Rage: uma nova fase, mas mantendo a qualidade
Resenha - Devil Strikes Again - Rage
Por Junior Frascá
Postado em 07 de agosto de 2016
Nota: 8
Neste que é o 23º álbum de sua discografia (contando os trabalhos ainda como AVENGER e o disco da LMO), o RAGE passou por (mais) uma grande reformulação em sua estrutura, que culminou também com alterações na sua sonoridade, em especial pela saída do guitarrista e compositor Victor Smolsky (substituído por Marcos Rodriguez), por diferenças músicas com o Peavy Wagner.
Como todos sabem, Peavy é, sempre foi e sempre será o líder do RAGE, e a banda já tinha um bom prestígio na cena anteriormente. Mas é fato que sua parceria com Victor, um exímio guitarrista, brilhante compositor e excelente produtor, fez muita diferença nestes últimos anos, levando a banda a atingir um outro patamar de qualidade e popularidade em sua carreira, lançando alguns de seus melhores discos, como a trinca "Welcome to the Other Side" (2001), "Unity" (2002) e "Soundchaser" (2003).
E, convenhamos, o estilo único de Victor compor (inclusive quando buscava unir o metal e a música clássica) e tocar (sempre primando pelo peso, e utilizando-se de muito groove e harmônicos bem característicos) fizeram toda a diferença nesse período em que esteve com a banda.
Mas a realidade de Peavy e seus novos companheiros é outra e, como não poderia deixar de ser, a mudança do direcionamento musical do conjunto é evidente. Tudo está mais direto, sem aquele toque mais progressivo e trabalhando, como no começo da carreira da banda, mas ainda com o peso sobressalente, inclusive trazendo vários elementos de thrash ao power metal que lhe é característico.
Mas é interessante notar também um lado mais tradicional e melódico, com pitadas até de hard rock, como na ótima "The Final Curtain".
Rodriguez tem um estilo mais, digamos, "comum" de tocar, não se destacando tanto quanto Victor, embora seja um animal ao exalar riffs e mais riffs ultra pesados e agressivos, como na já conhecida "My Way", na faixa título e em "Dark Side of the Sun".
Já o novo batera, Vassilios Maniatopoulos (que substituiu André Hilgers), embora não tenha a técnica de um Mike Terrana, segura bem a bronca, e consegue aliar técnica e pegada na medida certa.
E a versão nacional do disco traz ainda um CD bônus, com cinco faixas, sendo três covers para Slave to the Grind", do SKID ROW, "Bravado", do RUSH e "Open Fire", do Y T.
Ou seja, trata-se de mais um bom trabalho na discografia do grupo, que certamente agradará em cheio os fãs que há anos aguardam um retorno à sonoridade do RAGE nos anos 80/90, embora não decepcione quem curta também a fase com Victor Smolski.
The Devil Strikes Again - Rage
(2016 – Shinigami Records - Nacional)
Track List:
CD 1:
1. The Devil Strikes Again
2. My Way
3. Back on Track
4. The Final Curtain
5. War
6. Ocean Full of Tears
7. Deaf, Dumb and Blind
8. Spirits of the Night
9. Times of Darkness
10. The Dark Side of the Sun
CD 2:
1. Bring Me Down
2. Requiem
3. Into the Fire
4. Slave to the Grind (Skid Row cover)
5. Bravado (Rush cover)
6. Open Fire (Y T cover)
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