Gorgoroth: Sonoridade permanece intocada em novo álbum
Resenha - Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt - Gorgoroth
Por Paulo Finatto Jr.
Postado em 26 de janeiro de 2011
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Em meio a uma série de disputas jurídicas que envolveram o nome da banda e os ex-integrantes Gaahl e King ov Hell, o futuro do GORGOROTH parecia incerto. A banda, que é um dos nomes mais polêmicos do black metal norueguês, recentemente deu a volta por cima sob o comando do guitarrista Infernus. "Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt" não só marca o retorno de grupo após três anos de silêncio como apresenta uma formação extremamente renovada.
Em atividade desde o início da década de noventa, o GORGOROTH em pouco tempo se tornou uma das mais importantes bandas do movimento black metal escandinavo, em decorrência do impacto de discos como "Under the Sign of Hell" (1997) e "Destroyer" (1998). No entanto, o grupo não se firmou como uma unidade. A banda nunca manteve um mesmo line-up por muito tempo e em "Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt" isso não é diferente. O guitarrista Infernus – e único membro remanescente – é acompanhado por Pest (vocal, que retorna ao GORGOROTH após dez anos de ausência), Boddel (baixo, pseudônimo de Frank Watkins, ex-OBITUARY) e Tomas Asklund (bateria, ex-DARK FUNERAL). Por outro lado, a sonoridade dos noruegueses permanece intocada.
O processo criativo de "Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt" iniciou quatro anos antes, mais ou menos na mesma época em que Infernus foi condenado à prisão por participar de um estupro em seu país. Por não se envolver ativamente no crime, o guitarrista ganhou liberdade condicional em 2007 e anunciou dias depois que já havia composto o suficiente para um novo álbum do GORGOROTH. Com os novos membros efetivados, a banda viajou à Suécia para registrar as novas faixas – que contaram com a produção do baterista Tomas Asklund. Como os outros sete discos da carreira dos noruegueses, "Quantos Possunt ad Satanitatem Trahunt" conta com a mesma crueza e a mesma agressividade que marcaram o nome do GORGOROTH no cenário black metal mundial. A sonoridade do quarteto – que curiosamente ganha outros músicos nas apresentações ao vivo – mantém o mesmo padrão de "Ad Majorem Sathanas Gloriam" (2006).
Entretanto, alguns descasos da banda são perceptíveis em "Quantos Pussunt ad Satanitatem Trahunt". Embora possua a média de trinta minutos de duração por disco, o GORGOROTH certamente deveria aproveitar melhor cada uma das oportunidades, sobretudo essa mais recente via Regain Records. O álbum conta com grandes composições, como as duas faixas que abrem o repertório – "Aneuthanasia" e "Prayer". O ríspido instrumental dos noruegueses possui intensidade na medida certa e conta com variações rítmicas que não fazem de "Quantos Pussunt ad Satanitatem Trahunt" uma coisa monótona até mesmo para os fãs do gênero. No entanto, tão rápido o CD inicia tão rápido o CD acaba – o quê pode frustrar os que esperam sempre uma grande e extensa obra de black metal, como confirmaram ser os mais recentes títulos de bandas como ROTTING CHRIST e CRADLE OF FILTH.
Entre as outras músicas de destaque encontradas no disco, "Rebirth" – que conta com um andamento mais cadenciado e que se encaixou perfeitamente à voz de Pest – certamente é uma que deve ser mencionada. De outro lado, "New Breed" e "Satan-Prometheus" evidenciam uma agressividade constante e que, com mais de cinco minutos de duração, se desdobram em variações rítmicas muito interessantes. Não há dúvidas de que a proposta de "Quantos Pussunt ad Satanitatem Trahunt" é coesa e eficaz. No entanto, a crueza sonora do GORGOROTH poderia ser transposta para um disco com timbres mais límpidos e um som relativamente menos sujo. A busca por uma produção primorosa, o que a banda parece ser extremamente contrária à ideia, não deveria ser uma barreira.
Com uma qualidade perceptível, o repertório de "Quantos Pussunt ad Satanitatem Trahunt" tem força suficiente para se unir aos principais sucessos do grupo, como "Unchain My Heart!" e "Revelation of Doom", nas próximas turnês do GORGORTH. O álbum, que só não merece o rótulo de excelente por pequenos deslizes na sua produção que soa underground demais, certamente recoloca a banda entre os nomes mais importantes e blasfemos do black metal norueguês.
Track-list:
01. Aneuthanasia
02. Prayer
03. Rebirth
04. Building a Man
05. New Breed
06. Cleansing Fire
07. Human Sacrifice
08. Satan-Prometheus
09. Introibo ad Alatare Satanas
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Cinco músicos brasileiros que integram bandas gringas
Blaze Bayley relembra reação de Steve Harris ao ser apresentado a "Man on the Edge"
O álbum clássico do thrash metal que foi composto no violão
Box-set do Rainbow com 9 CDs será lançado em março de 2026
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
A música que era country, mas acabou virando um clássico do rock progressivo
Garotos Podres são interrogados pela polícia por causa da música "Papai Noel Velho Batuta"
Max Cavalera achou que seria substituído no Sepultura por alguém como Robb Flynn
Por que Frejat demitiu seu guitarrista de longa data: "Eu não saí, fui saído"
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Mick Abrahams, guitarrista original do Jethro Tull, morre aos 82 anos
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
Höfner vai à falência e Paul McCartney lamenta em declaração
Novo álbum do Linkin Park ganha disco de platina tripla no Brasil


Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional


