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Angra: Entrevista exclusiva com o vocalista Edu Falaschi

Por Thiago Sarkis
Postado em 23 de julho de 2003

Em 2001 o Angra retornou à cena do metal com três novos membros e muitas dúvidas sobre o seu futuro. Dentre as novidades, o principal foco ia para Edu Falaschi, por passar a tomar conta dos vocais, posto de destaque desde o início das atividades do conjunto.

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Dois anos depois, com "Rebirth", o EP "Hunters And Prey" e até CD duplo ao vivo e DVD lançados, o Angra se firma ainda mais lá fora e conquista espaços nunca dantes imaginados no Brasil. Uma nova e real legenda como repetindo com méritos o feito do Sepultura.

O sucesso do grupo levou os músicos ao topo de suas carreiras, com agenda cheia, aparições em grandes redes de TV e viagens para todos os cantos do mundo. No entanto, ainda há muita polêmica sobre o retorno do Angra, o respeito aos fãs, a rivalidade com Shaman e até a qualidade duvidosa do ao vivo "Live In São Paulo".

Em entrevista exclusiva e bastante solta, apesar de alguns momentos com perguntas e respostas bem fortes, o maior símbolo - seja de amor ou ódio - da banda na atualidade, Edu Falaschi, soltou o verbo, falou da pressão de início, da atualidade do conjunto, a gravação do novo CD, projeto solo, as turnês no exterior, e muito mais. Confira abaixo:

Whiplash! - Como é que vão as coisas com o Angra? Vocês têm algumas datas pela frente ainda, certo?

Edu Falaschi / Temos uma só né, por enquanto, não sei. A gente tem um show lá em Minas no Pop Rock.

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Whiplash! - Você não acha meio estranho tocar num festival como esse? Digo, uma banda de metal tocando no Pop Rock, com outras bandas que não têm a ver com o estilo?

Edu Falaschi / Não. A gente tocou no Ceará Music em Fortaleza. No Pop Rock, a gente vai chegar lá e vai ser bom pra caramba. No Ceará Music tinha Skank, Rappa. Inclusive no show do Rappa... a gente era depois do Rappa, né? Do meio pro final do show do Rappa, a galera já tava gritando Angra, entendeu?

Whiplash! - É, isso é bom.

Edu Falaschi / É bom pra caramba, porque você toca para um público de quarenta mil pessoas. No Brasil é difícil você ter uma oportunidade assim. Antigamente ainda tinha o Monsters Of Rock, outros festivais e tinha como fazer isso. Agora o Brasil não tem mais, então os únicos festivais grandes são esses daí que eles estão misturando, né? A gente vai chegar e fazer nosso som lá.

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Whiplash! - E qual é a expectativa que você tem para esse festival?

Edu Falaschi / Eu tô tranqüilo cara. A gente está bem satisfeito porque só vamos tocar lá porque o público pediu. Eles fazem uma pesquisa antes e o público que pediu. Assim como no Ceará Music e tinha gente pra caramba pra nos assistir.

Whiplash! - Fora isso, como estão indo as coisas com a banda, os projetos...?

Edu Falaschi / Então, agora nós estamos fazendo algumas coisas paralelas. Todo mundo fazendo meio que workshop e tal. Eu também estou fazendo, fiz vários workshops pelo Brasil inteiro, e devo fazer mais alguns workshops no Sul, de novo, na última semana de Agosto. Vamos fazer isso até dia trinta, finalzinho de Agosto mesmo. E aí a gente já vai estar bem empenhado no disco. Dia primeiro agora de Agosto, vão ter algumas reuniões, não tão periódicas, mas já trocando algumas figurinhas de músicas e essas coisas assim. Aí depois do dia cinco de agosto a gente vai meter bronca e já começa a fazer a pré-produção do disco novo.

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Whiplash! / Sobre esses workshops que você vem fazendo e também o seu website que está bem equipado. Você pensa em alguma coisa solo?

Edu Falaschi - Ah, com certeza.

Whiplash! - Então isso é um projeto seu pro futuro?

Edu Falaschi / Acho que todo mundo precisa buscar evoluir né? Eu desenvolvi um estilo e sempre cantei de um jeito mais agressivo no Symbols, e que repercutiu mais. No Angra eu não posso fazer daquele jeito, entendeu? Tenho que respeitar também o estilo da banda, respeitar o que o som do Angra pede. Às vezes a música do Angra não pede isso, não tem como colocar tanto drive ou tanta agressividade, ou colocar um negócio tão metal assim, porque aí a música do Angra começa a ficar destoada. Então o que eu procuro fazer no Angra é, de repente, dar uma mesclada, pra ficar dentro do estilo da banda. No próximo disco, eu já sei que vão ter algumas coisas mais pesadas.

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Whiplash! - Vai ser um trabalho mais pesado que o "Rebirth"...

