Forkill: O Thrash Metal está mais vivo que nunca
Resenha - Breathing Hate - Forkill
Por Leonardo M. Brauna
Postado em 29 de novembro de 2013
Originários da cidade maravilhosa, FORKILL chegou à cena underground não para matar, mas para mostrar que o thrash metal, sem agregação ao revival oitentista, está mais vivo que nunca. Formada há três anos a banda carioca lançou no último mês de agosto o seu debut ‘Breathing Hate’ de forma independente e, assim, conseguiu arrancar alívio de muita gente que esperava por alguma coisa que não soasse ‘bay area’ ou ‘thrash germânico’.
Se falarmos de influência, terei de citar muitas, mas nada creditado a qualquer coisa que venha de fora. ‘Breating Hate’ é um álbum genuinamente brasileiro que tem como alicerce a sonoridade da nossa cultura metálica – isso com uma pitada de modernidade, já que não se pode dizer que esse é um trabalho datado.
Canções como a faixa título e ‘vendetta’ (as primeiras do álbum) têm o poder de unir uma pegada forte com muita criação, essas são as características principais do disco. São riffs ‘elegantes’ sem muitas dobras, mas que exprimem crueza e arrancada nas seis cordas. Isso mesmo, as músicas não carregam máscaras que, em palco, possa exigir ajuda da tecnologia para saírem tal como está no álbum.
Para não falar que o CD segue uma proposta 100% crua, algumas introduções foram colocadas para dar mais conceito ao disco. Exemplo disso temos ‘Call to the War’, criada pelo designer ‘Marcos Venicius’ que, entre sirenes, explosões e tiroteios ouve-se alguém clamando em língua oriental – prato de entrada para ‘War Dance’ que narra as conseqüências da guerra religiosa em regiões de deserto.
Isso mesmo que você leu – as letras não seguem a temática da "ressurreição oitentista" que sempre bate em teclas como: "O thrash é o poder", "Avante irmãos do metal", "Sigam em Frente, Guerreiros" – nada disso. Os temas refletem num mundo confuso e atormentado pelo caos numa visão bem realista.
As composições não extremam com a velocidade, mas não é cheio de ‘paradinhas’ que possam ser taxadas como chatas. As músicas têm um segmento bem retilíneo que, certamente, fará você bangear além dos intervalos, assim você se deixe envolver pelo trabalho de guitarras. Esse é mais um ponto que deixa o CD empolgante. Quer uma referência? Escute ´No Rules’ e, se for o caso, repare na mensagem da letra.
A sétima música, batizada de ‘The Joker’ pode ser considerada a mais violenta e visceral. Cartão de visitas para quem gosta de ouvir palhetas açoitando cordas. A próxima, ‘Brainwashed’ contém a segunda participação ilustre, que é ROBERTINHO DE RECIFE fazendo uma pequena passagem de abertura em violão flamenco. O fato de ele ser o produtor desse álbum pode ter ajudado no convite.
A versatilidade do álbum não termina aí, pois a última faixa é um cover do próprio ROBERTINHO onde amigos cantam o refrão de ‘Metal Mania’, faixa do seu disco de 1984. E quem são os amigos? O pessoal do STRESS, simplesmente a banda belenense que lançou o primeiro álbum de heavy metal no Brasil.
O material impresso também esbanja elegância. O CD vem envolto em uma caixa digipak dividida em três partes contento fotos da banda e um folheto/pôster com mais imagens, letras das músicas e, no verso, a mesma capa do álbum no tamanho do pôster. Aos nossos irmãos cariocas, só tenho uma coisa a desejar: sucesso e parabéns pelo belo trabalho!
Formação:
JOE NETO: Guitarra, Vocal;
GUS NS: Baixo;
RONNIE GIEHL: Guitarra;
MARC COSTA: Bateria.
Faixas:
01 – Frequency of fear (intro);
02 – Breathing Hate;
03 – Vendetta;
04 – Call to the War (intro, Marcos Venicius)
05 – War Dance;
06 – No Rules;
07 – The joker;
08 – Brainwashed;
09 – Radio (intro);
10 – Metal Mania (Robertinho de Recife e Stress).
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