Lost Horizons: novo projeto de ex-Cocteau Twins
Resenha - Ojalá - Lost Horizons
Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 03 de abril de 2018
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Simon Raymonde tem sido importante nome no cenário da música independente desde os anos 80. O baixista/tecladista foi membro do Cocteau Twins, entre 1983-97 e dirige o selo Bella Union, fundado em 97, com seu companheiro de banda Robin Guthrie. No elenco da gravadora, nomes de peso como Mercury Rev, The Flaming Lips e os Fleet Foxes.
O percussionista e saxofonista Richie Thomas também apresenta sólidas credenciais indie. De 80 a 86 foi membro do cult Dif Juz, companheiros dos Twins, na gravadora 4AD. O pós-punk onírico do quarteto prioritariamente instrumental é ainda mais alternativo que o do combo de Liz Fraser, porque jamais fez sucesso fora de seu pequeno círculo. Depois do fim do Dif Juz, Thomas tocou com o Jesus And Mary Chain, além de seguir colaborando com Raymonde, Guthrie & Co.
Dia 3 de novembro de 2017, saiu nova colaboração entre Simon Raymonde e Richie Thomas. Os dois batizaram o duo de Lost Horizons e lançaram o álbum Ojalá ("tomara", em espanhol), homenagem aos 20 anos do Bella Union e que reúne diversos vocalistas em 15 faixas, num total de mais de 70 minutos. Meio como o antológico projeto This Mortal Coil, do qual Raymonde participou. A comparação é quase inevitável e Lost Horizons sai perdendo no processo.
Não porque seja ruim, mas podia ser mais curto ou mais diversificado. Dá sensação de déjà ouvi bem cedo a há composições mais pedestres, como Amber Sky e Frenzy, Fear, que poderiam sair. Ainda bem que estamos na era dos arquivos digitais; livres para escolher o que deixar de um álbum. Bones, a faixa de abertura, soa como se o 4 Non Blondies infelizmente ressuscitasse achando que era Cocteau Twins dos 90’s e gravasse easy listening. Isso não deveria assustar o leitor, porque há bastante coisa interessante.
She Led Me Away é folk celta, com forte gosto de Simon & Garfunkel. Ao ouvir The Places We’ve Been parece que estamos em 1990, ouvindo um single perdido do esquecido The Sundays. Delícias assim e etéreas como Score the Sky e Asphyxia já valem o álbum. Aliás, que saudade de Shelleyan Orphan ao ouvir esta última. Raymond e Thomas são crias do underground britânico oitentista, não tem como negar.
Isso não significa que tenham congelado no tempo, apesar da inevitabilidade de revelar as influências. I Saw The Days Go By e Winter’s Approaching deveriam cair nos ouvidos de Lana Del Rey para que refrescasse sua persona sem modificá-la.
Num álbum dominado por canções melancólicas, a exceção fica com a midtempo Life Inside a Paradox, que soa como se a dupla tivesse pedido ajuda a Mike Scott, dos Waterboys.
Num álbum dominado por vozes femininas, The Tide lembra o cabaré pop chique de um David Bowie ou David Sylvian. E a voz a princípio estranha do cantor de Reckless dá saudade daquelas coletâneas anos 80 que nos apresentavam algumas canções que desafiavam nosso gosto moldado pelas vozes radiofônicas dos Rick Astleys da vida (nada contra, a propósito). Ritmo e essa "esquisitice" vocal contribuem pra que seja uma das mais imediatamente cantáveis e memorizáveis de Ojalá.
Diferentemente da época formativa dos autores, quando havia a maior dificuldade em adquirir produtos alternativos estrangeiros aqui no Brasil, o álbum está facilmente disponível no Youtube, no canal oficial da Bellla Union.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock progressivo que The Edge, do U2, diz que curtia
Não é "Stairway" o hino que define o "Led Zeppelin IV", segundo Robert Plant
O guitarrista do rock nacional que é vidrado no Steve Howe: "Ele é medalha de ouro"
10 guitarristas impossíveis de serem copiados, conforme o Metal Injection
Divulgados os valores dos ingressos para o Monsters of Rock 2026
A "guerra musical" dentro do Guns N' Roses que fez a banda se desmanchar
Glenn Hughes passa mal e precisa encerrar show mais cedo em Belo Horizonte
Quem são os músicos que estão na formação do AC/DC que vem ao Brasil
O álbum que metade do Black Sabbath concordava ser o pior da banda
A música do AC/DC que Brian Johnson cantou pela primeira vez no Rock in Rio
A reação dos membros do Paradise Lost quando foram chamados de "o novo Metallica"
Sharon Osbourne revela o valor real arrecadado pelo Back to the Beginning
Halestorm é anunciada como atração do Monsters of Rock 2026
Por que o Kid Abelha não deve voltar como os Titãs, segundo Paula Toller
A diferença entre os vocalistas Bon Scott e Brian Johnson, segundo Angus Young
O astro brasileiro que não aceitou convite para participar da lendária banda de Rita Lee
"O Angra foi formado com escolhas estéticas, não tinha mocorongo ali", diz Regis Tadeu

Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
Os 50 anos de "Journey To The Centre of The Earth", de Rick Wakeman