Edu Falaschi / Não sei porque não ouvi todas as músicas, mas de vocal eu pretendo fazer uma linha um pouco mais próxima do que eu fazia no Symbols. A gente tá bem sério e vai fazer algumas coisas diferentes no próximo disco, um pouco mais pesadas. Mas não sei como vai ser no total porque não ouvi todas as músicas. Então como você disse no projeto solo, eu gosto de cantar sons mais pesados. Curto música lenta também, mas tenho meu próprio estilo de compor, que geralmente soa um pouco mais pesado. Então eu tenho uma idéia de, de repente, lançar algo solo, não sei quando vou poder fazer isso, porque agora a gente vai lançar o disco do Angra no começo do ano que vem e já vai sair em turnê e aí devemos fazer shows até o meio de 2005. E queremos dar bastante ênfase no Brasil também e fazer mais shows no Brasil do que a gente fez. Tem uma procura grande de shows e a gente acabou deixando um monte de show pra fazer, porque demos preferência pro exterior, por causa desse papo de banda nova e de ter que ficar provando que o Angra continuava a mesma coisa. Agora já acabou essa aprovação. Tipo, quem gostou, gostou, quem não gostou... (risos) não gostou, entendeu? A gente está com uma repercussão grande no mundo inteiro, inclusive o Angra alcançou mais horizontes do que tinha alcançado no passado. Não imagino o porquê disso, mas de repente a gente foi para os Estados Unidos e o Angra nunca tinha ido pra lá. Foi uma experiência nova e não é que nem ir pra França ou pro Japão.

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Whiplash! - Como foi lá nos Estados Unidos? Tiveram poucas pessoas nos shows, certo?

Edu Falaschi / Nós fomos pra fazer um show na verdade. A gente foi pro ProgPower, e esse show sim tava chapado e a gente foi a penúltima banda, uma das principais da noite. Como a gente tava lá nos Estados Unidos, pensamos em fazer alguns shows, só pra ver como é o lance. Então a maioria dos shows, fora o ProgPower, foram pequenos, para duzentas, quatrocentas pessoas, como se fossem uns pocket shows. É uma coisa que a gente nem divulgou e lá também não tem muita divulgação. Eu sei que a gente fez uns shows legais. Em Nova Iorque tocamos num lugar super importante que o Iron Maiden tinha tocado no começo da carreira. O camarim com fotos dos caras bem antigamente com o Paul Di' Anno. Esse show tinha umas quinhentas pessoas, mas eram bem menores do que estes que estamos acostumados, no Brasil, Europa.

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Whiplash! - Voltando um pouco, para esse trabalho de estúdio novo vocês já têm alguma coisa programada? Produtor...?

Edu Falaschi / Provavelmente vai ser o Dennis Ward de novo. Nós já até conversamos com ele sobre como agir no próximo disco. A gente já sabe que vai dar um pouco mais de liberdade para as percussões. O Dennis não tinha trabalhado com o Angra ainda, então ele não entendeu direito o lance das percussões. O disco era pra ter mais coisas e acabou ele tipo limando. Mas pro próximo disco com certeza a gente já tá bem mais entrosado e ele já entendeu o espírito da banda. O próprio "Hunters And Prey" já tem outro som. Acho que esse próximo disco vai surpreender muita gente e a galera vai se surpreender mesmo pela performance particular de cada um. Todo mundo está tentando se superar. Como já passou essa fase da aprovação, ficar todo mundo certinho, ter que provar pra todo mundo que o Angra é isso e aquilo, agora a gente vai chutar o balde e vamos inovar, fazer coisa diferente. Lógico que vamos manter o metal melódico com elementos da música clássica, mas vamos fazer um lance novo, e colocar um pouco mais de peso no som das guitarras e no meu jeito de cantar. A tendência é mais ou menos essa.

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Whiplash! - O "Rebirth" foi um álbum mais cauteloso...

Edu Falaschi / Foi, com certeza.

Whiplash! - Estavam entrando três membros novos, tinha que tomar um pouco de cuidado.

Edu Falaschi / O "Rebirth" era o seguinte... se a gente mudasse tudo, cada um faz do seu jeito e vamos ver no que dá, provavelmente a galera ia falar: "soou diferente porque tem gente nova" e não iam falar que "soou diferente porque os caras quiseram". Aí iam partir para aquele "agora mudou, a gente não gosta mais". Poderia acontecer isso. Então foi uma estratégia que adotamos de manter o disco bem próximo ao estilo da banda que sempre foi. A gente sabia que a galera gosta muito do "Angels Cry", né? Então fizemos um disco muito mais direcionado para o "Angels Cry" que pra qualquer outra coisa. Por isso que ele é mais certinho, é pensado, como eu te falei. Não que o próximo disco vai ser uma porra louquice. Não vai ser. Vai ser super pensado, trabalhado, mas falando técnica e musicalmente a gente estará mais solto. Eu tenho umas dez músicas basicamente prontas e devo gravar demos com arranjos de teclado, baixo, bateria e vou passar pro pessoal. Não sei se as minhas músicas vão entrar, entendeu?

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Whiplash! - No "Rebirth" algumas entraram né? "Heroes Of Sand"...

Edu Falaschi / A "Nova Era" é minha, o Kiko fez aquela parte do solo. A "Heroes..." é minha, a "Bleeding Heart", "Judgement Day" também. Era um momento que a gente precisava estar junto mesmo, mostrar que a banda estava unida. E agora estamos juntos ainda, só que as músicas que têm prioridade são as músicas do Kiko e do Rafael. Eles são os donos da banda. Então não sei se minhas músicas vão entrar. Estou fazendo bastante música, se acharem boas, eles vão querer colocar né? (risos). Mas o lance é que as músicas estão prontas e até o final da próxima turnê já espero estar com tudo mais ou menos organizado pra lançar um projeto solo. Não sei se vai chamar Edu Falaschi, provavelmente não. Mas alguma outra banda, tipo um outro nome, como foi o caso do Avantasia. Mas eu não vou fazer isso né, operinha e tal. Pretendo fazer um lance mais pesado mesmo. Se as músicas que compus não forem pro Angra, já tenho um direcionamento pra elas, com uma outra saída para essas músicas, pois as composições estão bem influenciadas pelo estilo do Angra. Está bem esforçado e dedicado ao Angra. Se não entrar, dá pra mudar algumas coisas, tirar um pouco do estilo do Angra e meter bronca.

