Steve Harris: resenha da Classic Rock para o British Lion
Resenha - British Lion - Steve Harris
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collector's Room
Postado em 18 de setembro de 2012
Nota: 7
Bem, o que esperar deste disco? Steve Harris é um dos personagens mais emblemáticos do heavy metal. Sua banda - e vamos falar claramente, trata-se da SUA banda, que isso fique bem claro -, o Iron Maiden, vendeu mais de 85 milhões de cópias de seus 15 álbuns, e Harris deixou a sua marca em cada um deles.
Texto escrito por Jon Hotten, tradução de Ricardo Seelig.
Matéria publicada na edição 177 da Classic Rock Magazine, de outubro de 2012.
Muitos destes 15 discos apresentam a repetição de uma mesma fórmula, e não há nada de errado com isso, como Steve sempre diz. Mas há um sentimento de que, talvez, este seja o trabalho da vida de Harris. Ele e o Iron Maiden criaram um som e uma imagem duradoura, e se havia algo a acrescentar nisso tudo, que fosse antes do seu aniversário de 56 anos - Steve completou 56 em 12 de março passado.
Isso faz de "British Lion" uma supresa, e muuio bem-vinda. O disco é em grande parte uma homenagem às influências de Harris: Deep Purple, UFO, Scorpions, The Who, Rainbow e Judas Priest. Todos esses grupos são reconhecidos em algum momento, sintetizados em um som poderoso que celebra uma época. Não seria justo chamar de simples, mas é uma música descomplicada e despretenciosa, um exercício de nostalgia produzido por alguém formado pelo tempo.
Com a confiança inabalável de Harris em seu julgamento musical, ele transmite uma certa arrogância no material de "British Lion", evitando que as músicas pareçam datadas. E esse é um belo truque.
De acordo com o press release, o primeiro encontro de Steve com o vocalista Richard Taylor e com o guitarrista Graham Leslie aconteceu há muitos anos atrás, quando a dupla entregou uma fita para o baixista. E, aparentemente, Harris gostou do que ouviu. Taylor tem uma voz na linha de Glenn Hughes, e Leslie possui algo que remete a Glenn Tipton e K.K. Downing.
As três primeiras faixas de "British Lion" soam como um manifesto: o heavy metal pesadíssimo de "This is My God", toques de ficção científica em "Lost Worlds" e um clima hard rock em "Karma Killer". O processo se repete por todo o disco. "Judas" transpira Judas Priest. "The Chosen Ones" poderia ser um outtake do UFO da era "Misdemeanor" (1985). "The Lesson" segue a linha das baladas clássicas escritas por Ronnie James Dio e Ritchie Blackmore.
Liricamente, Harris não é tão bem sucedido. Clichês permeiam as letras e 30% das faixas tem a palavra "world" no título. Mas isso é Steve Harris e não Bob Dylan, então as expectativas devem ser moderadas.
De modo geral, "British Lion" é um álbum que vai além do que todo mundo estava imaginando, entregando mais do que o esperado. Belo acerto, Steve!
Nota: 7
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