Hangar: A história de um serial killer e os devaneios de sua mente
Resenha - Reason Of Your Conviction - Hangar
Por Marcio Machado
Postado em 19 de setembro de 2019
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Afastado da mídia por seis anos, no período em que Aquiles Priester dava maior atenção ao Angra, o Hangar retornou em 2007 em plena forma. Seu terceiro disco era lançado naquele ano e trazia em poucas palavras um trabalho direto e preciso. "TROYC", como é conhecido pelos fãs, é um disco forte, muito bem executado e traz consigo um time de peso em seu line-up, principalmente nas vozes, que ficaram à cargo de Nando Fernandes e o cara dá um show no domínio de seu "instrumento", além de Fábio Laguna nos teclados.
O disco conta a história de um serial killer e os devaneios de sua mente, tema este que é de agrado do baterista, compositor da maioria das letras deste trabalho e acabou se tornando o melhor da banda e particularmente, o melhor trabalho registrado do próprio Aquiles.
Quem abre o disco é o interlúdio "Just The Beginning", que traz um clima de filme de terror e dita o clima do que virá em diante, Arnaldo Antunes, ex-Titãs é quem fecha a passagem e aí sim as coisas tomam forma.
"The Reason of Your Conviction", a faixa título já chega com fúria. Há muito groove, uma bateria ensandecida, cheia de corpo, guitarras formando uma dobra animal, um baixo marcante e ainda um clima de teclado que dá um charme a mais. A passagem do solo é intricada, cheia de quebras rítmicas. Mas a cereja de tudo está mesmo na voz de Nando, como ele é presente desde o começo, sua voz enriquece a canção e a torna ainda maior. Aqui o ouvinte já é pego de imediato e só aproveitar o que vem pela frente.
"Hastiness" é quem dá andamento e já começa nervosa com uma virada de bateria e seu andamento é tão agressivo quanto. Para reforçar o peso, há aqui a participação do vocalista Vitor Rodrigues (ex- Torture Squad e Voodoopriest) que parece possuído nas frases que solta no refrão. O Brasil está escancarado nas batidas quebradas que a música leva, cheias de swing e um baita momento instrumental em sua metade recheado de peso e precisão de todos os integrantes.
O que vem em seguida é uma das faixas mais bonitas já compostas pela banda, se não a mais. "Call Me in the Name of Death" é uma semi-balada muito bem feita. Recheada de melodia e muito feeling, tem um refrão que pega fácil e uma ponte maravilhosamente bem construída que aumenta toda a dramaticidade que a canção traz. Com certeza essa aqui irá repetir algumas vezes antes de se ir adiante.
Voltando ao peso, "Forgive The Pain" já desarma o clima sereno criado na faixa anterior e começa atropelando o que tem pela frente. O refrão é ágil e carregado pelos pedais duplos de Aquiles que não param um minuto, e a concisão de todos da banda é uma coisa impressionante pois criam uma sonoridade tão cadenciada tamanho uníssono praticado ali. Há uma passagem vocal após o solo em que Nando simplesmente brilha, mas brilha com todas as luzes sobre si, a sua mudança de escala em uma única frase é simples majestoso. Perfeita.
"Captivity (A House With A Thousand Rooms)" é outra que mantém a agressividade. Seu começo é absurdo, e assim mantém esse ritmo nervoso e rápido, cheia de groove também, o refrão é quebrado e o peso da bateria é divino, enriquece muito a canção. "Forgotten Pictures" já agiliza em seguida e mais uma vez temos um grande refrão carregado com grande melodias e linhas instrumentais muito bem elaboradas e seu seguimento é muito bem composto e executado. O solo é um dos melhores do álbum.
"Everlasting Is The Salvation" é cadenciada, arrastada e cheia de peso. O andamento é cadenciado e a sensação de loucura permeia os andamentos com berros e vozes sobrepostas. O refrão muda o andamento e caímos num lugar mais melódico, logo após vamos para uma passagem mais veloz e que dita o ritmo até o final que é uma quebradeira só.
Já caminhando para o encerramento, "One More Chance" é mais linear, segue sem muitas mudanças e é a mais branda do disco e mais apagada, apesar de bons momentos e bons trabalhos vocais. "When The Darkness Takes You" também é na mesma levada, bastante melódica, tem partes boas ali, mas para um encerramento é bem fraca, ainda mais com tudo que foi apresentado antes.
"TROYC" se trata de um trabalho muito bom, cheio de precisão e acertos. Escorrega um pouquinho em seu final, mas dentro de sua proposta é muito bom, traz grandes momentos dos músicos e um trabalho de voz que se sobressai e assim temos mais um ótimo momento do Metal nacional. Ouça sem restrições.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
Blackberry Smoke confirma quatro shows no Brasil em 2026
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
O álbum que, para Geddy Lee, marcou o fim de uma era no Rush; "era esquisito demais"
Será que ele curtiu? O dia que Adrian Smith tocou na guitarra de Kirk Hammett
A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
Jane's Addiction anuncia que membros fizeram as pazes e comunica fim das atividades
Steve Harris admite que sempre foi "acumulador" de coisas do Maiden, e isso salvou novo livro
Regis Tadeu coloca Deep Purple no grupo de boybands ao lado do Angra
Após assassinato do diretor, Spinal Tap suspende último filme
10 bandas que encerraram suas atividades em 2025
Moonspell celebrará 30 anos de "Wolfheart" com show especial no Brasil
Rick Wakeman diz que mixagem do Yes era "piada" e desmente estereótipo da banda
Fotos de Infância: Marilyn Manson
Produtor Rick Rubin revela qual foi o rockstar "mais difícil" com quem já trabalhou

"Fui assistir a um show do Angra e aquilo me motivou a montar uma banda", diz Aquiles Priester
Banda Hangar lança "Prisioneiro do Alvorecer", releitura em português com raízes oitentistas



