricio Nogueira deixa a banda e convidamos o Rafael Augusto Lopes, e então fizemos uma extensa turnê Européia tocando aproximadamente 70 shows pelo continente incluindo novamente o Wacken Open Air como banda convidada dessa vez.

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No ano de 2009, retornamos pra Europa e dessa vez para participar da Killfest Tour abrindo para o Exodus e Overkill fazendo 13 shows e na sequencia estendemos a nossa turnê por mais um mês e meio lá. No final do mesmo ano começamos as gravações do mais novo álbum AEquilibrium dessa vez no Norcal Studios em SP com a produção de Brendan Duffey e Adriano Daga. Então no segundo semestre de 2010, nós lançamos o AEquilibrium pela Wacken Records na Europa e Laser Company no Brasil que também relançou o album anterior Hellbound contendo 2 vídeos bônus e um encarte especial no formato de pôster. Em 2011, quando Rafael Augusto Lopes decidiu sair do Torture Squad, convidamos André Evaristo para a banda. Ele já está na estrada com a gente e o relacionamento dele com a banda está fluindo muito bem em todos os aspectos!

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AEquilibrium, em minha opinião, é o álbum mais técnico do Torture Squad e, de certa forma, o mais melódico. Vocês concordam com isso?

Castor: O "Aequilibrium" em minha opinião mantém as características originais da banda que é o Thrash / Death Metal, mas com algumas partes mais melódicas principalmente nos solos do Augusto que achei que foi um diferencial do álbum assim como os trabalhos de bumbos do Amilcar.

André Evaristo: Penso que os discos antigos são um pouco mais técnicos no geral, enquanto AEquilibrium é o mais variado de todos. Ao mesmo tempo que há músicas mais melódicas e cadenciadas há também algumas das maiores encrencas do nosso repertório.

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Quais as principais diferenças e evolução vocês vêem de Hellbound para AEquilibrium?

Castor: Eu acho que na verdade as evoluções vem de álbum a álbum desde Shivering até o AEquilibrium. Entre esses dois acho que o Aequilibrium tem mais variações nas músicas que o Hellbound e como falei na pergunta anterior também que são os trabalhos dos bumbos do Amilcar e os trampos de guitarra do Augusto.

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Como tem sido a repercussão de AEquilibrium até este momento e em relação aos outros discos da banda? E qual disco teve maior repercussão?

Castor: O álbum está começando a ter uma repercussão maior atualmente. Algumas pessoas que não o entenderam de cara, com o tempo começaram a curtir. Porém, os fãs que conhecem toda a trajetória da banda adoraram o álbum logo de cara!

AE: Exatamente isso que eu ia dizer... Eu mesmo, como fã do TS, pirei no disco logo de cara. Fiquei de queixo caído com as músicas e foi muito interessante ter sido convidado para fazer parte da banda justamente neste momento.

Vocês, desde o início, sempre mantiveram uma formação sólida, com exceção de guitarrista que sempre foi um cargo instável no grupo. A que vocês acham que deve este fato?

Castor: Foram todos por diferentes motivos. O Cristiano foi porque ele queria constituir uma família e não poderia mais se comprometer 100% ao desenvolvimento da banda. O Mauricio foi pelo fato que ia se tornar pai no momento que a banda ia começar a fazer turnês extensas. E o Augusto que já era produtor musical antes de entrar no Torture Squad decidiu voltar somente a produzir bandas em estúdio.

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Falando em guitarrista, André Evaristo entrou há pouco tempo na banda. Com se deu a entrada e como tem sido o convívio e adaptação dele no Torture Squad?

Castor: Quando o Augusto saiu da banda, o Amilcar lembrou do André que já conhecíamos desde o inicio da década de 90 e também pelo seu trabalho com as bandas Equinox, Magister Ludi, Side Effects e Sounder. Então, explicamos a situação e o convidamos pra fazer uma audição com a banda. No primeiro ensaio já sentimos que ele era o cara, foi tiro certeiro! Nos damos super bem musicalmente e pessoalmente. Ele é um excelente musico e um cara como a gente mesmo, headbanger apaixonado por fazer musica!

