Eric Clapton admite que não tem coragem de ser como Roger Waters
Por Bruce William
Postado em 29 de maio de 2024
Em entrevista ao Real Music Observer, com transcrição do Guitar.com, Eric Clapton demonstrou seu apoio a Roger Waters, ressaltando que o ex-Pink Floyd tem "culhões" para se posicionar politicamente.
A declaração aconteceu quando, ao ser perguntado se ele acha que músicos deveriam se ater somente à música e não se envolver em questões políticas, Clapton respondeu: "Não vejo muito bem essa coisa de 'deveria', pois qualquer um que me disser o que devo fazer, farei o contrário. Não apenas pra ser do contra, mas também pra tipo: 'quem é essa pessoa pra me dizer como devo viver minha vida? Eu não me meto na vida deles'".
O guitarrista prossegue elogiando Waters: "Amo Roger, sabe, eu o adoro, somos irmãos e ele segue seu caminho, e para isso ele tem muitos culhões, pois ele sofre terrivelmente com isso. Eu o vi sentado no parapeito da janela dizendo: 'é manhã cedo aqui em Manhattan e eu estou em prantos novamente, sabe?'"
Em seguida, reconhece que ele não seria capaz de agir desta forma: "Não posso fazer isso, fico à ponto de chorar quando penso sobre tudo que está acontecendo e como o diabo está à solta, mas também tenho que levar uma mensagem positiva de esperança, assim como ele também tem. A música é um instrumento de cura. Acredito que existe um sistema de pensamento sobre como você se conduz neste espectro, sendo responsável para não ofender as pessoas".
Para deixar claro como isto é complicado, Clapton cita um grande líder mundial para servir de exemplo: "Gandhi compreendeu tudo, mas não quero de fato seguir o caminho dele, pois quando ele queria que as pessoas seguissem sua forma de pensar ele fazia uma greve de fome e arriscava sua própria vida para que as pessoas percebessem que ele estava falando sério. Muitos não esperam que Roger e eu cumpramos o que dizemos, mas nós cumprimos. E eu acho que tenho uma responsabilidade pois, como disse antes, estou carregando uma mensagem de esperança, de amor, paz e liberdade. Essa é a minha responsabilidade como músico".
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