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Muse: Em "Drones" é uma caricatura do que foi em "Absolution"

Resenha - Drones - Muse

Por Augusto Kuarupp
Fonte: Salvador PráJá!
Postado em 18 de junho de 2015

Apresso-me logo nas primeiras linhas a contextualizar melhor o termo "caricatura" que aqui discutirei. De forma alguma quero considerar o Muse de hoje uma banda tecnicamente inferior à banda de doze anos atrás, ao contrário, cada um dos três integrantes está hoje no auge de suas virtudes - mesmo a voz do Matt que já sente um pouco os mais de dezessete anos de excessos, como ele próprio nos fez lembrar no show do Lollapalooza em São Paulo, tem hoje um timbre mais bonito - é um powerful trio irretocável.

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Minha tese, entretanto, se desenvolve num outro sentido de observação que tem mais a ver com a singularidade e inovação que o Muse apresentou no início da carreira, e que foi sendo abandonada ao longo dos álbuns posteriores ao "Absolution".

Diferente da maioria das bandas que alçam ao sucesso com integrantes ainda muito jovens - pelo menos das duas últimas décadas - o Muse tinha já no primeiro álbum uma fórmula musical extremamente insólita e original, quando normalmente o caminho é oposto: bandas em início de carreira costumam está mais próximas da sonoridade de suas referências.

Para exemplificar, faço uma analogia com o Radiohead - banda a que o Muse inicialmente era linkada. Em "Pablo Honey" - primeiro álbum da banda de Mr. Yorke - a sonoridade ainda era bastante próxima ao grunge, e muito distante do que se reconhece hoje como a "identidade sonora" do grupo de Oxford, especialmente marcada com o lançamento do seu terceiro álbum, o "Ok Computer".

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Quando colocamos o Muse diante dessa perspectiva, observamos que já em "Showbizz" - álbum début - o trio de Teignmouth tinha conseguido reunir um conjunto de características que os distinguiam de outras bandas no cenário naquele momento, ainda que fosse possível traçar paralelos estilísticos, por exemplo, entre o vocal de Bellamy e o de Jeff Buckley, certamente era impossível afirmar: esta música "é igual à daquela banda". Assim como a primeira imagem que lhe vem à mente ao pensar em Kurt Cobain, provavelmente não será a de um homem com calças rasgadas ao piano tocando Rachmaninoff.

O que quero dizer, é que apesar das inúmeras referências claras nos primeiros anos do Muse, nenhuma delas se apresentava exatamente como uma cópia, trazendo aquela sensação incômoda de: onde foi que eu já ouvi isso?

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Essa singularidade do Muse amadurece ao longo dos três álbuns posteriores, e atinge o estado da arte em "Absolution". Aqui desconsidero o "Hullabaloo Soundtrack" como álbum de originais, mas quero observar que foi uma boa estratégia de interstício criativo, no sentido de que deu ao trio mais tempo para elaborar o álbum que sucederia o "Origin Of Symmetry" – e que foi classificado pela crítica e público como bastante promissor - alcançando significativo sucesso especialmente por "Plug in Baby", que segundo o próprio Chris Wolstenholme: foi a canção que trouxe a notoriedade que eles almejavam ter enquanto banda.

É óbvio que, depois de qualquer álbum marco de carreira - como foi o caso do "Absolution" - o passo seguinte é sempre uma escolha difícil. A banda deve se perguntar se: aposta numa continuidade, ou se trilha outro caminho. Mas dependendo da importância do álbum, qualquer continuidade pode soar como arremedo ou decalque da obra prima. É o caso por exemplo do Radiohead (sim, eles outra vez... advinha o porque), que deixou de ser a banda que o Michael Stipe gostava, com o "The Bends", para se tornar a banda mais importante daquele momento no Reino Unido, com o "Ok Computer".

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O Jimmy Page em um documentário chegou a abordar essa questão quando da transição do "Led Zeppelin II" para os álbuns posteriores. Segundo ele, a gravadora exercia uma forte pressão para que eles compusessem e produzissem uma outra música como o sucesso "Whole Lotta Love". Nos dois casos, tanto no do Radiohead como no do Led Zeppelin, a escolha que se provou acertada foi justamente a de ir contra as expectativas - das gravadoras e do público.

Por sua vez, o Muse também foi colocado diante desse dilema, e o que sigo argumentando é a forma como percebi essa transição. Devo apenas chamar a atenção antes para o fato de que sou um fã do trio, e por isso mesmo, minhas palavras nunca serão inteiramente imparciais.

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Até onde consegui alcançar, "Black Holes and Revelations" foi um álbum de mudança não somente sonora do Muse, mas também, de estratégia comercial, uma ponte entre Londres e Los Angeles.

Podemos encontrar pistas da materialização dessa nova estratégia quando escutamos o álbum. Nele, músicas como a autoreferente "Take a Bow", a coldplayzante "Starlight" e "Knights of Cydonia com pegada "Achilles Last Stand" do Led Zeppelin, dividem espaço com "Supermassive Black Hole" - que à época foi muito associada ao Justin Timberlake, chegando a entrar inclusive na trilha sonora de um dos filmes da saga juvenil de sucesso, "Crepúsculo" - e a discodance rock "City of Delusion". É bom lembrar que no início da carreira, o Muse chegou a romper contrato com o selo Maverick justamente porque este queria interferir na sonoridade do grupo para lançá-los nos Estados Unidos.

