Helloween: 30 anos comemorados com lançamento de gala
Resenha - My God-Given Right - Helloween
Por Márcio Cabral
Postado em 08 de junho de 2015
Nota: 8 ![]()
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My God-Given Right é o 16º álbum de inéditas da lendária banda de heavy metal alemã e também marca os 30 anos de carreira da banda. Na fase de produção do álbum a banda anunciou que seria uma volta às raízes sem perder a modernidade e também um álbum que contentaria todas as gerações de fãs da banda. Numa primeira audição fica claro que a banda buscou o tempo todo ser mais palatável do que nos álbuns anteriores, abandonando as composições mais soturnas e dark, apostando em temas típicos helloweenianos ao melhor estilo que consagrou a banda em três décadas de vida ativa e criativa.
O ponto baixo ainda parece ser a produção, que ficou mais uma vez nas mãos de Charlie Bauerfeind. Não sei se a versão em CD soará diferente, mas a minha versão digital peca por um grave defeito – a mixagem que parece que tem excesso de compressão, o que torna as músicas emboladas em várias passagens. Outro ponto negativo talvez seja o excesso de músicas na versão final. Sou defensor da tese de que menos é mais e que os clássicos do rock eram bons justamente porque no vinil não cambiam muitas músicas, o que obrigava as bandas a deixar as sobras nas sobras. Aqui, mais uma vez o Helloween nos brinda com excelentes composições recheadas de riffs muito bem executados que merecem ser saudados por todos os fãs das várias fases da banda.
Heroes - Sascha Gerstner
Sascha compôs uma música bem diferente do que ele vinha fazendo para a banda desde a sua entrada. Heroes se refere aos heróis do dia-a-dia, caras desconhecidas que estão por aí nas ruas, em qualquer esquina. Aqui temos um riff moderno e direto com uma pegada típica do Helloween dos anos 90. Em algumas passagens a música peca na mixagem embolada, mas é um excelente início.
Battle’s Won - Michael Weikath
Uma música crítica à indústria armamentista lembra o estilo de música do período do Batter Than Raw com uma pegada parecida com a esquecida "Lavdate Dominum", composta pelo próprio Weikath para o álbum de 1998. Battle’s Won é uma das melhores músicas do álbum.
My God-Given Right - Andi Deris
Uma música pós-apocalíptica com uma letra fantasiosa bem-humorada. Mais uma que remete aos áureos anos 90 da banda. Uma pegada meio ao estilo de "Power" do fantástico Time of the Oath de 1996. A música conta com grande participação de Andi Deris nos vocais, mas também é mais uma prova que a mixagem do álbum atrapalha a banda. Neste caso, em algumas passagens a bateria é inaudível.
Stay Crazy - Andi Deris
Esta música é o primeiro momento mais reflexivo da banda. Trata das implicações de se tocar em uma banda e ser constantemente considerado "anormal" pelas pessoas, e é também uma espécie de reflexão dos 30 anos de carreira deles e como eles querem continuar assim. É uma música com o estilo mais atual da banda, típica da atual fase, muito parecido com o que a eles têm feito desde Rabbit Don’t Come Easy, embora Andi insista que a música remete ao saudoso Master of the Rings de 1994.
Lost in América - Andi Deris
Talvez a mais Helloween de todas do álbum e também a melhor composição de Andi Deris para o álbum. A letra conta um fato curioso que ocorreu com a banda durante uma viagem entre a Europa e a América do Norte onde o avião onde eles estavam permaneceu perdido por um longo tempo. Também é uma música ao melhor estilo do que a banda produziu durante os anos 80. Provavelmente estará na próxima turnê.
Russian Roulé - Andi Deris/Sascha Gerstner
Sascha Gerstner curte uma pegada hard rock tanto no visual quanto na guitarra. Aqui ele nos brinda com um excelente riff típico do hard feito pela ex-banda de Andi Deris , o Pink Cream 69). É uma música que remete ao casamento perfeito dos elementos hard and heavy que marcaram o Helloween desde a entrada de Deris nos anos 90. É mais um grande momento do vocalista no álbum. Aliás, Andi está cantando muito neste álbum.
The Swing of a Fallen World – Andi Deris
Um início que parece sobra de estúdio do anterior, o aclamado Straight Out of Hell com uma pitada das composições sombrias da época do The Dark Ride. É a primeira a destoar e mostrar que a banda estava mergulhando em suas várias fases neste novo álbum. De repente a música descamba para uma porradaria muito parecida com o que se produziu no Batter Than Raw. É uma música tensa que não é fácil de digerir, mas o que não significa que não seja boa.
Like Everbody Else - Sascha Gerstner
Uma balada típica de hard rock. Sascha começa a mostrar a garras no álbum. Bandas com Bon Jovi compuseram músicas nos anos 80 com a mesma sonoridade. É muito bom ver o Andi também cantando hard rock, estilo que o influenciou e o projetou no início da carreira.
Creatures in Heaven - Michael Weikath
Weikath é um dos precursores do power metal e quando ele põe a mão este é o estilo que dispara em qualquer amplificador. Creatures in Heaven é uma virada no álbum, voltando a metal melódico, como se fosse um recomeço. A letra teoriza sobre o paraíso e que tipo de criaturas vivem lá. A melhor música do álbum.
If God Loves Rock ‘n’ Roll – Andi Deris
Andi Deris está nos dizendo que Deus gosta de rock, porque do contrário, como poderia permitir que o Helloween existisse? Uma música que lembra a sonoridade da banda na época do Master of the Rings, mesmo tendo a modernidade do que se produziu com a atual formação, com um refrão parecido com Nabatea.
Living on the Edge – Markus Grosskopf
Markus tem aparecido sempre nos álbuns com composições fortes desde Rabbit Don’t Come Easy. Living on the Edge é típica música do Markus, com uma pegada mais suja e pesada. Não tem a força de uma Liar ou Hell Was Made in Heaven, mas não compromete, pelo contrário, empolga!
Claws - Michael Weikath
Mais uma típica happy, happy, Helloween, embora Weik insista que ele foi influenciado por "Achilles Last Stand", do Led Zeppelin; "Barracuda", do Heart e "Livin' My Life for You", do Pink Cream 69. A faixa fala de um objeto ou ser voador não especificado que voa por aí procurando sua presa. Grande momento do álbum.
You, Still of War - Sascha Gerstner/Andi Deris
Uma música que destoa do resto e que parece meio deslocada da proposta. Mas também parece ser um aceno para os fãs que gostaram da fase mais pesada da banda em The Dark Ride e 7 Sinners. A temática nuclear típica de composições mais soturnas permeia toda a atmosfera desta música de mais de seis minutos que encerra o álbum em grande estilo.
Outras três músicas fazem parte da versão digital: I Wish I Were There, Wicked Game e Free World.
Formação do Helloween:
Andi Deris – vocal
Michael Weikath – guitarra
Sascha Gerstner – guitarra e vocal de apoio
Markus Grosskopf – baixo
Dani Loeble – bateria
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