Velvet Underground: O quarto álbum é seu trabalho mais comercial
Resenha - Loaded - Velvet Underground
Por Edson Medeiros
Postado em 24 de novembro de 2015
Nota: 7
O quarto álbum de estúdio do Velvet Underground é também seu trabalho mais comercial.
Esse foi o caminho natural que o som vanguardista do grupo acabou tomando, depois de experimentações no "disco da banana" e em White Light/White Heat, colocaram no mercado o transitório The Velvet Underground de 1969, sendo Loaded o destino musical final do som deste último.
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Os problemas com drogas começavam a ruir com o clima da banda, a Atlantic também não ajudava, pressionando-os para produzir algum hit, o que de uma forma ou de outra acirrou ainda mais os ânimos. O clima ficou tão insuportável que o baterista Maureen Tucker abandonou a banda – tendo de ser substituído por uma série de músicos de estúdio – e Lou Reed caiu fora logo depois das gravações, e em seguida um a um os músicos foram debandando até o Velvet acabar de vez.
O som do álbum é uma mistura do estilo de rock britânico produzido por Beatles e Stones com a música de garagem da banda. O resultado final é um rock áspero, mas bem trabalhado.
O primeiro lado da bolacha contém a maioria dos prováveis singles: "Who Loves the Sun" é um Sunshine pop cheio de vida com belas harmonias vocais, a faixa "Sweet Jane" é o mais próximo que a banda chegou de um verdadeiro sucesso e tornou-se parte vitalícia da carreira solo de Reed. "Rock & Roll" conta a história de uma garota salva pela música (na verdade trata-se de uma confissão de Lou Reed).
"Cool It Down" e "Head Held High" simulam o som energético dos Stones do final dos anos 60. A balada "New Age" traz os vocais delicados do baixista Doug Yule e supostamente fala sobre a bissexualidade de Reed em mais uma de suas canções autobiográficas, outra balada, "I Found a Reason" tem forte influência do doo-wop.
Destoando um pouco do restante do álbum temos o clima country de "Lonesome Cowboy Bill" e "Train Round the Bend" – onde mostram sua verdadeira veia bluesy.
Encerrando o álbum de forma brilhante temos o semi-épico de "Oh! Sweet Nuthin’" tratando os infortúnios da vida com extrema alienação.
O resultado final deixou Loud Reed furioso, ele acusa o guitarrista Stearling Morrison de agir pelas suas costas ao contratar os produtores Geoff Haslam e Shel Kagan para re-mixar boa parte das faixas. Portanto, podemos concluir que Loaded está para o Velvet Underground assim como Let It Be está para os Beatles.
Apesar de não conseguir atingir o topo das paradas, Loaded é repleto de grandes músicas. As composições extremamente pessoais de Loud Reed e a musicalidade única do grupo convergem muito bem em um dos meus discos favoritos dos anos 70.
(Lado A)
"Who Loves the Sun"
"Sweet Jane"
"Rock & Roll"
"Cool It Down"
"New Age"
(Lado B)
"Head Held High"
"Lonesome Cowboy Bill"
"I Found a Reason"
"Train Round the Bend"
"Oh! Sweet Nuthin’"
Banda (formação):
Lou Reed (guitarra-solo, guitarra-rítmica, piano e vocal)
Stearling Morrison (guitarra-rítmica e guitarra-solo)
Doug Yule (baixo, piano, piano-elétrico, bateria e vocal)
Maureen Tucker (bateria)
Músicos adicionais: Adrian Barber (bateria), Billy Yule (bateria), John Cale (órgão) e Tommy Castagnaro (bateria).
Título do álbum: Loaded.
Artista/banda: The Vevet Underground.
Lançamento: 15 de Novembro de 1970.
Gravação: Abril - Agosto de 1970, no Atlantic Recording Studios (Nova York).
Gênero(s): Rock.
Duração: 40:35 aproximadamente.
Gravadora(s): Cotillion.
Produção: Geoff Haslam, Shel Kagan e The Velvet Underground.
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