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In Extremo: Folk comercial, mas na média

Resenha - Sterneneisen - In Extremo

Por Felipe Kahan Bonato
Postado em 15 de março de 2011

Nota: 7 starstarstarstarstarstarstar

Após parada de 3 anos, "Sterneneisen" é o novo disco dos alemães do IN EXTREMO. Confesso que gosto muito da banda e que fiquei esperando o lançamento deste álbum, realizado em 2011, como forma de promover um grupo que admiro. No entanto, não creio que "Sterneneisen" seja o álbum que mostre melhor o que acredito que a banda é. Sinto um apelo comercial crescente ao longo da banda enquanto o folk alternativo, grande inspiração da banda, vai se esvaecendo.

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Não, o IN EXTREMO não desaparece com suas origens. Na abertura do álbum, "Zigeunerskat", percebe-se que o vocal agressivo e sujo continua bom, as faixas ainda são predominantemente cantadas em alemão e os instrumentos exóticos estão lá. No entanto, a harmonia é meio hard rock, meio KORPIKLAANI demais. "Gold" mostra também que os instrumentos convencionais estão lá, com destaque para o belo trabalho de baixo, que se repete em "Viva La Vida", faixa encerrada por gaitas stonianas brilhantes.

"Siehst du das Licht" é mais lenta, mas mantém o refrão na mesma linha melódica livre. Para quem gosta de história, é uma faixa que referencia uma música folclórica do fim do século XIV, presente no Llibre Vermell de Montserrat. "Stalker", por sua vez, tem umas quebras e um andamento menos linear que mostra mais o talento e a versatilidade das composições do IN EXTREMO. Além disso, faz uma boa ponte entre o que esse novo álbum apresenta e o que está no passado da carreira da banda.

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A libertação do estilo passado acontece de vez nas faixas seguintes. Enquanto "Hol die Sterne" traz versos acústicos, a faixa título, na sequência, traz nos riffs iniciais o rock mais convencional, relegando aos vocais a principal atração da canção. Sobre "Hol die Sterne" ainda, não estou a desconsiderar o primeiro álbum da banda, de origem acústica, mas o som que a consagrou foi o folk metal bem variado que foi emergindo nos álbuns posteriores. Assim, não espera essa volta. "Zauberspruch No. VII" é outra lenta que merece menção apenas por ser grandiosa, com belo instrumental.

"Auge um Auge" consegue, diferentemente das anteriores, alternar bem peso e as passagens lentas, criando uma atmosfera sinistra e trazendo efeitos nas vozes, ou seja, sendo mais IN EXTREMO. Na trinca final, "Schau zum Mond" é meio filler, ou seja, apenas preenche o corpo do disco. "Unsichtbar" é crescente, melódica e impressionante com seu refrão contagiante, divido por várias vozes. "Vermiss Dich" tem clima de encerramento do álbum, diferenciando-se apenas por atingir bem esse objetivo.

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No fim, não é um álbum ruim, para quem gosta do IN EXTREMO. Pelo contrário, é um disco muito coerente, que não contradiz sua lógica em nenhum instante. Adicionalmente, os elementos mais clássicos do folk dos alemães persistem em "Sterneneisen", mas não há como discordar que cada vez mais é aberta uma veia mais pop na sonoridade da banda, cuja popularidade tem crescido. Agora, nos próximos álbuns já esperarei por algo como esse "Sterneneisen", que simboliza a consolidação dessa nova faceta do grupo e traz consigo um novo período de adaptações por parte dos ouvintes da banda. Só espero que não tirem progressivamente o pouco de metal que lhes resta, nem as boas variações que tornam o conjunto acima da média.

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Integrantes:
Michael Robert Rhein - vocal, bandolim, chifre
Kay Lutter - baixo, bumbo
Rainer Morgenroth - bateria
Sebastian Lange - guitarra
Marco Ernst-Felix Zorzytzky - gaita de fole, gaita irlandesa, flauta e chifre
Andre Strugalla - gaita de fole, harpa, charamela e sintetizadores
Boris Pfeiffer - gaita de fole, nyckelharpa e flauta

Faixas:
1. Zigeunerskat
2. Gold
3. Viva La Vida
4. Siehst du das Licht
5. Stalker
6. Hol die Sterne
7. Sterneneisen
8. Zauberspruch No. VII
9. Auge um Auge
10. Schau zum Mond
11. Unsichtbar
12. Vermiss Dich

Gravadora: Island Records

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Sobre Felipe Kahan Bonato

Felipe Kahan Bonato: Nascido em 88, há mais de 10 anos - por enquanto - escuta praticamente qualquer subgênero de rock e metal, explorando principalmente bandas mais desconhecidas. Teve contato tardio com a guitarra, seu instrumento preferido, optando então em seguir a carreira de Engenheiro de Produção e em contribuir esporadicamente com resenhas no Whiplash.
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