David Bowie: criatividade cativante no alto dos seus 66 anos
Resenha - Next Day - David Bowie
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collectors Room
Postado em 08 de março de 2013
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
"The Next Day" é um disco surpreendente em todos os sentidos. Primeiro, porque ninguém esperava que David Bowie, após 10 anos de silêncio e totalmente afastado do cenário musical desde que sofreu um infarto em 2004, estivesse trabalhando em um novo álbum com canções inéditas. Surpreendente porque traz uma capa pra lá de singular, que pega a arte do clássico "Heroes", de 1977, e a reinventa para o Bowie atual, sem rosto e sem a mínima pista para os fãs. E, finalmente, surpreendente por mostrar um músico ostentando uma criatividade cativante no alto dos seus 66 anos, sendo capaz de gravar um de seus mais consistentes trabalhos.
Produzido pelo parceiro de longa data Tony Visconti (T. Rex, Thin Lizzy, Gentle Giant), "The Next Day" é o 24º álbum de David Bowie e o primeiro desde "Reality", de 2003. O disco acaba de sair na Europa e nos próximos dias desembarcará nas lojas norte-americanas e brasileiras. Gravado ao longo de dois anos em sigilo absoluto em Nova York, traz David acompanhado pelo guitarrista Gerry Leonard, pela baixista Gail Ann Dorsey e pelo baterista Zachary Alford. Outros músicos marcam presença em faixas isoladas, mas o time titular é esse.
Dono de uma trajetória marcada por diversas mudanças, tanto visuais como estilísticas, Bowie gravou em "The Next Day" um álbum essencialmente de rock temperado com algumas pitadas pop. Todas as quatorze faixas foram compostas pelo cantor, em um trabalho que mostra o porque de o camaleão inglês ostentar o status de um dos maiores músicos da história do rock.
Com melodias fortes e composições que agradam de imediato, "The Next Day", como já dito, impressiona pela qualidade. O retorno de Bowie é de cair o queixo, um trabalho fortíssimo, consistente e dono de excelentes composições. A sequência inicial - da faixa-título até a balada "Valentine’s Day" -, é de cair o queixo e pega qualquer um despreparado com seis faixas que beiram o sublime. O nível segue na estratosfera em canções como "I’d Rather Be High" (com um clima meio indiano), "Boss of Me", "How Does the Grass Grow?" e a surpreendentemente agressiva "(You Will) Set the World on Fire", dona de um dos riffs mais pesados da carreira de Bowie.
Afiado e visceral como sempre, David Bowie olha para a sua própria história em "The Next Day" e sai dessa experiência com um de seus melhores discos. Saudado pela crítica como "o maior retorno da história do rock", "The Next Day" faz juz a todos os elogios, por mais exagerados que eles possam parecer. O álbum provoca o encontro do melhor Bowie dos anos setenta com o melhor David da década de oitenta, e o resultado é um trabalho que arrepia ao mostrar um dos maiores músicos da história reafirmando a sua genialidade bem diante de nossos olhos.
Não há escapatória, assim como não existe motivo para fugir. Estamos diante de um fato: "The Next Day" é uma obra-prima. Um assombro. Um êxtase. Um primor. Excelente em todos os aspectos, ótimo até dizer chega. The Next Day é Bowie sendo Bowie, e isso por si só já é demais!
Faixas:
1 The Next Day
2 Disty Boys
3 The Stars (Are Out Tonight)
4 Love is Lost
5 Where Are We Now?
6 Valentine’s Day
7 If You Can See Me
8 I’d Rather Be High
9 Boss of Me
10 Dancing Out in Space
11 How Does the Grass Grow?
12 (You Will) Set the World on Fire
13 You Feel So Lonely You Could Die
14 Heat
Outras resenhas de Next Day - David Bowie
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Dio elege a melhor música de sua banda preferida; "tive que sair da estrada"
O lendário guitarrista que é o "Beethoven do rock", segundo Paul Stanley do Kiss
Para criticar Ace Frehley, Gene Simmons mente que ninguém morre devido a quedas
O primeiro supergrupo de rock da história, segundo jornalista Sérgio Martins
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
Como foi lidar com viúvas de Ritchie Blackmore no Deep Purple, segundo Steve Morse
Bloodbath anuncia primeira vinda ao Brasil em 2026
O baterista que parecia inatingível para Neil Peart; "muito além do meu alcance"
A banda que gravou mais de 30 discos inspirada em uma única música do The Doors
O álbum que é uma obra-prima tanto para Jimi Hendrix quanto para Kate Bush
Cinco países com muita tradição no mundo do heavy metal
O que Raul quis dizer com "Quando eu jurei meu amor, eu traí a mim mesmo" em "Medo da Chuva"?
Guitarrista do Rush revela qual é a única banda atual que ele curte e admira


O personagem cinematográfico da Disney que foi inspirado em David Bowie
O artista que Ian Anderson coroou como "a mãe da reinvenção"
O maior rockstar que existiu para David Bowie, que pensava a canção como gesto e atitude
O curioso motivo que leva Robert Smith a ser fã de Jimi Hendrix e David Bowie ao mesmo tempo
A opinião de Rob Halford do Judas Priest sobre o saudoso David Bowie
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme



