Mark Morton: solo recheado de participações e Metal de qualidade
Resenha - Anesthetic - Mark Morton
Por Marcio Machado
Postado em 05 de março de 2019
Nota: 8 ![]()
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Que o Lamb of God se tornou uma das bandas mais respeitadas dentro da cena metal mais recente não é novidade para ninguém. Houve comparações da banda com o Pantera, onde alguns apontavam o LoG como a nova versão da banda dos irmãos Abbott. Mas é claro que eles vão muito além disso, são uma banda trazendo influências do metal mais antigo e ao mesmo tempo criando uma identidade própria, com vocais agressivos e instrumentais complexos e rápidos. Não há o que se falar para contestar a musicalidade dos membros do Lamb of God e a máquina de riffs que são, graças a exímia competência dos dois guitarristas, Willie Adler e Mark Morton, este último como também compositor trouxe uma leva de músicas que não caberiam em sua banda principal e aproveitando o hiato breve da mesma se aventurou num disco solo, recheado de participações ilustres e cheio do heavy metal de qualidade que sempre surge em seus trabalhos.
De cara abrindo o disco temos uma faixa que traz um certo tributo. "Cross Off" trata-se de uma canção na voz de ninguém menos que Chester Bennington, o vocalista do Linkin Park que nos deixou em 2017 e está é a primeira gravação inédita lançada desde o acontecido. Temos uma música que de cara reconhecemos a identidade na guitarra e temos total certeza de que Morton é quem está tocando. Se segue o andamento cheio de riffs e bateria cavalar. Mas temos um destaque para a voz de Chester e como ela combina com um estilo mais pesado que sua então banda e lá pela sua metade seus gritos característicos dão as caras deixando tudo num tom de mais agressividade. Ainda há participações de Paolo Grigoletto e Alex Bent, ambos do Trivium. Começo promissor e com uma certa ponta de angústia por alguém com o talento do cantor ter ido embora cedo demais.
"Sworn Apart" é a segunda faixa e no microfone agora temos Jacoby Shaddix do Papa Roach. Aqui já temos uma andamento um pouco diferente do habitual de Mark. Se trata de algo mais melódico, se encaixando na proposta do então vocalista. É uma faixa de fácil assimilação, tem um bom refrão que pega rápido. Direta, mas muito boa.
Para a música seguinte, é e hora de um veterano da cena grunge, Mark Lanegan, ex-Screaming Trees e Mad Season. "Axis" é uma canção segue essa linha, de algo mais climático e sombrio como se composta em Seattle, agregada a peculiar voz do cantor. O solo que Mark dispara aqui é um tanto doido e carregado de feeling, muito prazeroso de se ouvir.
De volta a quebradeira, "The Never" traz dois vocalistas agora. Jake Oni, a voz em frente ao Oni, banda ainda recente e desconhecida de muitos mas de muita qualidade, e ao seu lado está ninguém menos que Chuck Billy do Testament. A música parece ter saído direto de um disco do Lamb of God, pesada, rápida e cheia de grooves. Daquelas de dar cansaço ao pescoço em frente ao som.
A próxima da vez traz um time de responsa acompanhando Mark. Quem assume as baquetas é Ray Luzier do Korn, no baixo ninguém menos que Mike Inez do Alice in Chains e nos vocais está Myles Kennedy do Alter Bridge e da banda solo de Slash. Juntos eles executam a "Save Defiance", faixa de andamento cadenciado e cheia de energia. A voz de Myles cai como uma luva na proposta da música e como vem sendo na sua banda, tem um refrão entoado em notas altas e um tanto marcante. É das melhores que aparecem no trabalho.
"Blur" começa mais arrastada cheia de climão, lembra algo do Stone Temple Pilots misturado com o Down de Phil Anselmo. Quem canta agora é Mark Morales do Sons of Texas e como o rapaz manda bem na tarefa, sua voz tem agressividade e melancolia na dose correta. O solo dessa faixa também se destaca pela sua densidade com cara de anos 90. Faixa também do grupo das melhores, vai repetir algumas vezes nos fones do ouvinte.
Chegando de forma rápida e cheia de presença, "Back From The Dead" lembra uma mistura de hardcore e metal. Josh Todd do Buckcherry da vida a canção com sua voz e mais um refrão muito bem feito. Logo um solo carregado de notas e acompanhado de um andamento cadenciado surge só para jogar uma cereja em cima do que já era muito bom.
"Reaveal" é a canção mais diferente do álbum. Traz uma levada bem calma, mas gostosa de se ouvir. Quem está na voz é a cantora Naeemah Maddox que confesso nunca ter ouvido falar da moça, porém é uma voz bastante agradável, só parece meio perdida dentro do disco.
"Imaginary Days" traz de volta as coisas ao normal e desvendando um lado de Morton, pois é o próprio quem canta a faixa e o faz muito bem. Até então ele não tinha se aventurado numa gravação nesse posto e apesar da simplicidade da canção, está se torna um atrativo pelo fator novo e mostra que o cara realmente se dedicou ao trabalho e está feliz ao fazê-lo.
Encerrando o álbum, a faixa "The Truth is Dead" traz seu companheiro de banda Randy Blyth nos vocais e o divide com Alissa White-Gluz do Arch Enemy. As coisas começam tranquilas num clima soturno que lembra muito o Alice in Chains com Alissa usando de seu vocal limpo, mas logo tudo descamba para a desordem e fica um gostinho de Lamb of God quando Randy chega com sua voz cheia de presença. O refrão é entoado pelos dois vocalistas em vocais melódicos e soam muito bem em dueto. A quebradeira de tempo perto de seu final é insana e Alissa impõe sua voz rasgada ali também. Certamente uma das melhores faixas, se não a melhor.
Um trabalho sucinto, porém de muito bom resultado. Mark Morton se sai muito bem em vários quesitos na sua estreia solo e se coloca como um dos melhores guitarristas em atividade na cena metal. Para ouvir do começo ao fim.
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