Yola: Grande álbum de estreia, produzido por Dan Auerbach
Resenha - Walk Through Fire - Yola
Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 05 de abril de 2019
Yolanda Quartey nunca teve vida fácil. Nascida em Bristol, amargou pobreza, teve pais ausentes, que lhe proibiam sua grande paixão, a música. Foi moradora de rua, em Londres; teve relacionamento abusivo; casa incendiada. Tragédias e tristezas suficientes pra talhar grande intérprete de blues, R’n‘B e country. Nem tudo são espinhos e a inglesa experimentou sucesso como vocalista do Phantom Limb e fazendo backing pro Massive Attack.
Em 2016, Yola iniciou carreira-solo, que a levou a apresentar-se num bar na sertaneja Nashville. Lá, ninguém menos que Dan Auerbach a descobriu e contratou-a pra sua gravadora, a Easy Eye Sound. Auerbach é o guitarrista-vocalista dos blues-rockers The Black Keys e tem produzido gente como Lana del Rey (Ultraviolence, link para resenha, ao final desta) e o mais recente dos Pretenders, ou melhor, Chrissie Hynde.
Dia 22 de fevereiro, saiu Walk Through Fire, estreia dessa mulher de 35 anos, que teve bastante tempo pra maturar e, por isso, e pela luxuosa produção de Auerbach, cravou trabalho marcante e desafiador de classificações. Co-escrito com Dan, o álbum tem dúzia de faixas, que trazem diversas facetas de country vintage, mescladas com outros estilos. Parece que saiu diretamente dos anos 1970, por isso a melhor alternativa seria classificar o trabalho como alt country, designação dada aos artistas, que não seguem a produção contemporânea.
O alcance da voz de Yola é vasto e ela escolhe demonstrá-lo já na faixa de abertura, Faraway Look. Seu vocal fortalece na mesma proporção que o arranjo se fortifica. A canção parece saída do finalzinho dos anos 1960, quando o pop barroco fortemente orquestral, misturava elementos de country e soul.
A exaltação de um lugar gentil na natureza, de Shady Grove, viaja ainda mais para trás: caberia com folga como trilha de algum western sessentista de um já velhusco John Wayne. O álbum é cheio de violinos e guitarras plangentes de música country, como em Ride Out In The Country, It Ain’t Easier e Deep Blue Dream. Em outros momentos, o subgênero vem imbricado com/em outros, como aconteceu na música de abertura. Em Rock Me Gently, vem mais pop; em Still Gone e Love All Night, com soft rock/easy listening e em Walk Through Fire, com spiritual.
Sem um tropeço sequer, lindas melodias se sucedem, atingindo ápices de esplendor, como em Lonely The Night. Vez mais, Yola e o arranjo começam discretos, para explodirem no refrão em lamentos orquestrais para ouvir sofrendo dores reais, inventadas e/ou inventadas.
Roy Orbinson aprovaria.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
Axl Rose ouviu pedido de faixa "esquecida" no show de Floripa e contou história no microfone
A melhor música dos Beatles, segundo o Ultimate Classic Rock
A banda desconhecida que influenciou o metal moderno e só lançou dois discos
Nicko McBrain revela se vai tocar bateria no próximo álbum do Iron Maiden
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
Slash quebra silêncio sobre surto de Axl Rose em Buenos Aires e defende baterista
O convite era só para Slash e Duff, mas virou uma homenagem do Guns N' Roses ao Sabbath e Ozzy
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
Regis Tadeu explica por que não vai ao show do AC/DC no Brasil: "Eu estou fora"
Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
Janela de transferências do metal: A epopeia do Trivium em busca de um novo baterista
Os 11 melhores discos de rock progressivo dos anos 1970, segundo a Loudwire
O que realmente fez Bill Ward sair do Black Sabbath após "Heaven & Hell", segundo Dio
"Suas calças fediam"; Linda Ronstadt diz que The Doors foi destruída por Jim Morrison

Assista Ivete Sangalo cantando "Dead Skin Mask", do Slayer
Kiko Loureiro, do Angra, relembra o tempo de Dominó
O profundo significado de "tomar banho de chapéu" na letra de "Sociedade Alternativa"
A única banda de Rock brasileira que supera o Ira!, de acordo com Nasi
Frontman: quando o original não é a melhor opção
Como o "sofrimento" de um incrível vocalista gerou uma maravilhosa balada sobre dor e cura


