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Resenha - Somewhere Else - Marillion

Por Ricardo Pagliaro Thomaz
Postado em 26 de fevereiro de 2007

E aqui está mais um disco tradicional do Marillion para sua coleção. Aqui o grupo retoma a proposta musical de discos como "Afraid of Sunlight", "Radiation" e "Marillion.com". "Marbles" deve realmente ter esgotado os rapazes, pois "Somewhere Else" é um retorno ao básico de seu som. Bem básico mesmo. Neste álbum, a banda deixa claro que "Marbles" foi o fechamento de um ciclo.

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O Marillion aqui retorna para as músicas curtas e aquela sonoridade prog pop estilo Radiohead que estamos acostumados desde o "Holidays in Eden". "The Other Half", que abre o disco, é um ótimo exemplo disso. É uma música up tempo arrastada, com aquela sonoridade dissonante que conhecemos e os vocais chorosos e melancólicos de Steve Hogarth. "See it Like a Baby" é o single do álbum, tem um clima misterioso e uma batida compassada, o tipo de som que a banda vem praticando desde "Brave".

"Thank You Whoever You Are" é uma balada bem calminha, com um refrãozinho mais choroso e melódico, daquelas pra se ouvir em fim de noite. "Most Toys" é um rock up tempo mais curto e direto, remetendo novamente a trabalhos como "Radiation" ou "Marillion.com", mas apenas funciona como ponte para a faixa título do disco, de quase 8 minutos. Esta por sua vez, soa como uma continuação de "Ocean Cloud", do "Marbles", algumas passagens a lá Beatles, a guitarra sempre viajante de Rottery, algumas passagens mais modernosas lá pelos 4:40 e fica por isso mesmo; simples, bonita e eficiente.

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Em "A Voice from the Past", novamente o Marillion retorna à seu estilo mais intimista, onde a música, uma balada bem tranqüila, quase que um sedativo, é praticamente um background para acompanhar o canto melancólico de Hogarth. "No Such Thing" segue praticamente o mesmo caminho, com a diferença que a voz de Hogarth e a música não se sobrepõem um ao outro.

"The Wound", com seus quase 7 minutos e meio, pode ser considerado como o único momento mais dinâmico e roqueiro do disco, mas também segue a fórmula padrão do resto das músicas. Neste disco, o Marillion apostou bastante em sons de background para criar climas. Lá pelos 3:50 de faixa ouvimos alguns sons mais modernos de percussão e só.

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"The Last Century of Man" novamente é uma balada bem sossegada e viajante, praticamente sedativa, com Hogarth cantando de forma bem melancólica e Rottery criando linhas melódicas e efeitos em sua guitarra. E como já era de se esperar, o disco fecha com "Faith", uma balada acústica bem calma, que já tinha sido tocada pela banda no ao vivo "Mirrors".

Totalmente despretensioso, o Marillion nesse novo disco aposta bastante em melodias calmas, reflexivas, climáticas, deixando um pouco de lado o seu rock progressivo e suas músicas mais agitadas. Não é um disco que se pode indicar a um novo fã, mas sim, feito especialmente para um que já é fã. Bom para se ouvir num dia chuvoso ou para quando se precisa de música de background para pensar.

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Sobre Ricardo Pagliaro Thomaz

Roqueiro e apreciador da boa música desde os 9 anos de idade, quando mamãe me dizia para "parar de miar que nem gato" quando tentava cantarolar "Sweet Child O'Mine" ou "Paradise City". Primeiro disco de rock que ganhei: RPM - Rádio Pirata ao Vivo, e por mais que isso possa soar galhofa hoje em dia, escolhi o disco justamente por causa da caveira da capa e sim, hoje me envergonho disso! Sou também grande apreciador do hardão dos anos 70 e de rock progressivo, com algumas incursões na música pop de qualidade. Também aprecio o bom metal, embora minhas raízes roqueiras sejam mais calcadas no blues. Considero Freddie Mercury o cantor supremo que habita o cosmos do universo e não acredito que há a mínima possibilidade de alguém superá-lo um dia, pelo menos até o dia em que o Planeta Terra derreter e virar uma massa cinzenta sem vida.
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