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Termino por considerar "Black Holes and Revelations" um álbum emblemático por várias questões, mais sobretudo porque é quase anacrônico: nenhum outro álbum antes, nem depois dele, tem com ele alguma afinidade orgânica.

O disco que o sucede - "The Resistence" - era para mim até o lançamento de "Drones", o álbum mais esquisito do Muse. Uma obra bastante curta considerando que as três últimas faixas no estilo progressivo sinfônico, são como uma obra instrumental à parte. Das oito faixas canções restantes, eu devo ter gostado mesmo de três.

Ainda assim, das que gostei, "Uprising" é uma cópia quase mimética do arranjo de "Atlas" da banda Battles, que eu não conhecia até os integrantes do grupo do Muse no Orkut acusarem a similaridade; e temos "United States of Eurasia" - que não está entre as músicas que mais gostei, e que marca o primeiro flerte direto do trio com o Queen. Sensação bastante distinta eu tive com "The Resistence", diferente de ouvir qualquer um dos três primeiros álbuns em loop.

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Aparentemente, o Muse parece não ter gostando tanto do "The Resistence" também. Poderia dar como indícios o fato de que todos os set lists depois do "The 2nd Law" contemplam muito pouco as canções do "The Resistence".

E por falar em "The 2nd Law", comecemos pelos rumores. Depois de uma tour relativamente curta, os integrantes do Muse deram declarações tecnicamente sérias e em vários momentos diferentes de que estariam tramando um novo álbum que poderia fazer um retorno ao início da carreira.

Esses rumores pararam exatamente depois que a Sony Music - gravadora do Muse, e que como sabemos, é patrocinadora master do Comitê Olímpico Internacional - anunciou que a banda faria a música tema da Olimpíada de Londres 2012.

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A princípio imaginei que esse "tema" seria lançado como um single, e somente bem depois fiquei sabendo que se tratava de uma canção que comporia um álbum do trio que saiu logo após o evento. Com versos como: Race, life’s a race/ And I’m gonna win// I’ll light the fuse and I’ll never lose// I’ll keep up the pace/I’ll reveal my strength to the whole human race - fica difícil não supor que "Survival" tenha sido composta sob medida para a Olimpíada, o que em si, não é nenhum problema.

O que me surpreendeu foi a minha sensação quando tive acesso ao "The 2nd Law", a de que "Survival" não pertencia a este álbum. Talvez até estivesse mais confortavelmente alinhada ao "The Resistence". Mas uma outra pergunta ainda me ocorreu: o conceito por trás "The 2nd Law" existia antes do anúncio de que o grupo faria o tema da Olimpíada?

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Há ainda outras observações sobre a sonoridade do álbum que eu gostaria de fazer. Além da óbvia referência ao Queen em "Survival", "The 2nd Law" materializa as primeiras referências claras e indiscutíveis do Muse ao U2 - creio que em grande parte isso tenha ocorrido pelo fato de o trio ter feito uma mini turnê abrindo os shows 360° para o grupo irlandês, durante a divulgação do "The Resistence". Essa proximidade com a música do U2 certamente serviu como catalisador criativo. Eu ainda mencionaria uma referenciazinha à guitarra de Mark Knopfler em "Animals".

P.S. Certamente eu teria retirado as duas últimas músicas do álbum - as instrumentais - para dar mais coesão.

P.P.S. Álbum burocrático feito para cumprir tabela de gravadora.

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E então "Drones", o último e recém lançado álbum do powerful trio britânico. Depois de ouvir e reouvir a sensação foi de: já deu. Apesar de conceitualmente ser um álbum exemplar - no que diz respeito ao universo e imaginário criados para dar sentido às músicas - não há muito o que explorar nesse álbum do ponto de vista sonoro, talvez até por ser muito autoreferente. "Psycho" por exemplo, é uma continuação de "Uprising"; "Mercy", em muito lembra as incursões feitas em "Black Hole and Revelations" com pitadas de Queen, como se o piano tivesse sido gravado por Chris Martin; "Aftermath" é tipo Mark Knopfler tocando Rod Stewart; "Dead Inside" que lembra "Madnnes" com um solo de Brian May; ou "The Globalist" que enfim... humpf... "Exogenesis"?

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Curioso como os melhores riffs de guitarra do álbum, os de "Reaper" e "Psycho", sejam materiais com mais de uma década de uso e que foram reaproveitados pelo Muse em "Drones". Afora essas duas músicas, faço uma menção honrosa a "The Handler".

Por fim, "Drones" completa a trilogia glam rock, do Muse. Não havia mencionado antes, mas é exatamente isso que eu acho que aconteceu: um conjunto de três álbum com referências mais ou menos similares - algumas autoreferencias caricatas - e difusas esquisitices, que talvez com uma boa curadoria poderiam compor a playlist de um único bom álbum.

Tenho uma hipótese que o Muse teria produzido até hoje duas trilogias: a primeira que eu chamaria de Trilogia da Maturação, composta por Showbizz, Origin Of Symmetry e Absolution; e a Trilogia do Glam Rock, com The Resistence, The 2nd Law e Drones.

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