In Flames: "Soundtrack..." é o álbum mais hermético da banda
Resenha - Soundtrack To Your Escape - In Flames
Por Giales Pontes
Postado em 17 de outubro de 2015
Nota: 9 








Dois anos antes deste trabalho o In Flames havia lançado o até então mais polêmico álbum de sua carreira, o questionado ‘Reroute To Remain’ (2002). E ao que parece, tal título passou a pertencer a este ‘Soundtrack To Your Escape’ (2004). Se em 2002 eles foram injustamente acusados de estarem se tornando "comerciais", com este lançamento ficou a impressão de que eles quiseram mostrar o contrário, e acabaram fazendo um álbum até menos acessível que o anterior. Arrisco-me a dizer que ‘Soundtrack...’ até hoje figura como o álbum mais hermético da banda sueca.
Mas a dificuldade inicial de compreensão desse álbum dura apenas umas quatro ou cinco audições. De fato é um trabalho que exige maior atenção do ouvinte. Porem, uma vez que você se acostuma com ele, as músicas "pegam" fácil, sem maiores traumas. ‘F(r)iend’, a faixa de abertura, tem riffs muito bons e traz uma boa dose do peso característico do In Flames. Apesar de mostrar-se uma música típica da banda, ela não é tão melódica quanto as outras.
A estranha ‘The Quiet Place’ tem uma daquelas introduções eletrônicas que criam um ótimo clima para a massa de guitarras que invade o ambiente logo depois. Os elementos melódicos aqui são o que conferem o maior charme da música, e o refrão "cantável" nunca mais sai da cabeça.
Entre zumbidos radiofônicos, uma guitarra com acordes melódicos lembrando algo de U2, introduz ‘Dead Alone’, que logo passa a ser pautada pelos riffs distorcidos. O refrão é denso, trazendo aquela boa mistura de melodias soturnas sussurradas, que só o In Flames faz com tanta maestria, e em alguns momentos rasgada por vocais mais agressivos. Uma passagem melódica das guitarras lá pela metade tambem agrada bastante, e a faixa acaba em meio a ruídos tecnológicos tão estranhos quanto os da introdução. ‘Touch Of Red’ é uma das melhores, com riffs sensacionais, daqueles que te forçam a "bater cabeça". Mas agrada sobretudo por seu refrão cativante, que apesar de extremamente distorcido, mostra-se bastante assimilável aos ouvidos.
‘Like You Better Dead’ tem de longe os melhores riffs do álbum. É impossível resistir ao punch que Jesper e Björn conseguem impor na rifferama. ‘My Sweet Shadow’ tambem é cativante com uma linha melódica da guitarra ao fundo dando o molho para mais uma ótima canção. Após o desfile de riffs pesados, temos uma daquelas passagens calmas, com base eletrônica e os vocais "cansados" que conferem o lado mais "New Metal" da banda. O refrão segue mais ou menos as linhas gerais do álbum, com backings graves entremeados pelos berros de Friden. Vale destacar que neste trabalho o baixo de Iwers aparece de forma mais discreta, e talvez isto tenha deixado o som mais "magrinho", com pouco peso, sendo esta uma das reclamações mais frequentes dos fãs na época de lançamento do álbum.
A seguir temos a estupenda ‘Evil In A Closet’, que começa com um belíssimo acorde de guitarra ao fundo, e Friden mais uma vez cantando "meio de má vontade", um estilo que por alguma razão difícil de explicar, só fica legal no som do In Flames. O refrão é lindo, e a passagem das guitarras após o fim dele é de arrepiar, tamanha combinação sublime de peso e melodia. Os competentes sintetizadores de Örjan Örnkloo dão sua contribuição tambem.
‘In Search For I’ é rápida, quase power metal, e os seus riffs grudentos são a grande atração. Borders & Shading, a exemplo de outros números do CD, tambem traz ótimo refrão e uma melodia que "pega" no ouvido.
Não sei bem porque, mas ‘Superhero Of The Computer Rage’ sempre me traz à mente aquela atmosfera que se ouvia no clássico ‘Colony’ (1999). Talvez pelos riffs thrash logo após a introdução mais direta, ou talvez porque aqui Anders grita em um estilo vocal mais rasgado e reto, como nos velhos tempos. ‘Dial 595-Escape’ tem um riff impossível de esquecer, passagens típicas com riffs cortantes delineados com a ajuda da bateria de Svensson e só pra variar, um belo refrão. ‘Bottled’ tem andamentos mais "complicadinhos", e traz uma maior variação desses andamentos, mas ainda assim é difícil não se empolgar com o festival de riffs pesados. Mais um ótimo refrão para coroar outra ótima faixa.
Não sei qual a exata ordem das faixas na versão nacional do álbum, pois a que eu adquiri foi a versão coreana, a única que encontrei nas lojas. E esta versão traz duas faixas bônus: a primeira é a ótima ‘Discover Me Like Emptiness’, com uma introdução lenta e climática, que depois descamba para a distorção e segue a mesma linha ‘melodia + eletronismos + vocais soturnos + guitarras com interferência eletrostática’. E por último uma versão de ‘Clayman’ gravada ao vivo no Wacken Festival 2003 na Alemanha. ‘Soundtrack To Your Escape’ talvez nunca venha a se tornar o favorito dos fãs, mas negar suas qualidades seria ignorar a grande capacidade da banda em forjar temas que conseguem uma proeza dificílima: soarem acessíveis mesmo com toda a distorção característica presente em seus trabalhos. Recomendadíssimo.
Line-up:
Anders Fridén (Vocais)
Jesper Strömblad - (Guitarra)
Björn Gelotte (Guitarra)
Peter Iwers (Baixo)
Daniel Svensson (Bateria)
Track-list:
1. F(r)riend
2. The Quiet Place
3. Dead Alone
4. Touch Of Red
5. Like You Better Dead
6. My Sweet Shadow
7. Evil In A Closet
8. In Search For I
9. Borders & Shading
10.Superhero Of The Computer Rage
11.Dial 595-Escape
12.Bottled
Bonus-tracks (South-Korean Version)
13.Discover Me Like Emptiness
14.Clayman (Live In Wacken’ 2003)
 
