Pink Floyd: Mostrando que era possível continuar sem Syd
Resenha - A Saucerful Of Secrets - Pink Floyd
Por Pietro Gusso
Postado em 08 de julho de 2012
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O Pink Floyd tinha acabado de perder o seu principal membro, Syd Barret, substituído por David Gilmour. O gênio da psicodelia saiu da banda após começar a ter distúrbios mentais devido, principalmente ao LSD, mas isso não vem ao caso, o que importa é que o Pink Floyd precisava provar que conseguiria fazer um CD com a mesma qualidade do The Piper At The Gates Of Dawn.
Em 1968, lançaram seu segundo álbum de estúdio, A Saucerful Of Secrets, e a dúvida se o quarteto sobreviveria sem as composições de Syd era a maior atração do disco.
O álbum começa com "Let There Be More Light", uma ótima composição de Waters. A música começa com uma certa psicodelia remanescente do primeiro disco da banda, então passa a ter um ar misterioso até que o refrão vem com uma porrada. Uma ótima performance de Mason na bateria e um destaque para os vocais de Waters.
Em seguida vem "Remember a Day", uma das poucas composições na íntegra de Rick Wright. Música muito boa porém um pouco enjoativa devido ao fato de não possuir muitas transições ou mudanças de ritmo durante o seu desenvolver.
"Set The Controls For The Heart Of The Sun" é, sem dúvida, o ponto alto do álbum. Uma canção magnífica de Roger Waters, sua primeira grande composição na banda até então. A música é cercada de mistério e subjetividade, com solos exóticos e com um toque árabe. Destaque também para os efeitos de Wright, que criam um clima propício para a letra da música. A canção pode não ser bem captada por muita gente, mas um bom apreciador de música irá, com certeza, reconhecer sua beleza.
"Corporal Clegg" é a música mais pesada do álbum, um legítimo rock psicodélico "Pink Floydiano". A música começa com um ótimo riff e uma melodia bem rock and roll. Quando chega no refrão, vários efeitos começam a aparecer e percebe-se, claramente, uma influência de Barret que até então não se via no álbum.
A próxima música é a faixa-título do álbum, "A Saucerful Of Secrets", outra bela instrumental que mantém a qualidade do gênero. A música não possui uma harmonia muito bem definida, porém os efeitos sonoros vieram em peso. Traz muito da parte psicodélica do Piper At The Gates Of Dawn e, novamente, apresenta muita influência de Barret na sua composição. Um destaque para o órgão de Wright a partir do oitavo minuto.
"See-Saw" é outra de Richard Wright. Bem calma com um clima parecido com Meddle mas também com vários efeitos sonoros. Na minha opinião, a mais fraca do álbum, porém se tratando de Saucerful Of Secrets, o padrão está muito alto. Uma boa música, mas perde para todas as outras desse trabalho.
O álbum fecha com a última composição de Barret gravada na banda. "Jugband Blues" contrasta bem com o resto do álbum pois mostra o Pink Floyd com Syd Barret e o Pink Floyd sem Syd Barret. A música é uma balada típica de Syd. Pra quem ouviu os seus álbuns solo, é fácil perceber as suas semelhanças com a música. Era como se ele já tivesse saído da banda. Quando se ouve a música, é possível perceber um Syd Barret sozinho, com seu violão, deprimido, diferente das composições do primeiro álbum do Pink Floyd.
Álbum incrível. Mostrou a todos que era possível continuar a banda sem seu maior gênio. Um triste fim da Era Syd Barret, mas um começo para a que se tornaria uma das maiores bandas do planeta.
FAIXAS:
1 - Let There Be More Light
2 - Remember A Day
3 - Set The Controls For The Heart Of The Sun
4 - Corporal Clegg
5 - A Saucerful Of Secrets
6 - See-Saw
7 - Jugband Blues
Banda:
Roger Waters (baixo e vocal)
Richard Wright (teclado e vocal)
Nick Mason (bateria e vocal)
David Gilmour (guitarra e vocal)
Syd Barret (guitarra e vocal)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
Guns N' Roses homenageia seleção brasileira de 1970 em cartaz do show de São Paulo
A banda desconhecida que influenciou o metal moderno e só lançou dois discos
Helloween retorna ao Brasil em setembro de 2026
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
Megadeth tem show confirmado em São Paulo para 2026
A música solo que Ozzy Osbourne não curtia, mas que os fãs viviam pedindo ao vivo
O único frontman que Charlie Watts achava melhor que Mick Jagger
Bryan Adams retorna ao Brasil em março de 2026
O clássico do Queen que Elton John achou título péssimo: "Vocês vão lançar isso?"
Trivium agradece Greyson Nekrutman e anuncia novo baterista
A banda de metal extremo que é referência para Mark Tremonti (Creed, Alter Bridge)
A melhor música de "Let It Be", segundo John Lennon; "ela se sustenta até sem melodia"
O rockstar brasileiro que até as músicas ruins são divertidas, segundo Regis Tadeu
Bon Jovi: o lado mais obscuro do grupo americano
O álbum do Megadeth que parecia ser do Metallica, até que um fã enquadrou Mustaine
Os 19 músicos que já estiveram no Slipknot na ordem de entrada na banda

3 bandas clássicas que felizmente mudaram de nome antes de fazer sucesso
O álbum do Pink Floyd que David Gilmour acabou detestando por causa do Roger Waters
David Gilmour responde se voltará a trabalhar com Roger Waters no Pink Floyd
O famoso solo que David Gilmour jamais começa diferente; "Parece tolice não fazer isso!"
Os 11 álbuns prog preferidos de Geoff Downes, tecladista do Yes e Asia
O álbum do Pink Floyd que sempre deixou um gosto de arrependimento em David Gilmour
Os 12 dias em que o Pink Floyd foi um quinteto
Roger Waters sobre Nobel da Paz: poderia ter sido dado a Donald Trump, não seria menos absurdo
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental



