Encéfalo: abraçando a morte e a colocando em seu trono
Resenha - Deathrone - Encéfalo
Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 29 de julho de 2018
Nota: 9 ![]()
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"Deathrone", é o terceiro álbum da ENCÉFALO, mais um lançamento da Shinigami. Quando começa a introdução, chamada simplesmente de "Intro", orgânica, mas calma, com o dedilhado resvalando nas teclas, nem imaginamos que logo em seguida seremos brutalmente sodomizados pelas batidas insanas de Rodrigo Falconieri. O homem é um doente e eu já falei isso aqui diversas vezes. O que ele faz, tanto em shows quanto em estúdio, é difícil de acreditar que seja feito por uma só pessoa. Deve ter um demônio tocando do lado dele e a gente não vê. E se alguém ouvir música no purgatório, vai ser mesmo como em "Echoes From The Past". A canção é um death metal de mão cheia com tudo aquilo que um bom death precisa: riff marcante, boa melodia, bons guturais, solo acertadamente não tão longo nem curto demais e muita brutalidade. Na seguinte, "Visceral Sadism", a guitarra de Lailton Souza se sobressai ainda mais, seja em efeitos assustadores, seja nos riffs e solos. Henrique Monteiro também demonstra versalidade nos vocais.
"Annihilation, Contempt to the Magesty", embora seja predominantemente aquele death mais arrastado tem tantas variações de andamento que é praticamente uma suíte. É uma canção que dá vontade de voltar pra ouvir de novo depois que acaba. Só não fazemos isso porque logo vem mais uma pedrada: "Blessed By The Wrong Choice".
A voz de Henrique, mas não o seu baixo, dão um descanso na instrumental "Hell". Mas se quem olha o encarte pensar que é apenas uma introdução ou canção de ligação, o que temos aqui é um Death Metal completo, com começo, meio e fim, apenas sem os vocais. É um bom momento para prestar atenção no desempenho de cada um dos músicos, além de ficar boquiaberto com a forma como eles constroem a canção. E sobre a "casa do cramunhão" talvez não houvesse mais muito mesmo a falar sem soar repetitivo, então é interessante a opção por deixar sem palavras a mensagem da canção.
A folga acaba (aquilo foi folga?) com "These Final Rotten Days", com uma certa aproximação com o black. O solo, apesar de curto, é algo realmente digno de nota.Tema comum no metal extremo, "Food for Tyranny" ataca as crenças numa outra vida enquanto nada é feito para melhorar esta vida. O ataque termina na furiosa "Retaliation". A linda "A Hollow Body", mostrando mais uma vez o quanto o trio é dinâmico e multifacetado fecha o álbum de forma magistral.
A arte de capa, criada pelo artista Ygor Nogueira, representa a morte no trono. E, embora sem ter exatamente uma conexão entre cada canção (o álbum não é conceitual), a única certeza que todos nós temos é o fio condutor que dá liga a toda a obra.
Neste terceiro disco, não foi só o logo que mudou. A banda se distanciou de suas raizes thrash de quando era um quarteto (o que já tinha começado firmemente no segundo álbum, "Die To Kill") e consolida-se como um dos grandes nomes do Death Metal nacional, misturando tudo o que a influenciou neste estilo e transformando num death metal rico, envolvente e vigoroso. Lailton cria diversos ambientes na mesma música, Rodrigo é um monstro endiabrado castigando as baquetas e Henrique se mantem firme e eficiente no comando de tudo. Não temos salvação aqui. O Death Metal ocupou realmente o seu trono. A única coisa que podemos fazer é bater cabeça.
A Encéfalo é:
Henrique Monteiro, baixo e vocais
Lailton Sosa, guitarra
Rodrigo Falconieri, bateria
O álbum pode ser adquirido através do contato com a banda, através da Shinigami e nos melhores eventos underground no Brasil.
https://www.lojashinigamirecords.com.br/p-9441503-Encefalo-%C2%96-Deathrone
https://www.facebook.com/encefaloband
Track List
1. Intro
2. Echos From The Past
3. Visceral Sadism
4. Annihilation, Contempt to the Magesty
5. Blessed by The Wrong Choice
6. Hell
7. These Final Rotten Days
8. Food for Misery
9. Retalliation
10. A Hollow Body
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