Outras resenhas de Soundtrack To Your Escape - In Flames
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps












 A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins
A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais
Tecladista anuncia que o Faith No More não volta mais Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer
Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer Rick Rubin elege o maior guitarrista de todos os tempos; "ele encontrou uma nova linguagem"
Rick Rubin elege o maior guitarrista de todos os tempos; "ele encontrou uma nova linguagem" Dave Mustaine confirma que regravou "Ride the Lightning" em homenagem ao Metallica
Dave Mustaine confirma que regravou "Ride the Lightning" em homenagem ao Metallica Valores dos ingressos para último show do Megadeth no Brasil são divulgados; confira
Valores dos ingressos para último show do Megadeth no Brasil são divulgados; confira Os 16 vocalistas mais icônicos da história do rock, segundo o The Metalverse
Os 16 vocalistas mais icônicos da história do rock, segundo o The Metalverse System of a Down está no melhor momento da carreira, diz Serj Tankian
System of a Down está no melhor momento da carreira, diz Serj Tankian O disco de reggae que Nando Reis tem seis exemplares; "Quase como se fossem sagrados"
O disco de reggae que Nando Reis tem seis exemplares; "Quase como se fossem sagrados" O disco de prog que Ian Anderson disse que ninguém igualou; "único e original"
O disco de prog que Ian Anderson disse que ninguém igualou; "único e original" As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog
As 10 melhores músicas da fase progressiva do Genesis segundo leitores da revista Prog O artista que Roger Waters diz ter mudado o rock, mas alguns torcem o nariz
O artista que Roger Waters diz ter mudado o rock, mas alguns torcem o nariz Como "Welcome To The Jungle", do Guns N' Roses, soaria se gravada pelo Sepultura?
Como "Welcome To The Jungle", do Guns N' Roses, soaria se gravada pelo Sepultura? O primeiro álbum do Pink Floyd que David Gilmour chamou de "obra-prima"
O primeiro álbum do Pink Floyd que David Gilmour chamou de "obra-prima"
 Pink Floyd: as brincadeiras e enigmas nas capas dos álbuns
Pink Floyd: as brincadeiras e enigmas nas capas dos álbuns Velvet Revolver: Slash diz que falecido Scott Weiland era "irrecuperável"
Velvet Revolver: Slash diz que falecido Scott Weiland era "irrecuperável" Motorhead: a opinião de Lemmy sobre Viagra, Hendrix e velhice
Motorhead: a opinião de Lemmy sobre Viagra, Hendrix e velhice






 5 discos lançados em 1999 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida
5 discos lançados em 1999 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida 5 discos lançados em 1996 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida
5 discos lançados em 1996 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida 5 discos lançados em 1997 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida
5 discos lançados em 1997 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida Cinco canções extremamente melancólicas gravadas por bandas de heavy metal
Cinco canções extremamente melancólicas gravadas por bandas de heavy metal 5 discos lançados em 2000 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida
5 discos lançados em 2000 que todo fã de heavy metal deveria ouvir ao menos uma vez na vida Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental




)