The Winery Dogs: que bom que, neste caso, menos é mais
Resenha - Winery Dogs - Winery Dogs
Por Thiago El Cid Cardim
Postado em 28 de junho de 2013
Toda vez que surge uma das chamadas superbandas, que reúnem integrantes consagrados egressos de outros grupos, geralmente ela vem acompanhada de uma boa dose de desconfiança. Afinal, não existe qualquer garantia de que estes músicos, por melhores que sejam, tenham química entre eles. Obviamente, muito vinha se falando de nomes como Chickenfoot e Black Country Communion, mas nos últimos dois anos, forjou-se sem grande alarde um power trio invejável, que com certeza teria merecido mais atenção desde a sua gênese.
The Winery Dogs - Mais Novidades
Mike Portnoy, pós-Dream Theater, uniu suas baquetas ao baixo vibrante de Billy Sheehan (Mr.Big). A intenção inicial era ter John Sykes (Thin Lizzy, Whitesnake) no papel de vocalista e guitarrista, mas algo aconteceu no meio do caminho e eis que Sheehan cruzou novamente o caminho de Richie Kotzen, com quem tocou no Mr.Big durante os álbuns "Get Over It" e "Actual Size". Estava formado o The Winery Dogs. O resultado, brilhante, é um classic rock vibrante e moderno, que carrega em suas veias muito da sonoridade R&B/soul/funk típica dos trabalhos-solo de Kotzen. Temos a reunião de três virtuosos mas que, no entanto, optam pelo lado mais simples do rock. Que bom que, neste caso, menos é mais.
Portnoy chegou a dizer que o primeiro disco do The Winery Dogs, autointitulado, tem influências de sons variados como Led Zeppelin, Cream, Grand Funk Railroad, Soundgarden, Alice In Chains e Lenny Kravitz. A descrição da mistura até que faz sentido: a gloriosa faixa hard rock "Elevate" abre os trabalhos com um groove anos 70 irresistível ao longo do refrão, enquanto Kotzen entrega uma interpretação característica que lembra bastante o timbre de Chris Cornell. Na sequência, vem "Desire", um funk pesado e encorpado, de baixo vibrante, para fazer qualquer Prince da vida morrer de inveja. E isso é só o começo.
Ao mesmo tempo em que o álbum tem espaço para uma power ballad gostosinha como "You Saved Me", para a introspectiva e lenta "Damaged" ou mesmo para o clima quase blues de "One More Time", também abre caminho para um par de hard rocks mais cheios de energia como "Not Hopeless" e "Six Feet Deeper", trazendo a dupla Sheehan e Kotzen em seu melhor, fazendo riffs e palhetadas mais urgentes, espalhando uma injeção de adrenalina e bom gosto. "The Winery Dogs" fecha com o clima soul sexy de "Regret", embalando a voz de Kotzen ao som de um teclado de leve entonação Hammond – mostrando a produção delicada e cristalina da bolacha, do tipo que realça o seu aspecto roqueiro, de raiz, sem deixar de enfatizar que este é um disco de 2013, e não do século passado.
O disco de estreia dos Winery Dogs é um discaço, talvez uma das maiores surpresas do ano, daquelas que chega sem fazer muito barulho e te pega pelos calcanhares, te surpreende e, quando você menos espera, está lá cantarolando os refrãos e se pega ouvindo o álbum pela quarta, quinta vez, sem pensar no assunto. Que, diferente de algumas das dezenas de projetos-solo de Mike Portnoy, este tenha vida longa e tenha vindo para ficar. Porque, comendo pelas beiradas e desbancando muito medalhão, estes cães bêbados assumiram lugar definitivo na minha lista de melhores do ano. E detalhe: ainda estamos em junho.
Line-up
Richie Kotzen – Vocais e Guitarra
Billy Sheehan – Baixo
Mike Portnoy – Bateria
Tracklist
Elevate
Desire
We Are One
I'm No Angel
The Other Side
You Saved Me
Not Hopeless
One More Time
Damaged
Six Feet Deeper
Criminal
The Dying
Regret
Outras resenhas de Winery Dogs - Winery Dogs
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
Fabio Lione anuncia turnê pelo Brasil com 25 shows
O álbum dos Rolling Stones que é melhor do que o "Sgt. Peppers", segundo Frank Zappa
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
Graham Bonnet lembra de quando Cozy Powell deu uma surra em Michael Schenker
Turnê atual do Dream Theater será encerrada no Brasil, de acordo com Jordan Rudess
Regis Tadeu elege os melhores discos internacionais lançados em 2025
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
Max, Andreas, Fernanda e Prika falam sobre Lemmy; "Esse cara fuma 40 cigarros de uma vez?!"
O músico que Ritchie Blackmore considera "entediante e muito difícil de tocar"
Os 50 melhores álbuns de 2025 segundo a Metal Hammer
Desmistificando algumas "verdades absolutas" sobre o Dream Theater - que não são tão verdadeiras
Vocalista Silje Wergeland anuncia saída do The Gathering
A performance vocal de Freddie Mercury que Brian May diz que pouca gente valoriza
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
A lei imposta por facção criminosa que o corajoso Kiko Loureiro desafiou para gravar álbum
Bandas extremas: 10 álbuns que causaram surpresa
A resposta de Renato Russo quando tentavam diminuir o Barão Vermelho, segundo Frejat

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



