Titãs: Nheengatu e a volta dos cinquentões da pesada
Resenha - Nheengatu - Titãs
Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 22 de setembro de 2015
Nota: 8
Pelos idos de 83, 84, a New Wave chegou ao interior de São Paulo. Basicamente era ter gel no cabelo, usar roupas multicoloridas (laranja, verde-limão e roxo) e soar como B 52’, Go Go’s ou Talking Heads. Nos programas do Chacrinha, Barros de Alencar e Raul Gil uma banda de 8 integrantes vestidos de terninhos berrantes e gravatinha nos conquistava com Toda Cor e Sonífera Ilha. Até 86 os Titãs foram relativamente mansos, mas daí veio Cabeça Dinossauro, que lhes deu a fama de mais pesados e adultos.
O álbum lançado em maio do ano passado retomou esse peso e contundência. Nheengatu – nome duma variante das línguas do tronco Tupi – retoma a crueza e a polêmica dos Titãs, agora resumidos em quarteto.
Bazucadas contra a polícia (Fardado), religião (Senhor), miséria urbana (Mensageiro da Desgraça) somam-se a temas incômodos como pedofilia (em canção homônima) racismo e homofobia (Quem São os Animais?). Se a crítica à polícia liga Nheengatu a Cabeça Dinossauro, Chegada ao Brasil conecta o grupo sônica e tematicamente ao Ultraje a Rigor de Nós Vamos Invadir sua Praia. Os titânicos cinquentões não estão amedrontados de pesar nas canções, mas inserem brasilidade em Baião de Dois e Fala, Renata tem clima meio de banda de pífanos tocada em guitarra.
Nheengatu ratifica o que sabemos há 3 décadas: os Titãs são uma de nossas melhores bandas de rock. Devia tocar muito no rádio e aparecer em tudo que é programa de TV, como nos meados oitentistas.
Tracklist:
01. Fardado
02. Mensageiro da Desgraça
03. República dos Bananas
04. Fala, Renata
05. Cadáver Sobre Cadáver
06. Canalha
07. Pedofilia
08. Chegada ao Brasil
09. Eu Me Sinto Bem
10. Flores Para Ela
11. Não Pode
12. Senhor
13. Baião de Dois
14. Quem São os Animais?
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