Ponto Nulo No Céu: Resenha do álbum "Brilho Cego"
Resenha - Brilho Cego - Ponto Nulo No Céu
Por Henrique de Almeida
Postado em 09 de fevereiro de 2012
A PONTO NULO NO CÉU foi formada em 2007, na cidade de Gravatal. Com influências de Metalcore, Nu-Metal (leia-se Deftones, bem perceptível aqui) e até mesmo Rap (nos vocais), a banda lançou no ano seguinte o EP Ciclo Interminável, com seis músicas que já mostravam o imenso potencial de Dijjy, Vinícius, Júlio e Henrique no cenário do Metal alternativo brasileiro.
Em 2011, já com outro guitarrista (André Bresiani), a banda lança seu primeiro Full-Length, e que é, na opinião deste que vos escreve, um dos melhores lançamentos musicais no Brasil no ano passado. Aos que seguem dizendo que não há som de qualidade cantado em português no Metal tupiniquim, sugiro que dêem uma ouvida muitíssimo atenta a esses rapazes de Santa Catarina.
O disco começa com a música Brilho, uma bonita introdução ao violão enquanto, em diversas línguas, é dita a frase: "O mesmo brilho que revela também pode cegar. Você só enxerga o que quer. Só enxerga se quiser."
Existência Seca já mostra a capacidade indiscutível do quinteto, tanto musical quanto liricamente. A produção e mixagem espetaculares do também catarinense Adair Daufembach (que também é responsável por artistas como PROJECT 46, HUASKA, HANGAR, entre outros) deixa todos os instrumentos bem audíveis e inteligíveis. As guitarras já mostram a que vieram, com muita técnica, feeling e arranjos excelentes. A próxima faixa, Nítido, tem um show à parte do vocalista. Dijjy consegue passear tranquilamente entre vocais rapeados, melódicos, guturais e rasgados, com muito peso. Mesmo tendo partes com alguns efeitos de estúdio, o resultado é plenamente satisfatório. A música em si é mais um petardo em um registro repleto destes.
Clarão, o single do trabalho, mostra claramente o motivo de ter sido escolhida. O trabalho de bateria, as guitarras muito bem tocadas, o baixo dá o ar de sua graça, e os versos de Dijjy contando " Como um estalo clareia a mente e uma prisão é formada diferente". Quem quiser um resumo do que é a PONTO NULO NO CÉU o encontrará nesta música. A canção seguinte, homônima à banda, é mais melódica em certos momentos, e a veia alternativa aparece mais forte, especialmente nas letras.
Se Penumbra é uma música que caminha com autoridade entre a leveza e o peso, Sem Dor, Sem Vida é um petardo inacreditável. As guitarras começam fazendo um background para os vocais ritmados de Dijjy, mas a coisa muda de figura quando o breakdown começa e o peso impera, e a partir daí é agressividade pura, com um pequeno interlúdio de calmaria. Uma das melhores canções do disco.
5:45 é uma pequena introdução para a faixa seguinte para Peito Aberto, com a letra mais positiva do registro, que fala sobre ultrapassar os obstáculos que todos temos na vida. O refrão, apesar do peso dos vocais, é delicado e mostra porque Dijjy é um dos melhores letristas do Metal nacional, na minha humilde opinião. Sopro, que vem em seguida, é uma faixa acústica, com dois violões e vocais mais graves. Um momento de calmaria, com belo trabalho nas seis cordas e um resultado admirável.
Para fechar o disco, duas bombas atômicas: Na Sombra do Ego é uma das mais pesadas que a banda já fez, e tem uma sonoridade mais Metalcore, principalmente no instrumental. Essa aqui é repleta de guturais e vocais rasgados, ou seja, prepare-se para bater muita cabeça com essa faixa. (R)Evolução Mental se inicia com uma única guitarra tocando, a bateria e versos cantados lentamente por Dijjy, com uma virada repentina para guitarras mais rápidas. Essa alternância se dá até o verso logo após o refrão, que fica bem mais pesado, com direito a coros típicos do Hardcore. As guitarras nessa faixa são absolutamente espetaculares, mostrando que André e Vinicius formam uma das melhores duplas do país no instrumento. A música encerra os trabalhos com chave de ouro.
Uma luta bem recompensada por parte de uma das melhores bandas do underground brasileiro (com muito mais a acrescentar do que várias bandas que estão no Mainstream hoje). Aos que se acham "troo" demais para ouvir bandas com os elementos que eu citei no início da resenha, deem uma chance à PONTO NULO NO CÉU. Vocês podem ficar surpresos.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
O melhor álbum do Led Zeppelin segundo Dave Grohl (e talvez só ele pense assim)
O rockstar que Brian May sempre quis conhecer, mas não deu tempo: "alma parecida com a minha"
Andi Deris garante que a formação atual é a definitiva do Helloween
O álbum do Led que realizou um sonho de Jimmy Page; "som pesado, mas ao mesmo tempo contido"
A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"
O baterista que Neil Peart dizia ter influenciado o rock inteiro; "Ele subiu o nível"
A banda que superou Led Zeppelin e mostrou que eles não eram tão grandes assim
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar
Loudwire elege os 11 melhores álbuns de thrash metal de 2025
A canção emocionante do Alice in Chains que Jerry Cantrell ainda tem dificuldade de ouvir
A cantora que fez Jimmy Page e Robert Plant falarem a mesma língua
Steve Harris reconhece qualidades do primeiro álbum do Iron Maiden
O gesto de Renato Russo na carreira solo que fez Lulu Santos expressar sua gratidão
De Kate Bush a Can, John Lydon lista seus 12 álbuns preferidos de todos os tempos
A primeira banda de rock inventiva que chegou ao topo, segundo Caetano Veloso

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional



