Buffalo Killers: uma banda atual e em pleno amadurecimento
Resenha - Dig. Sow. Love. Grow. - Buffalo Killers
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collectors Room
Postado em 17 de setembro de 2012
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Eu poderia começar este texto dizendo que o quarto disco da banda norte-americana Buffalo Killers, "Dig. Sow. Love. Grow.", é uma grata surpresa. Mas o fato é que o nome do trio formado por Andrew Gabbard (vocal, guitarra e piano), Zachary Gabbard (vocal e baixo) e Joseph Sebaali (bateria) já é conhecido pelos mais antenados, que não se contentam apenas com o que lhes é vendido e gostam de pesquisar e ir atrás das boas novidades musicais. Ou melhor, deveria ser.
Lançado em 7 de agosto último, "Dig. Sow. Love. Grow." tem cara de pérola perdida. Sabe aquelas matérias especiais que mergulham fundo nos porões mais empoeirados das décadas de 1960 e 1970 e saem com indicações certeiras de discos e bandas sensacionais e que pouquíssima gente ouviu falar? Aqui acontece a mesma coisa, mas com uma diferença: o Buffalo Killers é uma banda atual e está em pleno amadurecimento, construindo uma sonoridade cada vez mais rica e cativante.
Formada em Cincinnati, Ohio, em 2006, o trio já tem uma discografia de respeito. O primeiro play, batizado apenas com o nome do grupo, saiu em 2006 e chamou a atenção de Chris Robinson, que colocou os caras para abrir a turnê de 2007 do Black Crowes. O segundo, "Let It Ride" (2008), foi produzido por Dan Auerbach, vocalista e guitarrista do Black Keys. E o terceiro, intitulado apenas "3", saiu em agosto do ano passado mantendo o alto nível.
Há uma notável influência de Black Crowes em "Dig. Sow. Love. Grow.", mas também de diversos outros nomes do rock setentista. É possível ouvir ecos de Faces, James Gang e até alguma coisa dos Eagles em algumas passagens. Mas não espere ouvir um remake destas bandas, com uma sonoridade propositadamente saudosista, que apenas emula o que de melhor foi produzido durante a década de 1970. Não, o papo aqui é outro. O Buffalo Killers mostra talento e personalidade, entrando sem medo em uma máquina do tempo sonora e saindo de lá com composições fortes e criativas, repletas de timbres gordos e andamentos espertos, que conquistam quem quer, no final das contas, ouvir apenas aquilo que realmente importa: um bom disco de rock.
E "Dig. Sow. Love. Grow." é um senhor disco, que alterna faixas mais agitadas com outras que se aproximam do blues, do country e da psicodelia multi-colorida. Aliás, a aproximação com o country dá um aspecto bem rural e agreste para a maioria das faixas.
Sem um hype gigantesco, sem pressão por resultados, sem expectativas mirabolantes, Sebaali e os irmãos Gabbard gravaram um álbum repleto de ótimas canções, cheias feeling e autenticidade. Tudo soa orgânico e com alma.
Sem alarde e longe dos holofotes, o Buffalo Killers gravou outro ótimo disco. "Dig. Sow. Love. Grow." não vai revolucionar nada, não vai figurar nas paradas e muito menos mudar o mundo. Porém, proporciona algo tão importante quanto: é daqueles trabalhos que vão nos conquistando aos poucos, com canções de qualidade e uma verdade que transborda pelos sulcos.
Enfim, apenas um bom disco de rock. Simples assim.
Faixas:
Get It
Hey Girl
Blood on Your Hands
Rolling Wheel
Those Days
I Am Always Here
Farewell
Graffiti Eggplant
My Sun
Moon Daisy
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O guitarrista preferido de Mark Knopfler, do Dire Straits, e que David Gilmour também idolatra
A "melhor banda de rock'n'roll em disco", segundo Bono, do U2
Jinjer, In Flames e Killswitch Engage confirmados no Bangers Open Air, afirma jornalista
Nick Holmes diz que há muito lixo no nu metal, mas elogia duas bandas do estilo
As 5 melhores bandas de rock dos últimos 25 anos, segundo André Barcinski
A banda que ajudou o Metallica a não acabar após "St. Anger", segundo Lars Ulrich
Nicko McBrain compartilha lembranças do último show com o Iron Maiden, em São Paulo
A canção proto-punk dos Beatles em que Paul McCartney quis soar como Jimi Hendrix
O subestimado guitarrista base considerado "um dos maiores de todos" por Dave Mustaine
A caótica origem do Mastodon, uma das bandas mais importantes do metal contemporâneo
O clássico riff do AC/DC que Malcolm Young achou que era uma merda, a princípio
Vocalista do Trivium diz que sua mente entrou em colapso no ano passado
A curiosa visão que Steve Vai tinha do heavy metal nos anos oitenta
As 3 teorias sobre post enigmático do Angra, segundo especialista em Angraverso
A faixa do Rush que Geddy Lee disse que "não envelheceu tão bem"
O álbum que fez Titãs virar "Ivete Sangalo com Wesley Safadão", segundo Sérgio Britto
As atitudes de Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt que levaram Confessori a deixar o Angra
O refrão do rock nacional com cinco palavras composto no metrô e inspirado em The Who
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
O disco que "furou a bolha" do heavy metal e vendeu dezenas de milhões de cópias