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Whiplash! - Agora sobre esse reconhecimento e apoio da mídia que falamos anteriormente. Vocês estão recebendo apoio até de grandes redes, a Globo por exemplo. Como está sendo essa relação com a mídia e o reconhecimento nas ruas?

Edu Falaschi / A gente está aproveitando que o pessoal realmente está gostando, pois nunca teve apoio de mídia assim pra heavy metal. Fizemos um trabalho bonito no "Rebirth" e muita gente, não só quem curte metal, acabou gostando. Então a gente tá recebendo este apoio da grande mídia e eu fico feliz, pois os caras estão considerando o heavy metal, uma banda como o Angra, como uma banda mainstream, grande. Tanto é que nos chamaram pra tocar com Skank, Charlie Brown Jr., que são bandas gigantescas aqui no Brasil né? Não são de metal, mas são grandes pra caralho. Eu fico feliz porque os caras consideram Angra e Sepultura como bandas grandes, no mesmo nível. Em outro estilo, mas naquele nível que tem público grande pra caramba, ganha disco de ouro. Fico super satisfeito. E você falou sobre o reconhecimento nas ruas, eu não ligo não... não tô andando com segurança, tá ligado? (risos)

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Whiplash! - Mas você tem sido reconhecido e há muito assédio...

Edu Falaschi / Se você vai num lugar que tem maior concentração de gente é mais fácil de te reconhecerem e virem falar com você, né? Então muitas vezes eu vou a restaurantes, e a galera reconhece, vem falar comigo. Em Shopping também. Aliás, tem caso meu de confusão em Shopping Center e de segurança ter que me tirar.

Whiplash! - (risos) Como foi isso?

Edu Falaschi / A gente estava num restaurante e tinha um grupo de moleques, uns trinta assim, na praça de alimentação, a molecada reunida lá. E eles começaram a gritar Angra e Edu. Aí os seguranças falaram com a molecada. Quando eu saí do restaurante, os moleques começaram a gritar de novo, alto pra caramba e os seguranças ficaram putos. E aí os seguranças vieram falar comigo que eu ia ter que sair fora (risos gerais). Eu falei que eu não tinha nada a ver com a história, pô, não fiz nada. Aí eles falaram: "se você ficar aqui os caras vão ficar gritando e a gente vai ter que te tirar" (risos). Puta, aí eu tive que sair fora. Tinha uma saída escondida lá e eu saí fora.

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Whiplash! - (risos). Bom, mas sobre essas apresentações na TV, rola muito papo de coisa apelativa, de que o Angra está se vendendo. O que você diria sobre isso?

Edu Falaschi / Eu acho assim cara... eu queria convidar as pessoas a procurar onde tá o dinheiro da venda, porque eu não tô vendo nada. Se a gente tá se vendendo tem que ter dinheiro né? Não vou me vender de graça, cacete... então se a gente tá se vendendo pra mídia, eu queria colocar todos os fãs que falam isso pra procurar na minha conta corrente, procurar, sei lá, aqui em casa, de repente o dinheiro tá aqui e eu não tô achando.

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Whiplash! - Mas esse lance de música da Copa, Globo Esporte, de repente não dá uma forçada de barra, e vocês sabem que é algo que poderia incomodar os fãs?

Edu Falaschi / A gente não pode pensar nessa meia dúzia de fãs que são os caras retrógrados, os caras que ainda pensam com aquela cabeça de 1980, que heavy metal é a lei, que heavy metal é sangue. Isso é muito ultrapassado, isso é muito velho meu. Tem que mudar, a banda andou, o estilo está aí imposto de novo, a banda cresceu, ganhou disco de ouro, sendo considerada banda grande no Brasil, o que nunca tinha acontecido. Crescemos bastante na Europa também e no Japão o Angra cresceu mais ainda do que tava. Então os caras têm que pensar pra frente. Tem que ir na televisão mesmo pra mostrar o estilo, senão o estilo vai morrer. Se os caras que tão à procura de show vêem que na televisão está a maior falação de metal, os caras dando oportunidade, o Serginho Groisman falando: "pô, vocês só vieram por causa dos fãs que mandaram email pra caramba", isso aí repercute não só pro Angra, mas na cena metal. E a gente está lá colocando uma bandeira dizendo assim: "O Angra é um estilo de heavy metal, e heavy metal não é só balançar a cabeça e fumar maconha", entendeu? Esta bandeira é a que a gente está colocando e os caras estão entendendo. O heavy metal é um estilo de música. Os caras acham que o público de metal é aquele que vai quebrar tudo, que fica em casa sem fazer nada, não sai, não sabe porra nenhuma da vida, e por isso a gente saiu bastante. E esse lance da Copa, Esporte Espetacular... nenhuma dessas coisas a gente que foi atrás, por isso é que é legal.

