Bob Shut: Harmonia, letras poéticas e esbanjando positivismo
Resenha - II - Bob Shut
Por Marco Paim
Postado em 28 de maio de 2013
Intitulado simplesmente como "II" o segundo álbum da banda caxiense Bob Shut traz até os ouvintes um folk rock moderno e alternativo, com composições com muita harmonia, letras poéticas e esbanjando positivismo. A banda conseguiu captar em estúdio uma sonoridade agradável, calma, mas ao mesmo tempo sólida e pesada, graças a impecável produção do grande Carlos Balbinot (Noise Audio Studio) em parceria com a banda. Segundo o próprio Balbinot "Foi um trabalho muito agradável de se fazer. A Bob Shut demonstrou interesse em arriscar, 'passear' por outros estilos e instrumentos e eu gosto disso. Esse álbum vai dar um ótimo retorno para a banda e, com certeza, vai ser mais um destaque da música caxiense."
A evolução da banda do primeiro álbum "Bob Shut" de 2009, é facilmente percebida ao longo de todo o trabalho, seja nas dinâmicas, letras e na versatilidade em acrescentar novos elementos como acordeon, cajon, trompete e kazoo, transportando o ouvinte ao um ambiente interiorano e montanhês.
Com 12 faixas, entre elas 4 em inglês, é um álbum perfeito para se ouvir enquanto está viajando, ou deitado em uma rede curtindo aquela preguiça da tarde em uma praia. Ou mesmo após um dia estressante de trabalho, deitado no sofá e pensando na vida, ou seja, um som para todas as ocasiões e para todos os tipos de pessoas. "Isso é uma característica muito interessante do álbum: Várias preferências. As pessoas se reconhecem em algumas músicas. Foi um disco onde fizemos músicas com letras onde as pessoas pudessem se identificar, sentir conosco, pensar, refletir, e também dançar, balançar a cabeça viajando na "boa onda".". Disse Doug Trancoso em recente entrevista. E as influências percebidas aqui vem tanto de bandas nacionais quanto internacionais. Vejo uma mistura de Coldplay, Cake, Legião Urbana em alguns momentos, Vanguart e até Beatles em algumas passagens.
O talento individual da banda, formada por Douglas Trancoso, voz e baixo, Leonardo Vivan, guitarra e Juliano Mengatto na bateria, é mais evidenciado pelo ótimo entrosamento que transparece, talvez pela convivência já de longa data, e faz com que tudo soe muito natural, com ótimas passagens atmosféricas, onde tudo caminha junto. Dá quase para vê-los tocando e se olhando entre um sorriso e outro de satisfação. Mas o destaque mesmo fica por conta da ótima voz de Douglas (ou Doug) que é tão intimista e calma que é quase como se conversasse com o ouvinte.
E não fica só por aí, para abrilhantar mais o trabalho a banda ainda contou com participações de peso da música gaúcha, como Beto Scopel no trompete (The Hard Working Band, Frank Jorge e TNT, Orquestra de Sopros de Caxias do Sul), Rafael De Boni no acordeon (Elton Saldanha, Valdir Verona), Maurício Pezzi no teclado (Stilo Libero, Janis Project ), Gustavo Viegas no baixo fretless (Passagem, All Jazzeira) e João Viegas na percussão (JJ Jackson, (EUA), Passagem, All Jazzeira).
O álbum todo é ótimo, mas os meus destaques ficam por conta da belíssima "Eita Velho Sentimento" que faz uma introdução impecável ao trabalho e pode facilmente emplacar nas rádios FM´s. A calma "Get Back Home", "Não Quero Anoitecer" que poderia servir de introdução de algum seriado jovem, a grandiosa "Falling on the Glass" e seu clima folk americano, a já clássica "O Código" que foi o primeiro single e entrou na coletânea Heavynroll Collection 2012 (essas duas últimas, minhas favoritas). E a "Festival" perfeita para fechar o trabalho, um som calmo, acústico, que faz você se sentir em uma roda de amigos na noite ao redor da uma fogueira à beira mar. E quando você pensa que já acabou, após um breve espaço de silencio a banda surpreende com mais um som, "Da Pureza" tocada ao violão e kazoo, que juntas formam "Festival/Da Pureza". Genial!
Se a banda conseguir caminhar pelos caminhos certos e tiver interesse em algo realmente grande, as ferramentas eles já tem, que são as suas ótimas músicas e o talento individual. E pelo visto já começaram acertando, pois anunciaram a sua parceria com o selo Senhor F de Brasília, que fará a distribuição. Este álbum tem tudo para ser um grande trabalho a nível nacional. É só a banda querer.
Lembrando que a banda estará lançando o CD "II" no próximo dia 1º de Junho no Zarabatana Café, Caxias do Sul-RS, às 22:00hs
BOB SHUT - "II"
Selo: Senhor F Discos
Tracklist
01. Eita Velho Sentimento
02. Get Back Home
03. De Vez Em Quando
04. Space Little Guys
05. Não Quero Anoitecer
06. Falling on the Grass
07. Três Marias
08. Hey Boss
09. Estátuas de Mel
10. O Código
11. Não Minta Pro Coração
12. Festival / Da Pureza
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
Helloween retorna ao Brasil em setembro de 2026
Guns N' Roses homenageia seleção brasileira de 1970 em cartaz do show de São Paulo
A banda de metal extremo que é referência para Mark Tremonti (Creed, Alter Bridge)
Bryan Adams retorna ao Brasil em março de 2026
O pior álbum que Dio gravou ao longo de sua carreira, segundo a Classic Rock
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
O pior disco do Anthrax, segundo a Metal Hammer
Trivium agradece Greyson Nekrutman e anuncia novo baterista
Megadeth tem show confirmado em São Paulo para 2026
A música solo que Ozzy Osbourne não curtia, mas que os fãs viviam pedindo ao vivo
Marcie Free, uma das maiores vozes do AOR, morre aos 71 anos
A banda desconhecida que influenciou o metal moderno e só lançou dois discos
Guns N' Roses explica por que Axl Rose deu chilique em show na Argentina
A melhor música de "Let It Be", segundo John Lennon; "ela se sustenta até sem melodia"
O hit do Camisa de Vênus com letra digna do Death Metal e crítica social contundente
Por que Rob Trujillo foi escolhido para ser baixista do Metallica, segundo James Hetfield
Roadrunner: os 50 melhores frontmen de todos os tempos

Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental



