In Flames: "Clayman", a maioridade de um clássico
Resenha - Clayman - In Flames
Por Mateus Ribeiro
Postado em 22 de setembro de 2018
Nota: 10
O álbum "Clayman", quinto lançamento de estúdio do IN FLAMES, completou dezoito anos no último mês de julho. O disco é considerado por muitos como o melhor da carreira da banda, enquanto outros acham que foi ali que as coisas começaram a desabar. Independente da sua opinião, não se pode negar que "Clayman" é um disco muito relevante na historia da música pesada moderna.
A banda passava por um grande momento. Após algumas mudanças, a formação parecia ter se estabilizado no maravilhoso "Colony", que foi uma espécie de continuação/progresso do não menos magnífico "Whoracle".
Desde aquela época, o padrão de qualidade do IN FLAMES era alto, e os fãs esperavam um disco com o mesmo nível dos lançamentos anteriores, no mínimo. A espera não foi em vão, já que "Clayman" manteve o alto nível de composição que sempre caracterizou o trabalho dos suecos.
A fusão de melodia e peso ganhou mais traços de modernidade, que tinham aparecido de maneira mais tímida no disco anterior. As guitarras pareciam estar mais afiadas do que nunca. Björn Gelotte e Jesper Strömblad estavm infernais, e a cozinha, formada por Peter Iwers e Daniel Svensson, fez um trabalho excepcional. O vocalista Anders Fridén, que é criticado pelos fãs mais radicais, cantou como nunca, e apresenta aquele que talvez seja o melhor trabalho de toda sua carreira em "Clayman".
A clássica "Bullet Ride" inicia o disco de forma maravilhosa, e abre espaços para clássicos do calibre de "Pinball Map" e "Only For The Weak", que é o maior sucesso da banda até os dias de hoje. Uma trinca de rara felicidade, que por si só já valeria o disco. Com menos de quinze minutos de disco, temos riffs inesquecíveis, batidas marcantes, e melodias de guitarras grudentas. Tudo isso temperado com uma produção de outro mundo.
O show continua com "...As The Future Repeats Today", e a balada pesada "Square Nothing", um dos momentos mais tocantes e reflexivos do disco. Particularmente, em minha opinião, divide com a faixa de abertura o título de melhor música do álbum. A canção que dá nome ao disco fecha a primeira metade da bolacha de maneira empolgante.
A segunda parte é iniciada com uma baita viagem. "Satellites and Astronauts" começa um pouco arrastada, mas depois vai evoluindo, e prepara os ouvidos para a bordoada que vem na faixa seguinte, "Brush The Dust Away". "Swim" mantém o pique lá em cima. O final é um pouco mais calmo, porém, muito pesado. "Suburban Me" (que conta com o grande Christopher Amott) e "Another Day In Quicksand" fecham o disco de maneira muito digna.
No final das contas, "Clayman" foi um divisor de águas na carreira da banda. Ao mesmo tempo em que representa o ápice da maturidade musical do IN FLAMES (até aquele momento), foi o precursor de discos tão bons quanto contestáveis: os polêmicos "Reroute To Remain" e "Soundtrack To Your Escape".
Pouco importa se você é dos fãs mais radicais, daqueles que não conseguem ouvir mais nada do que a banda fez de 2002 pra cá, ou se você é um simpatizante dessa fase mais "alternativa" da banda, de qualquer forma, "Clayman" merece respeito, e um lugar especial não só na carreira da banda, mas dentre os principais discos da era moderna do Metal.
Ano de lançamento: 2000
Faixas:
1."Bullet Ride"
2."Pinball Map"
3."Only for the Weak"
4."...As the Future Repeats Today"
5."Square Nothing"
6."Clayman"
7."Satellites and Astronauts"
8."Brush the Dust Away"
9."Swim"
10."Suburban Me"
11."Another Day in Quicksand"
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