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Whiplash! - A procura foi deles...

Edu Falaschi / É. A Copa foi no Japão e a gente tava indo pra lá na mesma época, e os caras ficaram sabendo e aí eles tiveram a idéia de fazer uma versão de uma música de futebol antiga pra homenagear a seleção brasileira, entendeu? Aí eles nos perguntaram se não queríamos fazer uma versão para "Pra Frente Brasil" e homenagear o Brasil. Todo mundo gosta de futebol e a gente ficou super feliz. A única coisa que a gente impôs foi que a nossa versão fosse heavy metal. Não íamos fazer versãozinha baladinha para entrar na televisão. E aí eles falaram que com certeza. Se você já ouviu a música... a música é metal pra cacete, só que ela é em português. Tem dois bumbos pra caramba. Pô, falar que a gente se vendeu tocando dois bumbos meu? Se a gente fosse se vender ia tocar sertanejo, tá ligado?

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Whiplash! - Falando nessa questão de cantar em português... vocês lançaram "Caça e Caçador" no EP. Ela às vezes soa bem estranha. Como é isso pra vocês? O que você achou do resultado ouvindo ela em português? Também estranhou?

Edu Falaschi / Quando eu fui cantar principalmente, eu estranhei bastante, porque eu não cantava em português há muitos anos. A gente percebeu lá fora que vinha muita gente falando pra gente cantar em português e a MPB na França, por exemplo, é forte né? Os caras adoram Tom Jobim, João Gilberto. Por isso que a gente fez... mas antes, em respeito ao público do Brasil, a gente fez uma enquête no nosso site e o resultado era de uns 60% falando que sim. Depois dos shows a gente viu que a galera gostou sim. É claro que não dá pra ser unânime né.

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Whiplash! - Agora tem um ponto que ficou bem estranho para os fãs que foi o lançamento do CD e DVD ao vivo, que não ficaram muito legais. Há algumas falhas pitorescas. O que você falaria desse material?

Edu Falaschi / Foi bom você falar disso que aí eu posso explicar. A gente tava fazendo os primeiros shows da turnê quando gravamos esse da Via Funchal. E era aquele momento... tinha uma energia no ar diferente do lançamento de um disco normal. Nos shows a gente via que tinha uma emoção a mais no ar. A gente percebeu que o público tava tipo histérico, muita gente chorava, falava "não acredito que os caras voltaram". Foi uma coisa bonita pra caramba. Quando percebemos isso, vimos que era um lance muito legal e que tínhamos que registrar aquilo pra ficar na história do Angra. Aquela alegria, aquela coisa da banda que você pensa que vai acabar, e a banda continua, aquilo lá não ia ter mais, a não ser que a banda acabe de novo e volte de novo. Mas naquele momento não tinha outra opção a não ser gravar algum show pra manter aquela imagem, aquela fase pra sempre e dar um presente para os fãs. Gravamos o vídeo e o som do show pra fazer a produção do show e lançar mais pra frente. Um dos erros foi que a gente não chamou o Dennis pra acompanhar as gravações, porque ele é que ia mixar lá na Alemanha. Esse foi o primeiro erro. E o mais certo seria lançar um CD ao vivo de agora, dos últimos shows, pois a banda está bem mais entrosada, estamos tocando muito melhor juntos. A gente poderia ter feito isso, mas em relação à emoção do público, a essência não seria a mesma. Ainda é legal. Fomos pra cidades que o Angra nunca tinha ido e é bom pra cacete. Só não seria a mesma coisa daquela época.

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Whiplash! - Desde o começo o Angra é cercado por aquele papo de banda lançada, promovida demais, etc. E aí vem a questão de um desrespeito com os fãs que de repente surge com esse material ao vivo...

Edu Falaschi / A gente deveria ter chamado o produtor, porque ele sim ia saber como fazer com a posição dos microfones, como ele ia querer fazer para mixar depois. E a gente mesmo fez isso. Foram os caras que levaram o estúdio móvel que microfonoram, mas meu, os caras não têm a mínima competência perto dos gringos pra fazer essas coisas. Aí nós acreditamos na equipe brasileira, e no final das contas, quando a gente mandou o material pro Dennis, ele ligou pra gente puto e disse que não tinha condição, que estava muito ruim. Ele citou um monte de problemas que tinha realmente. Ele disse: "a qualidade de captação do público está muito ruim".

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Whiplash! - Realmente, do público está muito ruim...

Edu Falaschi / Muito ruim. Infelizmente a gente teve o azar dessa captação ruim. Mas aí o Dennis, pelo que tem no CD, e se você ouvisse o que era, ele fez mágica (risos). Por ser um grande produtor, ele arrumou tudo, o máximo possível perto do que tava. Minha voz está super lá no fundo, um puta eco gigantesco. Eu falei com o Dennis que tava com muito eco e tal. E ele tava me explicando que pelo problema no meu microfone, pois a captação não tava boa, ele teve que colocar um efeito um pouco a mais. Primeiro ele falou que o local era a grande e a gravação não tava passando isso. Era um local para 7.000 pessoas que estava lotado e não passava isso. Ele explicou dos problemas técnicos e tentou trazer o som um pouco mais para a realidade e disse que não tinha condição de lançar como estava. A música é aquilo lá que eu cantei, mas ele colocou um efeito de eco, de teatro, que ficou um pouco exagerado, mas foi feito na mixagem e não teve outro jeito. O que importa é que a gente lançou o CD, muito bem vendido no Brasil, e lançado em alguns lugares na Europa. E sobre a questão do respeito, a gente lançou porque muita gente pediu e também porque assim... e eu queria que você marcasse bem isso: os CDs e o DVD são como presentes para os fãs, para os caras guardarem de cabeceira essa época pra sempre. Aquela energia, loucura, frenesi, não se repetem. Então isso sim é importante entender. E esse lançamento não impede um futuro ao vivo do Angra, daqui a alguns CDs, aí sim tomando todos os cuidados pra não acontecer de novo o que aconteceu. A gente quis fazer algo de verdade para os fãs e aí a gente gravou um CD que achamos legal pra caramba. Se você analisar o show em si, musical e emocionalmente, é um puta show. E esse lado também tem que ser considerado. Eu escuto um CD, não escuto a mixagem com ouvido técnico. Você pega os primeiros discos do Iron Maiden, do Dio, Black Sabbath e as gravações são péssimas. Não quero ouvir só um "Somewhere In Time" todo produzido e tal... ouço o "Killers" e eu adoro. Então essa questão do desrespeito...

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Whiplash! - Eu mesmo havia colocado isso numa resenha...

Edu Falaschi / Mas na verdade essa questão do desrespeito não existe. Muito pelo contrário. A gente ama os fãs porque eles é que fizeram a banda renascer. A gente deve tudo aos fãs. O CD é um presente aos fãs e a gente concorda que tem muitos defeitos, principalmente o DVD. Nós tínhamos vontade da gente mesmo ter feito o lance. Seria desrespeito, como vários artistas, colocar o DVD na mão de alguns produtores e falar para fazerem, que vai dar dinheiro pra caramba e manda lá de qualquer jeito. Isso seria algo que nunca faríamos. A gente mesmo escolheu as cenas de backstage, editou as músicas, imagens e isso ninguém cita. O lance principal do DVD é o show, mas tem muitas outras coisas legais. A gente teve problema no lado técnico que não vamos repetir no futuro, mas serviu como experiência. E ainda respondendo à questão do desrespeito, nunca ocorreu isso e nunca vai ocorrer. Eu posso desrespeitar qualquer coisa, menos o meu fã, tá ligado? Vou desrespeitar esses políticos desgraçados que não fazem porra nenhuma, o país está morrendo, totalmente à deriva, a pirataria comendo solta, ninguém faz porra nenhuma. Todas as gravadoras brasileiras, 99% delas estão falidas. E não as gravadoras pequenas, as grandes mesmo. E as gravadoras vão fechar mesmo. Tem várias multinacionais que eu já sei de bastidores que vão fechar. EMI e essas gravadoras todas vão fechar se continuar como está. Isso sim a gente tem que desrespeitar, isso sim a galera tem que criticar entendeu?

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Whiplash! - Falando nessa questão de política. O que você está achando do governo do Lula?

Edu Falaschi / Eu não acho nada cara, porque ele tá lá há seis meses só né? Assim, particularmente eu gosto do cara, sempre gostei. Só que ele tá fazendo muita propaganda. Toda hora ele tá falando que vai fazer, falando que ele é isso, que ele é aquilo e não vem resultado nenhum.

Whiplash! - Não está aparecendo mesmo...

Edu Falaschi / É, não tá aparecendo nada. De repente ele está trabalhando de uma outra forma, mexendo mais do lado interno, do que a gente não vê. Diferente do Maluf que faz uma rua aí e todo mundo vê e fala "ô, o cara é bom". Ele era esperto nesse ponto. Mas assim, eu acho que o país está muito mal. A violência tá algo absurdo, absurdo cara. A gente viajou o mundo inteiro e isso não existe em lugar nenhum do mundo. Nem nessa guerra do Iraque que teve aí morreu tanta gente quanto morre aqui no Brasil. Isso sim a galera tem que se conscientizar.

Whiplash! - Voltando ao Angra... nessa época do retorno da banda, você sabia que sofreria uma pressão mais forte do que os outros que entraram com você...

Edu Falaschi / É, verdade.

Whiplash! - Como você sentiu essa pressão, as comparações com o André...?

Edu Falaschi / Sinceramente eu achei que eu fosse sofrer mais pressão. Tanto que eu já vim com o lado psicológico super preparado. A gente conversava muito, eles me deram um grande apoio. O próprio Bruce Dickinson quando substituiu o Paul Di' Anno, ele recebia cusparada até. E hoje em dia ele é o Bruce Dickinson né. O próprio vocalista do Van Halen quando saiu...

Whiplash! - O David Lee Roth... quando o Sammy Hagar entrou.

Edu Falaschi / Isso. Quando saiu o David Lee Roth, o Sammy Hagar foi super vaiado no começo e depois ele virou o que é hoje em dia. Então isso sempre acontece numa troca. O Dio, quer melhor vocalista no mundo do que o Dio? Eu tava lendo uma entrevista e quando ele entrou no Black Sabbath, os caras caíram matando no Dio. Isso é normal. Mas sinceramente eu pensei que fosse ser bem maior. E o que aconteceu foi que a gente chegou com uma postura bem mais humilde do que a banda tinha. A gente chegou com uma postura de chegar e fazer o som. Não chegar e falar que fizemos faculdades, falamos quinhentas línguas. Isso não interessa. O que interessa é você abrir a boca no palco e cantar. Você ficar fazendo um puta marketing nas entrevistas falando que é o 'lord' da Inglaterra, tá ligado? (risos) Pra mim não interessava isso daí. A gente falava "só tem uma opção, acertar no palco". Não adianta fazer uma mídia animal. Eu também falo várias línguas... falo, inglês, espanhol, português e falo italiano, falo quatro línguas então. Não vou ficar usando isso de marketing pra mim. Eu sou um cara autodidata, toco piano, violão, baixo, guitarra, bateria, e não saio falando isso, porque não sou multi instrumentista. Sou o vocalista. O importante é chegar no palco e cantar de verdade. Uma coisa que me irrita é que o marketing às vezes é mais forte do que a realidade. Precisamos abrir os olhos pra ver quem canta, quem não canta. Não só isso. Inclusive nessas turnês européias, eu cansei de ver banda em que os caras tocavam com os bumbos da bateria gravados. Bandas conhecidas no Brasil e que os caras falam bem pra caramba... cansei de ver banda assim com os bumbos gravados, o vocalista cantando com as vozes gravadas.

Whiplash! - E não dá pra citar uma?

Edu Falaschi / Não, não falo nome. Mas tem muito mais de uma. Tipo, vocalista vai cantar, aí canta a música inteira, chega na hora do agudo ele só dubla, porque já tem o agudo gravado. Isso está cheio na Europa, e a galera tem que pensar duas vezes antes de começar a gostar ou falar bem de uma banda pra falar mal de outra. Mas assim, no começo que você falou da pressão lá, pra mim foi super tranqüilo. Eu fiz vários shows e posso te jurar de pé junto que eu não tive um cara, pelo menos ao vivo, na minha cara, tacando coisas, me xingando. Dei meu melhor em todos os shows que fiz, principalmente nas músicas antigas, mostrar que eu conseguia fazer as coisas que o André faz. É claro que soa diferente, porque eu sou outro cara, não sou clone do André. Ainda bem porque eu nunca ia querer cantar que nem o André. É o estilo dele. Eu gosto do cara, ele fazendo aquilo é muito bom. Agora eu fazendo aquilo, aqueles falsetinhos lá, na minha voz não sai legal. Então, de longe eu não queria cantar que nem o cara.

Whiplash! - Aproveitando isso aí, qual a sua opinião sobre o Shaman? Acabou criando uma rivalidade entre as duas bandas...

Edu Falaschi / Eu acho que o Shaman é uma puta banda boa. Os caras são bons pra caramba, são bons músicos. Mas como o Shaman, tem outras bandas boas também. A gente não pode pensar "ah, o Shaman é rival". E as outras bandas? Edguy, Stratovarius, Blind Guardian, Symphony X, Nightwish. Pra mim é a mesma coisa do Shaman. É que o pessoal mistura porque eles eram do Angra.

Whiplash! - É, mas ficou essa rivalidade aí...

Edu Falaschi / Ah, mas puta, sinceramente eu não tô nem aí. E acho que os caras também nem tocam no assunto, já saturou. E isso é bom porque cada um segue seu caminho. Encontrei com o André na França, ele veio falar comigo. Gente boa, nada a ver.

Whiplash! - Falando de outra coisa... o que você tem escutado ultimamente?

Edu Falaschi / Eu tenho escutado o último disco do Children Of Bodom. Tenho escutado também uma banda que chama Angel Dust, legal pra caramba. Tenho escutado bastante o "Seventh Son Of A Seventh Son" do Iron Maiden, tenho escutado o "Big Generator" do Yes, que também é uma banda que eu curto.

Whiplash! - E das bandas novas qual que você destacaria? Talvez com um vocalista interessante que te chame a atenção.

Edu Falaschi / Deixa eu pensar... é... (N. do E.: demora um pouco).

Whiplash! - O Audioslave, por exemplo, é uma banda que te chama atenção?

Edu Falaschi / Pô cara, bem lembrado. O Audioslave... inclusive comprei o CD pra ver, porque os caras têm uma pegada animal. Uma guitarra absurda, e tem um lance que passa uma energia boa. Mas o Chris Cornell que é o vocalista eu já curtia desde o Soundgarden. Eu acho o cara um puta vocalista, bom pra caralho. Tem aquele vocalista que era do Ark...

Whiplash! - O Jorn Lande...

Edu Falaschi / Isso, o cara é muito bom, canta pra caramba. Esses caras sim. O cara que era do Conception e que agora tá no Kamelot... o Khan. Esse cara canta muito ao vivo. Tem vários caras bons. Tem uma banda alemã que chama Rawhead Rexx...

Whiplash! - Ah, sei sim. Conheço a banda.

Edu Falaschi / Então essa banda, o vocalista é absurdo também, animal. E são bandas que não aparecem tanto. O pessoal tem que parar de engolir historinha de cara que fica fazendo marketing. Esse tipo de atitude eu abomino, porque não mostra a verdade. Eu podia sair falando que comecei a cantar com oito anos, nasci já sabendo voz. Porque voz tem o lance de estudar, mas tem bastante coisa de você já ter um talento, se você começa a cantar cedo e tal. Meu pai cantava, meu irmão canta pra cacete, o Tito Falaschi. Tem o Nando Fernandes também, que é um dos maiores vocalistas do Brasil, cantava num Deep Purple cover...