Em 2007 o Torture Squad foi escolhido (depois de vencer o Metal Battle local) para representar o Brasil no Wacken Open Air Festival, na Alemanha, respectivamente vencendo a etapa mundial e assinando um contrato com a gravadora do evento. Com tem sido o trabalho com a Wacken Records e qual a principal diferença do selo com os selos/gravadoras do Brasil?

Castor: Com a vitória do Mettal Battle, a Wacken records foi o nosso primeiro passo pra começarmos um trabalho pela Europa. Esse era e sempre foi o nosso objetivo ter nossos álbuns lançados fora do Brasil e a Wacken fez isso com os nossos dois últimos álbuns de estúdio, Hellbound e AEquilibrium. Acho que a diferença básica entre as gravadoras e selos europeus na grande maioria são a estrutura e visão de trabalho que eles têm com o estilo, essa é o que eu percebo.

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Falando em Wacken Open Air a banda se apresentará no evento em agosto deste ano (a entrevista foi feita em julho de 2011). Qual a expectativa de tocar novamente no Wacken, só que desta vez como atração e não em um concurso?

Castor: Bem, em 2008, já éramos parte do cast do festival, essa será a nossa terceira vez tocando lá e a segunda como banda convidada do festival. Tocar no Wacken é uma baita honra pois fazer parte do cast do maior festival do mundo ao lado de bandas que são responsáveis por você estar nessa vida é sem palavras! A estrutura do festival é também é inacreditável!

AE: Para mim é surreal. Primeira excursão com a banda, primeira vez tocando na Europa e primeira passagem pelo festival. Não há palavras para descrever minha excitação!

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Esta é uma pergunta que o blog tem feito às bandas em comum. É fato que existem bandas que pagam para abrir shows de bandas grandes, as chamadas ‘mainstream’. Este é um assunto polêmico. Gostaria de saber o que vocês acham disso?

Castor: Cara, na real, cada um aplica seu dinheiro aonde achar que certo. Se tem banda que acha que esse é o caminho pra poder ter divulgação ou conseguir tal coisa é problema deles. Eu acho isso totalmente errado, mas cada um trabalha da maneira que acha melhor. A maioria das bandas que optam por esse caminho geralmente não dura muito tempo ou nada, isso é fato. Então se tem bandas que ainda acha que dar dinheiro pro bolso dos promotores de shows é o caminho de se obter algum sucesso, então que façam a roleta russa e esperem a sua hora chegar... (risos).

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AE: Acho um absurdo! Na década de 80, o critério para a escolha das bandas de abertura num show era justamente o feedback do público com relação ao trabalho delas. Depois, nos anos 90, algumas bandas - prefiro não citar nomes – começaram a pagar propina para produtores de eventos e transformaram um espaço digno para bandas que buscavam crescer numa competição injusta que não representa os anseios da cena.

Podem deixar uma mensagem aos fãs.

Castor: Gostariam de agradecer aos nossos fãs que sabem o que o TS realmente é e nos apóiam pelo o que somos! E também a todos que trabalham e acreditam na nossa cena assim como você Vitor, Blog Arte Metal e nós músicos lutam pra manter a chama acesa no Brasil afora!!!

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AE: Vão aos shows, comprem os CDs e todo o material das bandas que vocês curtem. Bandas como a nossa só existem por causa de vocês! Obrigado a todos que nos apóiam. THE TORTURE NEVER STOPS!

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Sobre Vitor Franceschini

Jornalista graduado tem como principal base escrever sobre Rock e Metal, sua grande paixão. Ex-editor do finado Goredeath Zine, atual comandante do blog Arte Metal, além de colaborador de diversos veículos do underground.
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