O significado de "moro com a minha mãe, mas meu pai vem me visitar" em "Pais e Filhos"
Por Gustavo Maiato
Postado em 08 de maio de 2024
A música "Pais e Filhos", da Legião Urbana, foi lançada no álbum "As Quatro Estações" de 1989. Nela, Renato Russo reflete sobre diversos assuntos, mas o principal deles é a relação entre pais e filhos.
Em certo ponto, Russo começa a enumerar diversas situações que costumam acontecer nesse tipo de relacionamento e que todos podem de certa forma se identificar ou conhecer alguém que já passou por situação similar – como mudanças de casas, pais separados, cuidar dos pais quando eles ficam mais velhos etc.
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No caso do famoso trecho "moro com a minha mãe / mas meu pai vem visitar", alvo dessa análise, o cantor e compositor está falando justamente sobre essa coleção de momentos que são representativos dessa relação – no caso, os pais separados. Confira a análise de alguns sites sobre esse trecho abaixo.
Canal Musicália
"Quando ele fala que mora com a mãe e o pai vem visitar, muita gente passa por isso. É uma frase de quem tem pais separados. Fica com o pai no final de semana. O Renato Russo traz características de uma relação entre pai e filho, igual quando fala ‘são meus filhos que tomam conta de mim’, por exemplo. Ele faz uma colagem de vários momentos assim. Parece que ele ficou muito tempo pensando nas situações que acontecem entre pais e filhos e trouxe as frases certeiras. O grande poeta sabe trazer as frases certeiras para as músicas".
Letras.Mus
"Em resumo, a canção trata sobre temas que, apesar de serem diferentes, estão interligados: uma criança questionando algo para os pais; os filhos que cresceram e passaram a cuidar dos pais; a relação de uma pessoa com pais separados; a situação de pessoas que não possuem família e lar e a relação de quem vive com os pais".
Filologia.org.br
Artigo científico "A importância de fatores contextuais na música 'Pais e Filhos' da Legião Urbana, de Elys Corrêa Thompson e Maria da Penha Pereira Lins.
"Renato Russo dá voz a várias histórias, primeiro uma criança querendo saber o significado do mundo, depois pais que os filhos que tomam conta, em seguida história de pais separados, criança/jovem que não tem onde morar, pais que se mudam com freqüência, por fim, filhos que moram com os pais. Há quem diga que esses versos não fazem sentido, porém, Renato Russo, mesmo escrevendo sobre sua vida, escreve também sobre o seu mundo, do qual fazem parte várias histórias, não só a dele ou a da menina que se matou. E o que ele fez foi isso, citou diferentes conflitos entre pais e filhos".
Nada Anônima
"Renato sai do papel de conselheiro e volta para nos trazer mais detalhes dessas relações e aborda questões triviais para os pais e também para os filhos. Logo questionamentos da infância que mesmo na velhice jamais puderam ser desvendados são colocados em pauta "Me diz, por que que o céu é azul?/Explica a grande fúria do mundo.
Condições de relações diversas também são alvos de Renato Russo, que incorpora à música diálogos de personagens, ora porque são pais que recebem os cuidados dos filhos na velhice (cuidado), ora porque são filhos que sequer sabem quem são seus pais (abandono). Filhos que moram com os pais (presença) e filhos que moram em qualquer lugar (ausência). Eis o grande mistério do parágrafo: trata-se de um jogo de antíteses".
Nesta parte, a letra divaga sobre as responsabilidades e relacionamentos entre os membros da banda. Naturalmente, com tanto sucesso, vinha muita responsabilidade. Isto era muito questionado entre os membros, pois muitas vezes estas responsabilidades eram deixadas de lado.
Assim, Renato Russo traduz estas discussões e conflitos da banda como os conflitos da personagem principal da música. Portanto, há uma reflexão sobre a vida, sobre o amor e compaixão.
Mais polifonia nos próximos versos. Em "me diz por que é que o céu é azul / e explica a grande fúria do mundo" pode ser qualquer pessoa que tenha essas dúvidas sobre o mundo, ou mesmo, um "eu" que pergunta a si mesmo.
Cultura.Hi7
Por que temos um mundo tão feroz e violento, será que não existem lugares nesse mundo que seja amor e não ódio? Mas esse mundo está mudando, as coisas não são mais como antigamente. "São meus filhos que tomam contam de mim", onde um pai diz a inversão hierárquica, quando os filhos são responsáveis e pensam no bem estar da família e não só deles. "Eu moro com a minha mãe, mas meu pai vem me visitar" um "eu" de pais separados, e em seguida outro com nenhum pai ou mãe:
"moro na rua não tenho ninguém / moro em qualquer lugar", crianças de rua, abandonadas. E para os que têm família, "já morei em tanta casa que nem me lembro mais" sem moradia fixa, mudando sempre que vence um contrato de aluguel ou simplesmente "eu moro com meus pais". Nesse verso temos uma alusão aos filhos que, mesmo depois de formados, ainda moram na casa dos pais.
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