Whiplash! - Não conheço...

Edu Falaschi / Ele cantou num disco chamado "Shining Star"...

Whiplash! - Ah sim, canta muito realmente.

Edu Falaschi / Então, o cara canta muito. Você ouve e fala "esse cara é absurdo". E o cara não tá aí, porque ele não fica falando que se formou e não sei o que, e dançou balé junto com Baryshnikov, que bebe vinho todo dia porque é bonito, tá ligado? Mas o cara canta pra caralho. Eu fico um pouco irritado porque a galera cai numas mentiras, cai nuns negócios tipo de glamour. Primeiro de tudo vê se o cara canta, canta aí, abre a boca. Se o cara cantar, aí sim você começa a ver as outras coisas. Não dá pra ficar ouvindo besteira que o cara é ou que não é. O que importa é ali de verdade ao vivo, cantar e tocar de verdade.

Whiplash! - E o Massacration?

Edu Falaschi / (risos) Pô, o Massacration é cômico né? Os caras são amigos nossos. O Bruno que é o vocalista, o ator, é super fã do Angra desde antigamente.

Whiplash! - E ele canta mesmo, né?

Edu Falaschi / Canta, parece que ele tinha uma banda de cover. Quando a gente topou o convite, ele falou: "cara, não acredito que tô gravando com vocês... sou fã pra caramba" e tal. Tanto que eu me surpreendi quando a gente foi no programa deles na MTV, ele cantou a "Nova Era", e cantou mesmo. Então eu falei: "caraca que engraçado, o cara decorou mesmo, é fã mesmo".

Whiplash! - Vocês curtiram fazer...

Edu Falaschi / A galera achou engraçado, mas é uma tiração de sarro né?

Whiplash! - E ficou legal porque é uma tiração de sarro com embasamento no assunto...

Edu Falaschi / É, o cara conhece mesmo. Ele não é um mané. O cara curte heavy metal pra caramba e entende. Ele sabe. Não é como algumas pessoas da MTV que eu vejo lá falando de heavy metal e... você vê que o cara não é nada, tá ligado? Se o cara saca um pouquinho de metal do nu metal pra cá é muito. Os caras não sabem nada. O único que manjava mesmo de metal na MTV era o Gastão e que, aliás, faz uma puta falta né? Porque a MTV hoje em dia é só marketing. É só gravadora, só dinheiro, só artistinha pop. Até passa metal, eu já vi metal às três da manhã.

Whiplash! - Nesse horário passa né? (risos)

Edu Falaschi / Agora os caras tratam o heavy metal como se fosse um lance inexistente. Por serem um canal de música, eles teriam que abrir espaço pra todo mundo. Se o heavy metal fosse um lance que tivesse vinte fãs, eu até concordo. Mas tem muito fã de metal, mas muito, muito, muito. Os caras nem imaginam o quanto. A gente faz um show como o último que a gente fez no Credicard Hall e tinham quase sete mil pessoas nesse show. E aí os caras vão fazer showzinho com essas bandas que eles adoram colocar. Não digo nem essas bandas gigantes. Eu falo esses artistas da Trama, tá ligado? Esses caras aí, o Jairzinho... os caras adoram colocar isso aí porque é diferentinho, porque é meio à modinha européia, o jeito do cara se vestir, meio clubber. Mas o público que tem de metal dá de vinte a zero nesses caras. E eu já vi show desses caras aí com quatrocentas pessoas. E os caras estão lá.

Whiplash! - É verdade... essa onda 'cult'.

Edu Falaschi / Eu fico um pouco chateado com a MTV porque eles tratam o metal como inexistente. A única coisa que tá entrando um pouco ali ainda é o Shaman porque a mina do cara trampa lá. E ali o que aparece um pouco de Shaman é a camiseta da banda, clip, coisa do tipo. O que eu até não concordo muito porque a Penélope é uma apresentadora e teria que ser um pouco imparcial. Não acho tão profissional, mas... tudo bem, tá certo. O que importa ali é questão dos dois, tudo certo.

Whiplash! - E do que é exibido de pop rock, alternativo na MTV. O que você acha que um fã de heavy metal com a cabeça aberta poderia ouvir?

Edu Falaschi / O Silverchair. Pô, o Silverchair é pop, mas é super pesado. A guitarra do cara é do caralho, puta distorção fudida. Umas idéias diferentes de arranjo. E é legal você ouvir de tudo, não ter preconceito com nada. É lógico que também não vou comprar todos os CDs do Silverchair, mas de repente ouvir algo diferente. Pára e ouve um chorinho. Aí fala: "nada a ver, meu pai que curtia isso aí". Não é metal, mas você ouve e fala: "olha esses arranjos de violão que absurdo". Então é bom você curtir várias coisas, ou de conhecer, assim, ou no mínimo respeitar. Mas é o que eu digo, respeitar os caras que merecem respeito. Não respeitar os caras que aparecem na mídia com marketing. Não os caras que chegam e falam que são isso e que são aquilo. Esses caras você tem que ver se é verdade. Porque senão a Kelly Key fala que estudou canto num sei aonde, que fez faculdade de música e sei lá o que. Aí todo mundo ia curtir a Kelly Key. Só que não canta porra nenhuma entendeu? Tipo assim, você tem que curtir primeiro, ver se a coisa é verdadeira e aí sim você vê que o lance merece respeito, porque é bom.

