Gryphon: Proggers retornam reinventados e brilhantes
Resenha - Reinvention - Gryphon
Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 30 de agosto de 2019
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O Gryphon nunca atingiu status de primeiro time do rock progressivo em termos comerciais, mas seu início folk-renascentista, com fagote e tudo, tornou os britânicos uma banda muito amada por fãs da ala mais melódica do subgênero.
Com formação erudita, os membros sabiam tocar seus instrumentos muito bem, compuseram para peça shakespeariana, e até tentaram virar prog sinfônico, quando foram descobertos pelo Yes, que os convidou para abrir seus shows na turnê norte-americana. Mas, já era meados dos 70’s e o prog rock caíra em desgraça crítica e descenso comercial. Exceto pela longa Spring Song, quase nada no derradeiro álbum Treason (1977) lembrava a proficiência de Red Queen to Gryphon Three (1974), que, a propósito, já encarnara banda bem distinta do combo neomedieval do início.
Exceto por um ou outro show, os ingleses permaneceram em silêncio de estúdio por quatro décadas e um ano. Ano passado, saiu o apropriadamente intitulado Reinvention. Nessa encarnação um sexteto, metade do Gryphon é da formação original: Brian Gulland, Graeme Taylor e Dave Oberlé. Junto com Graham Preskett, Andrew Findon e Rory McFarlane, o Gryphon trouxe onze canções, que combinam instrumentos tradicionais do rock com fagotes, instrumentos renascentistas de sopro e tecla, além de flautas e saxofones. É uma celebração sônica digna dos quarenta anos silentes.
Reinvention prova ser título adequado, porque o som está realmente reinventado. O álbum de estreia, por exemplo, era tão medieval que só faltava vir com cultura de vírus da Peste Negra. Em 2019, o clima é medievalizado, como prova Ashes, uma das raras faixas com vocal. Além disso, a produção está atualizada para a cristalinidade sonora atual. Faixas como a instrumental Rhubarb Crumhorn mantém o fervor pelo folk do medievo, mas atualizam-no, como elemento predominante, e não como tentativa de clonagem, como dantes.
A reinvenção ghryphoniana é mais radical, porém. Os britânicos sintetizaram em um só álbum, quase todas as fases por que passaram nos 70’s e ainda atiraram brindes na barganha.
Pipe Up Downsland Derry Dell Danko abre com floresta de flautas de empalidecer Ian Anderson; percussão de feira medieval e tudo mais, mas atente como o breve cantar tem quê de Canterbury. A Futuristic Auntyquarium, além do trocadilho, representaria título perfeito também para o álbum: o antigo da Renascença vira free jazz no meio da faixa, com instrumentos "de época" tocando música contemporânea, para novamente se recompor em alegoria de cravo. Os onze minutos de Haddocks’ Eyes constituem-se em microuniverso de estilos: erudito contemporâneo, pop folk setentista, Canterbury, quase-virada hard-Crimsoniana, som de bandinha de fanfarra marcial. Como não perceber o clima jazz na medievalidade de Hospitality At A Price... Anyone For? Sailor V eruditamente escancara as semelhanças entre celta, música de hino anglicano e certo tipo de country music.
A hora de música contida nas onze faixas de Reinvention não apresenta defeito e faz desejar que o Gryphon não demore tanto para lançar material.
Tracklist
1. Pipe Up Downsland Derry Dell Danko (4:49)
2. Rhubarb Crumhorn (5:56)
3. A Futuristic Auntyquarian (5:58)
4. Haddocks' Eyes (10:58)
5. Hampton Caught (5:12)
6. Hospitality At A Price... Anyone For? (3:11)
7. Dumbe Dum Chit (3:08)
8. Bathsheba (5:37)
9. Sailor V (8:37)
10. Ashes (3:32)
11. The Euphrates Connection (4:43)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
Max Cavalera achou que seria substituído no Sepultura por alguém como Robb Flynn
O álbum que, para Geddy Lee, marcou o fim de uma era no Rush; "era esquisito demais"
O recado curto e direto que Iron Maiden passou a Blaze Bayley quando o demitiu
O riff caótico do Metallica que foi criado por Jason Newsted
10 bandas que encerraram suas atividades em 2025
5 rockstars dos anos 70 que nunca beberam nem usaram drogas, segundo a Loudwire
A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
Jimmy Page faz post e comenta atual opinião sobre show do Led Zeppelin em 2007
O guitarrista desconhecido idolatrado por Frank Zappa e John Frusciante
Testament, Overkill e Destruction confirmam turnê conjunta em 2026
E se cada estado do Brasil fosse representado por uma banda de metal?
Por que Angra escolheu Alírio Netto como vocalista, segundo Rafael Bittencourt

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional


