Barbarian Warriors: metal e imaginário pagão
Resenha - Paganheart - Barbarian Warriors In Search Of Wisdom
Por Tiago Lucas Garcia
Postado em 17 de agosto de 2007
Não creio que alguém poderia imaginar, em 1991, quando o Skyclad lançou seu primeiro LP, que o estilo "folk-metal" (e a idéia de mesclar o heavy metal com este imaginário pagão europeu como um todo) se tornaria tão sólido.

Está certo que o auge, ou a onda inicial do estilo, passou, se compararmos 2007 à primeira metade desta nossa década: a época do surgimento e, sobretudo, do amadurecimento de várias bandas do estilo, como o Finntroll, Cruachan, Suidakra, Raventhrone e os nossos excelentes representantes do Thuatha de Dannan e do Ashtar (além de várias outras). No entanto, esporadicamente ainda surgem bandas interessantes no gênero folk metal, e em seus gêneros adjacentes, como o "Barbarian Metal" do Barbarian Warriors In Search Of Wisdom.
O primeiro elemento que chama atenção no CD "Paganheart" da banda de Campinas (SP) é o trabalho gráfico, bastante bem cuidado, que funciona bem como um convite de entrada à atmosfera mítica/pagã que a banda procura impor ao CD.
Aliás, falando deste caráter pagão/mítico, eu creio que a chave para compreender e curtir o som da banda é justamente embarcar nesta atmosfera toda, sobretudo tendo em vista que a banda não é uma banda de refrões. A sonoridade apresentada no CD procura, talvez como os plays mais épicos do Bathory, criar, ao invés, uma ambientação épica.
As faixas do álbum possuem, quase todas, uma estrutura em comum, posicionando em sequencia partes metal, por hora blast beats e vocais rasgados, por outras riffs mais doom, e partes folk, por hora acústicas (com flautas,violões e violino) por outras elétricas (com atmosferas dark ambient e fxs de teclado).
Destas duas faces da banda que apontei (o lado metal e o lado folk/ambient) eu particularmente gostei mais das faixas em que o lado pagão predomina: A faixa Thaldoma, por exemplo, inteiramente acústica, que conta com a participação da competente vocalista Amanda Von Haagen (que certamente deveria participar mais do álbum), funciona bastante bem.
De qualquer forma eu creio que o amadurecimento da banda nos próximos plays (este álbum aliás, por ser o debut da banda, não deve ao debut do Thuatha ou do Cruachan, por exemplo) deve apontar para uma assimilação maior entre ambos as faces da proposta da banda, o que a torna mais interessante, como acontece em trechos da segunda faixa "Old Barbaric Ways" (com a utilização da flauta, e de um bom vocal limpo, dentro da parte mais pesada e metal)
Não poderia terminar esta resenha , no entanto, sem falar da faixa título do álbum que possuí trinta minutos de duração (!!!). A faixa funciona, na verdade, como um resumo do som da banda, enfileirando os elementos que compõem sua sonoridade (passagens blast beat, passagens mais doom, outras atmosféricas, e outras acústicas). A faixa é interessante pela ousadia, mas creio que a banda, tendo em vista que sua sonoridade possui um caráter mais atmosférico (com uma estrutura mais aberta, sem refrões marcantes), o que torna sua audição um tanto cansativa se você não estiver no clima certo para ouvi-lo, deveria, ao menos na contagem do CD, dividir em partes a faixa, para que os ouvintes pudessem encontrar, em uma audição mais ocasional, as partes que mais interessassem.
Enfim, a conclusão que tiro da audição de "Paganheart" é que se, por um lado, a banda ainda necessita aparar algumas arestas, encontrar uma sonoridade mais homogênea (o que é absolutamente recorrente nos debuts das bandas do estilo) por um outro lado já apresenta, neste álbum, qualidades suficiente para garantir a diversão do pessoal que gosta do estilo e para imaginar um futuro promissor, caso eles perseverem em busca de sua sabedoria.
Ouçam (e formem suas próprias opiniões) no MySpace.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O lendário guitarrista que é o "Beethoven do rock", segundo Paul Stanley do Kiss
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Dio elege a melhor música de sua banda preferida; "tive que sair da estrada"
Moyses Kolesne, do Krisiun, celebra permanência do Internacional na primeira divisão
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
Para criticar Ace Frehley, Gene Simmons mente que ninguém morre devido a quedas
O primeiro supergrupo de rock da história, segundo jornalista Sérgio Martins
Como foi lidar com viúvas de Ritchie Blackmore no Deep Purple, segundo Steve Morse
O álbum que é uma obra-prima tanto para Jimi Hendrix quanto para Kate Bush
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
Os onze maiores álbums conceituais de prog rock da história, conforme a Loudwire
Os dois guitarristas que Bob Dylan diz que tocaram suas músicas melhor que ele mesmo
O hit de sua carreira que Paul McCartney disse que "não teve reconhecimento que merecia"
Os melhores filmes com temática Rock


"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional
"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme



