Ágona: Thrash/Death brutal, trampado e com toques Prog
Resenha - Karma - Ágona
Por Marcos Garcia
Postado em 16 de novembro de 2010
A evolução tecnológica, a despeito de saudosistas oitentistas que, em sua maioria, nem estavam no mundo naquela época, trouxe enormes benefícios ao Metal, uma vez que hoje, poucas bandas sofrem uma injustiça muito comum nos anos 80: uma simples gravação de seu trampo, já que os preços de estúdio eram altíssimos (lembro que a inflação era absurda no início da democracia brasileira), instrumentos musicais eram os olhos da cara, e só era possível gravações com algum patronato forte por trás da banda. Poucos são os que sabem que Igor Cavalera, no início do SEPULTURA, tinha que ensaiar em uma bateria de lata...
Não, não era fácil, e muitas foram as bandas que passaram pelo mundo sem deixar marcas, e quando o fizeram, foram Demo-Tapes de qualidade sofrível. MORTALHA, SAGRADO INFERNO, FUNERAL, GUILHOTINA, AGRESSOR, DEIMOS, SPECTRUM...
A estabilização da economia brasileira em 1994, a queda dos preços de instrumentos importados e a melhoria na qualidade dos instrumentos nacionais, mais o barateamento das tarifas de estúdio e melhorias tecnológicas deram possibilidades à muitas bandas mais jovens de fazer trabalhos dignos, e os cariocas do ÁGONA é mais uma da turma que nos chega via seu websingle ‘Karma’, que está disponível para download gratuito no myspace da banda.
Juntos desde 2005 e com a mesma formação desde então, com Alan Muniz nos vocais, Leonardo Mili nas guitarras, Rafael Ferraz no baixo e Vinícius Bhering, a banda é adepta do Thrash/Death Metal brutal, embora bem trampado e com certos toques Progressivos, podendo-se dizer que está na mesma linha de bandas como LAMB OF GOD e SPAWN OF POSSESSION, só mais intenso que ambas.
Produção visual primorosa e impecável, só faltando as letras, e a sonora é ótima, permitindo que a brutalidade salte dos falantes sem problema, ao ponto de se conseguir ouvir cada instrumento e entender o que Alan canta, esse último um evento raro em se tratando de estilos mais extremados.
São três faixas ótimas, cantadas em português: ‘Passos para o Fim’, com alternâncias entre momentos rápidos e outros nem tanto, onde Alan se esgoela como um condenado, indo do gutural aos gritos agudos à lá porco sendo abatido, e Rafael; ‘Mar’, intensa e brutal, onde as guitarras de Leonardo fazem bonito; e ‘Um Tempo’, essa já com uma pegada mais Crossover cadenciada, onde Vinícius se mostra um monstrinho nas baquetas em suas levadas bem trampadas, o solo de guitarra é bem envolvente, com um ‘q’ de anos 70, bem como alguns toques jazzísticos do baixo.
Um trabalho digno, aqui imortalizado, e que merece uma conferida por parte de todos, já que é uma antecipação do que vira no EP ‘Essencial Putrefação’, que está com data de lançamento prevista para o início de 2011.
Tracklist:
1 – Passos Para o Fim
2 – Mar
3 – Um Tempo
Contatos:
http://www.myspace.com/agonaoficial
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