Slayer: em 1988, banda pisa um pouco no freio
Resenha - South Of Heaven - Slayer
Por Mateus Ribeiro
Postado em 19 de junho de 2019
Nota: 9
O ano de 1986 foi um dos mais produtivos da historia do thrash metal, já que grandes clássicos foram lançados. Além de "Master Of Puppets" (Metallica) e "Peace Sells... but Who´s Buying" (Megadeth), o mundo presenciou o disco mais rápido e extremo lançado até então, "Reign In Blood", do Slayer.
Dois anos depois, o Slayer lançou seu quarto disco de estúdio, "South Of Heaven", que é diferente de todos os lançamentos anteriores e mostra outra face da banda. As músicas ficaram mais lentas, apesar do peso, e o vocal de Tom Araya é um pouco mais "calmo" do que em "Reign In Blood", por exemplo.
Porém, calma. O Slayer não havia se tornado o New Kids On The Block. A porrada ainda come solta durante todo o disco, só não há aquele clima apocalíptico existente em "Hell Awaits", por exemplo. Se bem que o riff da faixa título é capaz de deixar até o mais corajoso dos mortais urinando nas calças de medo.
Além de "South Of Heaven", merecem destaque "Live Undead", "Behind the Crooked Cross", "Silent Scream", a clássica "Mandatory Suicide", "Spill The Blood", que talvez seja a música que melhor representa as mudanças no som do Slayer, "Ghosts Of War" (repare que a introdução da música é o final de "Chemical Warfare") e o cover para "Dissident Aggressor", do Judas Priest.
As letras também mudaram (um pouco), e saíram do quadrilátero formado por sangue-capeta-inferno-morte. É óbvio que o inferno permanece como tema (o título do álbum é uma alusão ao território do chifrudo), mas também há espaço para a guerra, críticas mais profundas ao Catolicismo e até mesmo a morte é retratada de forma mais "trabalhada", mas não menos horrenda, como acontece em "Cleanse The Soul".
Todas as músicas do álbum são pesadas, e isso é inegável. Apesar de algumas passagens mais rápidas, a sensação de "pé no freio" domina o álbum. Não é necessário dizer que enquanto uns gostaram da mudança, outros criticaram a nova sonoridade da banda, que foi lapidada e se tornou a base dos dois lançamentos seguintes, "Seasons In The Abyss" (1990) e "Divine Intervention" (1994).
Extremamente trabalhado, é o disco onde Dave Lombardo mais brilha. Aliás, os outros integrantes também executaram um grande trabalho, e mostraram ao mundo que sabiam fazer barulho, mas com muita técnica.
Um disco necessário em qualquer discografia, e um dos pontos mais marcantes da carreira do Slayer, uma banda que sempre procurou inovar!
Formação:
Tom Araya: vocal/baixo
Kerry King: guitarra
Jeff Hanneman: guitarra
Dave Lombardo: bateria
Faixas:
1 - "South Of Heaven"
2 - "Silent Scream"
3 - "Live Undead"
4 - "Behind The Crooked Cross"
5 - "Mandatory Suicide"
6 - "Ghosts Of War"
7 - "Read Between The Lies"
8 - "Cleanse The Soul"
9 - "Dissident Agressor"
10 - "Spill The Blood"
Outras resenhas de South Of Heaven - Slayer
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps