High Tide: Uma onda de lírios, cogumelos e papoulas
Resenha - High Tide - High Tide
Por Rafael Lemos
Postado em 30 de março de 2016
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O High Tide é um dos grupos com a sonoridade mais alucinada que se pode ouvir, dando a impressao que cada nota de suas músicas foi baseada em uma viagem de LSD. Eles foram mais uma dessas bandas dos anos 70 de pouco sucesso e que faziam um som de alta qualidade. Embora seja classificada como uma banda de Progressivo, é impossivel encaixar o som dos caras em um unico gênero, dada a inquietude de suas composições.
Se formaram em 1969 na Inglaterra, tendo o vocalista, guitarrista e organista Tony Hill como fundador. Completava a line up Simon House no violino, órgão e piano, Peter Pavli no baixo e Roger "Rog" Hadden na bateria, piano e órgão de tubos.
O segundo álbum levava o nome da banda e saiu em 1970. Ele se encontra disponível em CD pela Esoteric Recordings. Essa edição contém um pequeno encarte com fotos, informações técnicas e um depoimento de Tony Hill.
As músicas se caracterizam pelo estilo lisérgico das faixas, duetos de violinos e guitarras, lentidões seguudas de trechos rápidos, iniciando o disco com a piradíssima "Blankman Cries again". O riff, feito por uma guitarra com um efeito que nos transporta imediatamente a uma viagem em uma espécie de tubo atemporal, é procedido por uma bateria lenta e violinos cortantes que servem como entrada para uma voz mole e densa. O auge da música vem mais ao meio, com um fantástico e quase infinito solo de violino que se dá em uma maravilhosa base repetitiva de dois ou três acordes feitos pelo baixo e pela guitarra com viradas surpreendentes de bateria. A voz está diferente nessa música em relação às demais.
"The joke" tem inúmeras variações de ritmos e estilos musicais dentro dela, indo do mais profundo Progressivo ao mais elevado Folk Rock. Assim como na música anterior, ela inicia com um solo que dá suporte aos demais instrumentos que vão sendo inseridos aos poucos. Alguns trechos pesados dela parece um pre-Heavy Metal, bem primitivo mesmo. Flautas, violinos e uma bateria que muda de repente de andamento faz desta música uma criação totalmente inesperada no que vai acontecer em seu decorrer. Aqui, é o solo de guitarra quem fala alto, com um baixo viajado ao fundo. Ela acaba em um belo folk, comandado por violões e o violino.
O disco encerra com "Saneonymous" que resgata outro solo longo de guitarra, tem tambem momentos de violino que arrepiam. A guitarra capricha nos acordes usados em uma distorção com sonoridade mais antiga.
A edição em cd que saiu em 2010 conta com quatro bônus (existem outras edições em cd, mas não sei se contém bonus). A primeira é mais importante do que as demais. É uma instrumental que se chama "The great universal protection racket", até então nunca lançada. Nela, temos todas as caracteristicas do som do High Tide reunidas. A molidão, os longos solos e duetos se encontram em abundância aqui. O ritmo da bateria, em algumas partes, se assemelha a um ritual indígena. Temos outro longo solo de violino, semelhante ao que foi feito na primeira música do álbum.
Em seguida, temos as versoes demo das musicas "The joke" e "Blankman cries again", também ótimas mas com menos uso de violinos do que as que saíram no álbum.
"Ice age" é uma música que foge um pouco do estilo das demais músicas. Ela parece não finalizada. O encarte do cd mostra que é desconhecido o local onde ela foi gravada.
Após o lançamento desse segundo disco, o baterista Rog Hadden precisou se afastar da banda por problemas mentais. Os demais integrantes acharam um erro continuar sem ele e a banda encerrou suas atividades em 1970, com um ano de existência. A banda só votou em 1989 e, novamente, durou mais um ano, acabando de vez em 1990. Nesse intervalo de tempo, Simon House integrou o Hawkwind, bem mais famoso que o High Tide.
Não tem como não gostar dessa banda. O High Tide, de forma complexa, fez um som autêntico e bastante atípico até mesmo para uma banda de Progressivo, sendo, portanto, digna de nota máxima.
Faixas:
01- Blankman cries again
02- The joke
03- Saneonymous
Bônus:
04- The great universal protection racket
05- The joke
06- Blankman cries again
07- Ice age
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O guitarrista preferido de Mark Knopfler, do Dire Straits, e que David Gilmour também idolatra
Bangers Open Air divulga line-up da próxima edição, com In Flames, Fear Factory e Jinjer
Os 11 melhores álbuns de progressivo psicodélico da história, segundo a Loudwire
Nova música do Megadeth desbanca - temporariamente - Taylor Swift no iTunes dos EUA
Nick Holmes diz que há muito lixo no nu metal, mas elogia duas bandas do estilo
O subestimado guitarrista base considerado "um dos maiores de todos" por Dave Mustaine
A banda de forró que se fosse gringa seria considerada de rock, segundo produtora
Brent Hinds - O ícone do heavy metal que não gostava do estilo - nem de conceder entrevistas
Nicko McBrain compartilha lembranças do último show com o Iron Maiden, em São Paulo
Regis Tadeu detona AC/DC e afirma que eles viraram "banda cover de luxo"
As melhores de Ronnie James Dio escolhidas por cinco nomes do rock e metal
Danilo Gentili detona Chaves Metaleiro e o acusa de não devolver o dinheiro
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
O principal cantor do heavy metal, segundo o guitarrista Kiko Loureiro
A canção proto-punk dos Beatles em que Paul McCartney quis soar como Jimi Hendrix
Max Cavalera elege as cinco músicas que definem a sua carreira
Motley Crue: A primeira impressão de Tommy Lee sobre o Rio de Janeiro
De AC/DC a ZZ Top: Origens dos nomes de bandas e artistas de rock
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
O disco que "furou a bolha" do heavy metal e vendeu dezenas de milhões de cópias