Whiplash! - E outros conjuntos...?

Edu Falaschi / Eu te digo que não sou fã dos caras, não curto muito o som, mas o Charlie Brown Jr. é uma banda em que todos os caras tocam bem. Eu os conheço desde moleque e inclusive a banda deles já tinha esse nome, só que era em inglês e era meio thrash metal. E aí tocou o Charlie Brown, o Mitrium e depois o Angra. Eles abriram pro Mitrium e eu tive a oportunidade de assistir o show dos caras e já era amigo dos músicos também, o próprio Champignon que é o baixista ia sempre lá em casa e tal. Agora, eu sei o quanto esses caras tocam. Eles faziam Steve Vai cover, Malmsteen cover. Era brincadeira, o Marcão tocando guitarra você dá risada, porque o cara é um absurdo tocando guitarra. Só que naquele som eles não mostram nada, né? O Skank também que eu vi ao vivo, tocamos com eles lá no Ceará Music. Os caras ao vivo são muito bons. Ninguém faz melhor aquele som do que aqueles caras. Não é porque o cara não colocou um refrão agudo na música que eu não vou gostar. E também tem essas bandas de pop rock, você citou o Audioslave, tem o Silverchair, tem... uma banda que sempre curti muito e que se a galera for parar para analisar a técnica dos caras e a técnica de composição dos caras dá pra ver que é foda, é o Tears For Fears.

Whiplash! - Eu imaginei que você fosse falar deles. Aproveitando, você chegou a ver o DVD do A-Ha?

Edu Falaschi / Não vi. Mas eles fizeram um show em São Paulo. Minha noiva tava muito afim de ir também e tal, e aí no show eu vi um monte de metaleiro de cabelo cumprido e que vieram falar comigo: "Ô Edu, você tá aqui e tal..." (risos). Mas é engraçado porque o cara canta muito bem. Se aquele cara cantasse metal ia ser absurdo. A banda é muito bem entrosada. Eu gosto bastante, mas tem muita coisa boa... o Supertramp, quando faziam um som mais progressivão. O mundo está cheio de coisas boas e está cheio de coisas mentirosas também. Principalmente no metal, porque se tem coisa mentirosa é no metal, pode ter certeza disso. A gente tem viajado o mundo inteiro e visto isso aí... nossa... (N. do E.: Fica até sem palavra).

Whiplash! - É triste né?

Edu Falaschi / É triste, e põe triste nisso. Porque você batalha pra cacete pra mostrar seu talento e mesmo que você esteja meio resfriado, não mostre os 100%, mas você está mostrando ali com garra a verdade do que você é. Aí chega um cara com tudo gravado e todo mundo gosta. Inclusive isso é tão comum na Europa, no Japão... que quando a gente foi pro Japão, quando a gente foi passar o som, o técnico de som do Japão perguntou pro Aquiles assim: "Em que canal tão os bumbos gravados?". E o Aquiles falou: "cara, quê isso? Como assim?" (risos gerais). O cara explicou e perguntou em que canal estava pra saber, equalizar e tal. O Aquiles explicou que a gente não tinha nada gravado. O que temos de gravado são algumas coisas de teclado, de orquestra.

Whiplash! - Essas coisas rolam, mas não sabia que chegavam a tal ponto...

Edu Falaschi / É absurdo e pra eles é comum. E pra nós isso não existe. O Aquiles deu muita risada. E se tem um cara que toca muito, e de verdade é o Aquiles. Esse cara é um absurdo. Você vê ele tocando de perto e realmente não dá pra acreditar que o cara chegou naquele nível. Então a gente fica assim: "onde vai parar isso?". Tá virando Xuxa. Metem o pau em Britney Spears e tá cheio de banda de metal fazendo igual. Mas eu confio no público de heavy metal, porque é um público esclarecido e que entende de música.

Whiplash! - Bom Edu, vamos chegando ao fim. Você gostaria de mandar alguma mensagem? O espaço é seu...

Edu Falaschi / Queria agradecer muito o apoio dos fãs. Estamos contentes com o que estamos vivendo e podem ter certeza que vamos trabalhar muito no próximo disco. Queria agradecer também ao Whiplash!, ao João Paulo Andrade, a você, que estão sempre nos dando apoio. Queria só deixar essa mensagem pra galera não engolir qualquer coisa e não entrar nesses lances de marketing.

Site Oficial de Edu Falaschi - http://edufalaschi.angra.net.
Site Oficial do Angra - http://www.angra.net.

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Sobre Thiago Sarkis

Thiago Sarkis: Colaborador do Whiplash!, iniciou sua trajetória no Rock ainda novo, convivendo com a explosão da cena nacional. Partiu então para Van Halen, Metallica, Dire Straits, Megadeth. Começou a redigir no próprio Whiplash! e tornou-se, posteriormente, correspondente internacional das revistas RSJ (Índia - foto ao lado), Popular 1 (Espanha), Spark (República Tcheca), PainKiller (China), Rock Hard (Grécia), Rock Express (ex-Iugoslávia), entre outras. Teve seus textos veiculados em 35 países e, no Brasil, escreveu para Comando Rock, Disconnected, [] Zero, Roadie Crew, Valhalla.
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