Kamala: Promessa não... Realidade!
Resenha - Karma - Kamala
Por Artie Oliveira
Postado em 05 de março de 2023
Quando eu era bem mais novo e fui parar num festival de metal no extinto e saudoso Hammer Rock Bar, aqui em Campinas, teve uma banda de uns caras todos vestidos de vermelho que tocava em afinação baixa e estava fazendo o show de lançamento de seu primeiro álbum e que instantaneamente me chamou a atenção... Era o Kamala!
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A imprensa especializada na época gostou demais desse primeiro álbum a ponto de cravar que o Kamala era uma das novas promessas do metal nacional. Bem... Um pouco mais de quinze anos dessa afirmação, este que vos escreve afirma com muito gosto que o Kamala deixou de ser uma promessa pra se tornar realidade no circuito de bandas independentes do Brasil e do restante do mundo, afinal hoje eles são, ao lado de outra banda que não tem nada a ver com o som que fazem: o Francisco El Hombre, uma das poucas bandas campineiras que efetivamente conquistaram um público fiel fora de seu lugar de origem.
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Disto isto, vamos ao novo álbum, intitulado "Karma"...
Já faz quase dez anos desde seu quarto petardo, o "Mantra", em que a banda decidiu por bem subir a afinação das cordas de Drop B para Drop D, o que em momento algum tirou o peso característico dos trabalhos anteriores. E aqui isto não é exceção!
Além das cordas, no "Mantra" houve a divisão de vozes cantadas pela banda inteira, porém, neste novo trabalho há algo que de forma muito tímida havia sido feito em "The Fall" do disco "Fractal" e ao longo de seu sucessor, o "The Seven Deadly Chakras": vozes limpas em contraste ao vocal rasgado do guitarrista e vocalista Raphael Olmos, aqui executados pela baterista Isabela Moraes.
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O instrumental desde disco continua o que afirmo há bastante tempo: por mais que o Kamala seja considerado uma banda de Thrash Metal na maior parte do tempo, é nítida a influência vinda do Machine Head desde o primeiro disco tanto na forma de cantar quanto na forma das melodias de guitarra por mais que a afinação tenha subido do quarto álbum em diante.
Lembremos que este disco foi composto durante a Pandemia de COVID-19, onde dois singles, "Aimless" e "Dukkha" antecederam o atual trabalho (ambas poderiam tranquilamente fazer parte do tracklist deste álbum) e que suas letras, especialmente "Fear", refletem o grande período de isolamento em que todos nós precisamos passar e a dor de perder gente querida nos últimos anos.
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Outras canções, como "Delusion" e "Made me Bleed", falam sobre pessoas que aparentemente são boas, mas que na realidade só querem te ver pelas costas e, se possível, sob a máscara do anonimato.
Por fim, temos "Misery and Pain" que finaliza o disco com um interlúdio mais calmo com guitarras limpas, um momento só visto em canções instrumentais como a vinheta "Dharma" e a introdução do primeiro álbum.
"Karma" é um ótimo disco que continua a manter todos os elementos característicos do som do Kamala e que pra mim tem apenas uma ressalva e é o que espero ver corrigido em trabalhos futuros: assim como no "Live in France", cuja apresentação contém energia e não se furta de permitir imperfeição pelas condições como fora captada, eu gostaria de poder ouvir um próximo álbum onde os três olhassem um pra cara do outro, o botão de "REC" fosse apertado e o som tocado saísse não só de um kit de percussão, mas também de amplificadores devidamente timbrados e que o que fora tocado e gravado ali, fosse aproveitado por inteiro, do jeito que fora concebido pela banda.
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O Kamala, neste álbum, é:
Raphael Olmos – Voz/Guitarra
Isabela Moraes – Bateria/Voz
Zé Cantelli – Baixo
TRACKLIST:
01. FORGIVE THE WEAK
02. KARMA
03. MY WILL BE DONE
04. MADE ME BLEED
05. FEAR
06. NEVER ENOUGH
07. DHARMA
08. DELUSION
09. MISERY AND PAIN
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