Sepultura: "Machine Messiah" é uma bela obra do gênero
Resenha - Machine Messiah - Sepultura
Por Marcio Machado
Postado em 05 de fevereiro de 2017
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Confesso não ser o fã mais ardoroso do Sepultura, acompanhando esporadicamente a banda, e sendo sincero, o último lançamento que tive curiosidade de saber do que se tratava foi o de "A-Lex", em um já longínquo 2009 e graças a sua temática. De lá pra cá a banda já passou por três lançamentos, dois dos quais vi somente alguns vídeos e nada que me fizesse despertar algum interesse na audição dos mesmos, e onde chegamos ao mais recente trabalho dos caras, "Machine Messiah", ainda fresco nas prateleiras e nos ouvidos da galera, tem causado bastante boa impressão por aí, e numa de Maria vau com as outras, resolvi dedicar um tempo ao dito cujo, e... Bem, deixando claro aqui, como já falei não sou o mais entusiasta da banda, reconheço sua importância na cena nacional, e também não faço parte de nenhuma torcida Max ou pós Max, portanto o que se segue é totalmente focado no álbum, sem comparações com isso ou aquilo.
Pois bem, iniciando a coisa, os dedilhados da faixa título chamam um Derrick Green cantando em voz limpa e melódica, de forma arrastada é que ficou um tanto legal, tendo um andamento bem diferente do habitual para a banda, mais ao estilo Gothic que Thrash, mas logo as coisas mudam, e lá vem o vocal rasgado do gigante, que dão um clima bem sombrio para a faixa, fora um solo audível, não aquela já conhecida barulheira e microfonias de outrora. Um começo bastante interessante.
"I Am the Enemy" traz a forma atual do Sepultura conduzir suas composições, faixa rápida, sem muitas mudanças, só uma leve passagem em sua metade, mas nada além, e vocais estridentes. Já "Phaton Self", traz um início que lembra um Baião, logo em seguida uma leve influência de death, que a banda vem adotando à um certo tempo, faixa bastante pesada e arrastada, com refrão forte e um solo muito bom, hora conduzido por guitarra, hora por instrumentos orquestrais, uma outra novidade para a banda e se encaixou muito bem na música.
Com um introdução de tambores, e muito bem composta pelo monstrinho cria de Aquiles Priester, Eloy Casa grande, que já vem mostrando ser um dos maiores nomes da bateria no país. "Alethea", é uma faixa desconcertada, cheia de contratempos e mudanças de compasso, seu solo causa um nó na cabeça e precisa ser ouvida umas duas vezes para e realmente entendida.
E mostrando seu lado mais, digamos, progressivo, "Iceberg Dances", faixa instrumental do disco é muito bem elaborada, com um trabalho um tanto versátil e fora dos padrões habituais, com violões, sintetizadores e muitas quebradas, e bastante peso. Grande trabalho aqui mostrando uma musicalidade diferente e bem elaborada.
"Sworth Oath" nos traz de novo a sensação do Gothic Metal, numa introdução carregada, pesada e melódica, e de levada cadenciada, com muito groove e outro refrão forte e cheia de pedais duplos fritando. Particularmente foi a faixa que mais me pegou no disco todo, lembra vagamente algo saído de um disco do Dimmu Borgir, rica, melódica e pesada, estupenda e bem acima de padrões "sepulturianos".
Com finalmente algum vislumbre de baixo, "Resistant Parasites", é outra faixa de groove e cadência, com cavalgadas dos pedais de Eloy, e guitarra de Andreas enfurecida, parecendo uma catapulta pronta a disparar, e como Derrick berra aqui, causando um clima de insanidade e desconstrução, a impressão é de uma fuga de loucos em um manicômio, e outro solo muito bem elaborado, longe de ser só uma barulheira e candidata à muitos bate cabeças no quarto e muitos mosh em shows.
Em uma rápida (literalmente) passagem na introdução à velha fórmula de composição, "Silent Violence", invoca o Sepultura de outro momento, só que mais e melhor trabalhado, mais bem composto. Faixa pra se cantar junto, com vocal forte e levada pesadíssima e um trampo de batera extremamente bem composto. E em seguida, "Vandal Nest" invoca o Slayer, na melhor velha fórmula de Thrash Metal, saudosistas vão amar, mas podem se decepcionar um pouco em seu refrão cantado em voz limpa, o particularmente achei muito bom, outra que me prendeu bastante.
Fechando o disco, "Cyber God" inicia em contratempo, numa faixa que como no início, traz um tom mais carregado e vozes limpas, e muitas, mas muitas cavalgadas de bateria, lindas de se ouvir. Um final bem apoteótico na verdade, com cara de dever cumprido, sem se alongar muito.
Em cima de críticas ou falatórios, a banda continua sua estrada, e como falei no início, longe de qualquer comparação ou história, analisando o disco como um, é uma bela obra do gênero, rica e extremamente bem composta, em pequenas, mas que fizeram diferença, experiências novas. Um belo começo de ano para o Sepultura, do Brasil!
Outras resenhas de Machine Messiah - Sepultura
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
Shows não pagam as contas? "Vendemos camisetas para sobreviver", conta Gary Holt
A faixa do Iron Maiden que ficou com 5 minutos a mais do que eles imaginaram
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
Banda dinamarquesa perde grande parte de seus equipamentos em incêndio
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
A primeira e a última grande banda de rock da história, segundo Bob Dylan
O baterista que Phil Collins disse que "não soava como nenhum outro", e poucos citam hoje
Os "pais do rock" segundo Chuck Berry - e onde ele entra na história
Mark Morton, do Lamb of God, celebra sobriedade e explica por que ainda aborda o assunto
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
Sepultura: Após três anos, qual é a impressão que fica?
O disco de hip-hop que fez a cabeça dos irmãos Cavalera nos anos 80
Site americano aponta curiosa semelhança entre Sepultura e Opeth que poucos notaram
Morre o técnico de som "Macarrão", que trabalhou com Raimundos, Sepultura, Mamonas e outros
Metal: A escola de marketing que ninguém te contou
Max Cavalera aponta o que ele e Tom Araya tem que IA alguma jamais terá
Max Cavalera diz que não gosta de escrever letras e chama processo de "tedioso"
Max Cavalera tentou repetir a fórmula de "Roots Bloody Roots" em clássico do Soulfly
O disco que o incansável Max Cavalera mais se divertiu gravando
Max Cavalera acha que escrever letras de músicas é uma tarefa entediante
Cinco músicos brasileiros que integram bandas gringas


