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Pain of Salvation: Grande acerto na carreira impecável da banda

Resenha - In the Passing Light of Day - Pain of Salvation

Por Marcio Machado
Postado em 11 de janeiro de 2017

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

Mostrando o porque de ainda ser um dos nomes mais lembrados ao se falar em Prog Metal, o Pain Of Salvation crava mais uma estaca na sua história com o novo petardo, "In The Passing Light of Day", disco que traz um lado que vinha sendo deixado de canto, o lado mais pesado e complexo, trazendo novos ares, mas sem perder identidade e passeando por elementos de toda sua discografia.

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Afastado de material novo há alguns anos, e depois de passar uma experiência de quase morte após uma grave infecção, Daniel Gildenlow resolveu contar um pouco disso num disco que fala sobre, estar em um leito de hospital, transgressões, e a esperança de um novo dia, pois está é o foco do todo, a esperança tem que ficar, segundo as palavras do próprio. Unindo-se ao produtor, Daniel Bergstrand, que já trabalhou com nomes bem pesados, como o Meshuggah, o novo disco traz tudo que os fãs dos suecos esperam, melodias, quebradas, peso, e intensidade nos temas pessoais do vocalista.

Sem perder tempo, o espetáculo já abre com "On a Tuesday", peso e compassos intrincados, cheio de quebradas e o peso das guitarras, e já notamos de cara, que dessa vez a banda optou por uma timbragem mais seca dos instrumentos, essa bateria tá foda hein Léo Margarit, que além de criar tempos que nos deixam loucos ao ouvir, ainda empresta a voz em várias passagens no decorrer do disco, mas retornando à faixa,é um começo um tanto quanto "grande", pois em seus 10 minutos, já sentimos todo aquele sentimento a flor da pele visto em "Remedy Lane", e que ótimo começo esse.

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"Tongue of God", uma das melhores do disco, vem com um pé no industrial, traz um começo extremamente pesado, e traz um refrão que pega fácil, algumas ouvidas e já nos viciamos, e vale ressaltar o vocal de Daniel aqui, que traz um tom mais raivoso, com uma puta presença, dando corpo e força a canção, que trata sobre estar morrendo na cama de um hospital, e abrindo caminho ao primeiro single desse trabalho, "Meanigless", faixa que começa mais barulhenta, e se acalma em seus versos, para chegar a um refrão dividido por Ragnar Zolberg, que além de um ótimo guitarrista, é um cantor excepcional e sua voz se impõe aqui, fazendo contra ponto a do chefe.

E como não poderia deixar de ser em um disco dos caras, a calmaria chega com "Silent Gold", faixa gostosa de se ouvir, embalada com piano e voz em seus primeiros momentos, é a música perfeita para se ouvir na cama antes do sono, mas isso logo fica pra trás, logo nos primeiros acordes de "Full Throttle Tribe", faixa que lembra a sonoridade aplicada em "Be", e também escolhida para o comercial do disco meses atrás, quando o mesmo foi anunciado. Mais uma pra causar nó na cabeça do ouvinte, com tempos "estranhos", principalmente em seus 4:30, onde surge uma passagem extremamente complexa de todos os instrumentos, e seu final vai causar dores de pescoço aos ouvintes.

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"Reasons", faixa também já conhecida do público e que já tem seu vídeo circulando, traz o pique do final da faixa anterior com peso e levadas bem quebradas, e com Ragnar tendo mais presença como vocalista, e é uma que certamente nos shows fará os membros da banda se agitarem bastante, já que a presença de palco dos mesmo é bem agitada.

Às coisas se acalmam um pouco em, "Angeles of Broken Things", que tem uma levada um pouco mais morna, até descambar em uma parte instrumental onde cada integrante extrapola suas técnicas em cada instrumentos, lindo de se ouvir, só senti falta de um baixo um pouco mais presente ali, mas nada que fique martelando sobre.

Caminhando para seu quase fim, chegamos em "The Taming of Beast", a faixa mais radiofônica do disco todo, poderia numa boa tocar em rádios ou estar em algum filme, não vendo isso como algo ruim, muito pelo contrário, foi a música que mais me cativou no disco todo, com um refrão chiclete, que vai sendo guiado por um crescendo e um Daniel impondo sua voz, e aqui sim, vemos um baixo com força. Pode agradar facilmente quem não gostar do estilo, e causar efeito contrário em alguns fãs mais ardorosos, mas como disse, em meu caso, entrou no repeat de primeira, ótima!

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"If This is the End", tem seu começo mais calmo, e vem questionar sobre como seria aceitar o final da vida, numa música que vai acontecendo num crescendo, até chegar em seu final caótico, cheio de fúria e alguns trechos que fazem lembrar "Ending Theme", e também funciona como prelúdio para a faixa final... A faixa título encerra o disco de forma apoteótica, e certamente encerrará os shows da banda ganhando aplausos de pé, a melodia vista aqui é espetacular, realmente parece uma transição como proposto em sua letra, mesmo seu momento de mais euforia, sentimos uma paz vinda da canção, onde um ser tenta se encontrar. Forma esplendorosa de terminar mais um espetáculo de alto nível, e que irá ficar na mente por um tempo, mesmo após seu final.

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Difícil dissertar sobre um álbum desse porte, deixando aqui somente um breve resumo do que se trata, o total só será sentido quando ouvido, mas sem dúvidas, um grande acerto na carreira impecável do PoS.

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Sobre Marcio Machado

Estudante de história, apaixonado por cinema e o bom rock, fã de Korn, Dream Theater e Alice in Chains. Metido a escritor e crítico.
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